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Desenvolvimento da aula

10. Problema 8 – Regência verbal

Definição

Regência verbal é a relação que se estabelece entre os verbos – termos regentes – e os elementos que os complementam – termos regidos.

Devem-se diferenciar os verbos que não precisam de preposição obrigatória dos que precisam de, além de determinar a preposição correta para os que estão nesse último caso.

 

8.1– Verbos com regências diferentes e diferentes sentidos

verbo

Regência e sentido

Exemplo

aspirar

Respirar, cheirar – sem preposição.

Aspirou o ar da montanha.

Almejar, desejar – com preposição a.

Aspiramos a uma vida melhor.

assistir

Prestar ajuda, assistência – sem preposição.

O enfermeiro assistiu toda a cirurgia.

Ver, presenciar – com preposição a.

Na sala de parto, assistimos ao nascimento de nosso sobrinho.

implicar

Acarretar – sem preposição.

Sua atitude implicou sérias consequências.

Amolar, chatear – com preposição com.

Ele implica com todos os alunos.

proceder

Ter fundamento – sem preposição.

A observação feita por ele não procede.

Ter origem – com preposição de.

Sua tristeza procedia dos últimos acontecimentos.

visar

Mirar, dar visto – sem preposição.

Visou o alvo.

Visou o cheque.

Desejar – com preposição a.

Visava a um alto posto.

 

8.2– Verbos regidos por preposição obrigatória

Verbo

Regência correta

Exemplo

Forma incorreta

Chegar, ir

Com a preposição a.

Chegamos ao clube.

Fomos ao clube.

Chegamos no clube.

Fomos no clube.

Obedecer, desobedecer

Com a preposição a.

Obedeço ao meu superior.

Obedeço meu superior.

Preferir

Com a preposição a.

Prefiro sorvete a chocolate.

Prefiro sorvete do que chocolate.

Responder

Com a preposição a.

Respondi ao chamado do chefe.

Respondi o chamado do chefe.

 

8.3- Verbos com diferentes regências e mesmo sentido

Verbo

Regências

Exemplo

Lembrar

Com pronome SE e preposição DE.

Lembrei-me de seu nome.

Sem pronome e sem preposição.

Lembrei seu nome.

Esquecer 

Com pronome SE e preposição DE.

Esqueci-me da festa.

Sem pronome e sem preposição.

Esqueci a festa.

 

8.4- Uso do acento grave indicativo de crase

A palavra crase significa fusão, junção.

Em Língua Portuguesa, a crase é a fusão das vogais idênticas a + a, indicada, graficamente, por meio do acento grave à.

A abordagem da crase juntamente com o estudo da regência verbal justifica-se pelo fato de haver vários verbos regidos pela preposição a, exigindo, dessa forma, a indicação gráfica da crase.

 

8.4.1- Casos de crase obrigatória

Caso

Exemplo

Na indicação de horas – se, ao trocarmos esse número por meio-dia,

obtivermos ao meio-dia, utilizamos a crase.

Chegou à uma hora em ponto. (Chegou ao meio-dia em ponto.)

Na expressão à moda de, mesmo que essa expressão esteja subentendida.

Fez um gol à Pelé. Fez um gol à moda de Pelé.

 

Nas expressões adverbiais femininas.

 

Chegaram à noite.

 

Quando o complemento do verbo regido por preposição a for introduzido por artigo a ou pronome a ou aquele(a).

Contaram àquela aluna toda a verdade.

 

8.4.2- Casos em que nunca se usa crase

Caso

Exemplo

Diante de palavras masculinas.

 

Não assisto a filme de terror.

 

Diante de verbos.

 

Estou disposto a estudar.

 

Nas expressões formadas por palavras repetidas.

Ficamos frente a frente.

 

Diante de palavra feminina plural, sem o artigo definido.

 

Refiro-me a pessoas interessadas.

 

Diante de pronomes não são antecedidos por artigo.

 

Isto não interessa a ninguém.

 

 

8.4.3- Casos de crase facultativa

Caso

Exemplo

Diante de nomes próprios femininos.

 

Não me refiro a (à) Lúcia.

 

Diante de pronomes possessivos femininos.

 

Obedeço a (à) minha consciência.

 

Depois da preposição até.

 

Fomos até a (à) sala de reuniões.

 

 

8.4.4- Com nomes de lugares

Caso

Exemplo

Com o verbo ir – se, com o verbo vir, usa-se o artigo antes do nome do lugar, com o verbo ir será feita a crase.

 

Vim da Itália.

Vou à Itália

 

Se, com o verbo vir, não se usa o artigo antes do nome do lugar, não haverá crase com o verbo ir.

Vim de Portugal.

Vou a Portugal.