Desenvolvimento da aula
Pontuação
É famosa a mensagem enviada por Clarice Lispector a um dos revisores do Jornal do Brasil, quando a escritora ali publicava suas crônicas:
"Não me corrija. A pontuação é a respiração da frase, e minha frase respira assim.”
A mensagem acabou sendo uma das frases célebres de Clarice, e está disponível na obra A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: ed. Rocco, 2002.
A fala de Clarice é fruto de uma correção feita em seu texto, e sua defesa faz alusão ao estilo pessoal de cada um. Sabemos, contudo, que a pontuação é mais que a marca de pausa. Uma vírgula pode mudar completamente o sentido de uma mensagem. Vamos, então, definir pontuação.
Definição |
A pontuação marca, graficamente, as pausas e a entonação, de modo a deixar clara a intenção comunicante do emissor. |
Vamos tomar como exemplo uma frase bem simples:
João vai para a escola.
João, o sujeito da oração, é o foco da mensagem, pois é dele que se está falando. Vamos colocar uma vírgula:
João, vai para a escola.
Aqui, João passa a ser o vocativo – ou seja, a pessoa com quem se fala – e a ele é dada uma ordem.
Na fala, essa distinção fica clara pela mudança de entonação. Na escrita, isso precisa ser sinalizado graficamente.
Há regras gerais de pontuação, como veremos a seguir.
2.1 – Vírgula
Entre os termos da oração |
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Entre as orações |
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Atenção: No caso da conjunção e, não se usa vírgula se o sujeito da oração for o mesmo da oração anterior. Ex: Meu avô me chamou e conversou comigo. Se o e introduzir uma oração cujo sujeito seja diferente do sujeito da oração anterior, deve-se usar a vírgula. Ex: Meu avô me chamou, e meu irmão foi comigo. |
Nesse caso, a vírgula sinaliza que todos os alunos estão curiosos. Sem a vírgula – os novos alunos que estão muito curiosos assistirão a uma palestra – a oração adjetiva estaria restringindo a curiosidade a alguns alunos. |
Neste caso, temos três possibilidades: - se a oração subordinada vier após a principal, a vírgula é facultativa: Estávamos jantando, quando ele chegou./ Estávamos jantando quando ele chegou. - se a oração subordinada vier antes da principal, a vírgula é obrigatória: Quando ele chegou, estávamos jantando. - se a oração subordinada for reduzida, a vírgula é obrigatória: Chegando cedo, pegaremos bons lugares. |
Atenção: O sujeito não deve ser separado do predicado por vírgula. Se houver entre eles um aposto, um vocativo, um adjunto adverbial ou uma oração intercalada, então poderá haver vírgula.
2.2 – Ponto e vírgula
Emprego:
Ex: Todos ficaram animados com a perspectiva do recesso; o diretor, contudo, suspendeu a folga. (adversativa) Nossos trabalhos foram feitos com muito esforço; a nota, portanto, será excelente. (conclusiva) |
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Ex: As ações serão as seguintes:
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2.3 – Dois pontos
Utilizados para introduzir elementos que serão enumerados. Ex: Lembrei-me de vários detalhes: seu nome, seu endereço, seus traços. |
2.4 – Reticências
Seu uso é mais estilístico, indicando surpresa, hesitação, dúvida ou mesmo uma interrupção na fala ou no pensamento. Há, ainda, o uso das reticências quando se suprime algum trecho de um texto. |
O ponto final, de interrogação e de exclamação são usados, respectivamente, nas frases declarativas, interrogativas e exclamativas. Nestas últimas, a marca estilística também é relevante.