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Desenvolvimento da aula

Seguindo as análises iniciadas na introdução, convido vocês a uma provocação sobre um anúncio que invadiu nossas mídias na preparação da Copa das Confederações de Futebol em 2013 aqui no país. Tal evento foi criado pela FIFA como uma espécie de "teste" para a Copa do Mundo de Futebol que aconteceu em 2014.

Aproveitando as análises sobre o texto que escrevi para a TVE na introdução que acabamos de ler, que tal assistir a este anúncio e refletir sobre o tema?

https://www.youtube.com/watch?v=iGai5q27pUg

Após o anúncio, convido-os a visitar mais um pouco dessa polêmica em torno das competições esportivas para refletirmos mais profundamente sobre o tema: afinal, somente podemos competir na vida ou será que existem outras formas de viver, além da competitividade?

Assim, convido a ler e refletir sobre: Competição X Cooperação

Se o importante é competir, o fundamental é cooperar (Brotto, 1997).

Na história da humanidade, cujas bases estão presentes na construção da sociedade contemporânea, a competição sempre permeou todas as esferas sociais e as diversas atividades do cotidiano, em todos os sentidos.

Atualmente, a questão da competição esportiva tomou vulto de fenômeno social, abarcando nada menos que a condição de uma das construtoras e mantenedoras da identidade dos diversos grupos sociais e até nações, por intermédio dos esportes de alto rendimento e dos aspectos no seu entorno, como o sentimento de pertencimento a clubes, sociedades esportivas e, ainda, os selecionados nacionais desportivos em competições internacionais.

Entretanto, observando pesquisas de alguns antropólogos, nos deparamos com estudos que reforçam a ideia de que competições esportivas são aspectos de uma cultura que estabelece, como um dos parâmetros de seus valores sociais, as relações de caráter competitivo.

Nesse sentido, a competição esportiva é um aspecto cultural de produção de um grupo social, que incorpora determinados valores e atitudes aos valores cotidianos.

Estudos antropológicos como os de Margareth Mead (1961), Terry Orlick (1978) e Esteban Emílio (1982) apontam que diversas tribos, de diferentes localidades do planeta, que ainda não haviam sido influenciadas pela sociedade moderna em meados do século XX, possuíam o fundamento da cooperação como base para as relações estabelecidas em sua rede social. Estas mesmas bases serviam como parâmetro na construção, dentre outras coisas, de atividades de lazer e dos jogos existentes nestas sociedades no período histórico pesquisado.

A ideia de que competição e cooperação são contraditórias ou de que não podem sobreviver em um mesmo espaço pode ser equivocada, na medida em que percebemos que atitudes cooperativas e competitivas são produções culturais oriundas da complexidade social que vivenciamos na atualidade.

De fato, as competições esportivas carregam, em seus fundamentos, as bases do sistema econômico, político, cultural e social, as quais se estabelecem como parâmetros da sociedade atual.

Não devemos tratar a competição e a cooperação como atividades distintas ou antagônicas. Se observarmos, em nosso cotidiano, chegaremos à conclusão de que, quando competimos, geralmente cooperamos com um grupo que caminha na mesma direção ou que tem os mesmos objetivos. Nas empresas, fábricas, clubes ou em qualquer organização coletiva existem metas e objetivos a serem atingidos e este projeto nada mais é do que uma competição arraigada de cooperação em equipe.

E o que você acha disso tudo?