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Introdução

Introdução

Muito se fala, escreve, transmite, disponibiliza e se apresenta as questões corporais em nossa sociedade, principalmente na sociedade brasileira, em que supostamente é bem resolvida em relação às questões corporais, afetivas e psíquicas que permeiam o nosso cotidiano.

As imagens de corpos seminus, sarados, esbeltos e bem resolvidos que invadem nossas TVs, revistas, webs, jornais, outdoors são, invariavelmente, imagens de corpos livres e abertos à vida e ao prazer. Mas, se observarmos com cuidado, perceberemos que tais “produtos” que insistem em nos convencer podem estar bem mais perto de nossas imaginações e devaneios do que propriamente a realidade de um cotidiano nacional repressor, hierárquico, autoritário e preconceituoso.

Os índices da OMS (Organização Mundial de Saúde) da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que as doenças psicossomáticas (como depressão, ansiedade crônica, entre outras) evoluem de forma significativa no mundo e também no nosso ensolarado e cordial país tropical. Tais pesquisas apontam que os níveis de felicidade, bem-estar, tranquilidade, liberdade, democracia e segurança andam muito distantes daquelas imagens de corpos felizes e bem torneados que a mídia insiste em nos vender e que podemos estar vivenciando muito mais tais imaginações em nossas cabeças do que propriamente um equilíbrio saudável no corpo inteiro.

Tais construções sociais que vendem uma imagem genuinamente brasileira ao resto do mundo pode estar associado à ideia de se construir uma identidade diferente dos outros países, na busca de uma identidade única e desejável que nos faz diferentes das centenas de outros povos. E tal arcabouço pode estar vinculado não somente há uma questão de identidade que nos produz um pertencimento coletivo e que, ao mesmo tempo, nos faz diferente do restante do planeta. Tais construções podem ter íntimas ligações com o lucro, o poder, o comércio, o controle social, entre outras variáveis que podemos estar sendo bem mais controlados corporalmente do que imaginamos ou supomos.