Formalidade e informalidade no uso da língua
Vamos fazer uma comparação entre dois exemplos de texto escrito:
Disponível em: http://www.djdrik.net/blog/index.php/tag/privilege/
Disponível em: http://www.trollada.com/m/imagem/juramento-sem-bandeira:-uma-carta-de-amor/
Depois de ler o bilhete e a carta, responda:
Apesar de os textos escritos, eles se diferenciam no grau de formalidade utilizado. Isso ocorre porque o bilhete é, por natureza, um recurso utilizado em uma situação informal, mas nem por isso ele é, necessariamente, descontraído. No caso dos textos lidos, a grande diferença está na escolha do tipo de registro utilizado. Por registro, entendemos vocabulário, recursos de sintaxe e semântica. Por essa razão, fica fácil perceber a informalidade do primeiro e a extrema formalidade do segundo.
Uma situação informal é aquela em que o emissor se comunica em um ambiente integrado por pessoas com as quais mantém uma relação de proximidade, que lhe permite utilizar uma linguagem descontraída e lançar mão de gestos e posturas que lhes são característicos, sem correr o risco de se tornar inadequado.
É o caso, por exemplo, do ambiente de trabalho em que estejam presentes apenas os colegas próximos, em conversas que não envolvam situações de decisão e de informações relevantes ligadas à atividade profissional. É também, claro, o caso de encontros sociais entre amigos próximos, família, pessoas do relacionamento diário.
A situação passa a ser considerada formal quando a fala do emissor é dirigida a pessoas que fazem parte de um grupo específico, ligado por interesses comuns, sejam eles profissionais, sociais, ideológicos, etc. Nesse tipo de situação, a fala do emissor deve ser planejada com antecedência, de modo a tornar seu discurso claro, objetivo e, principalmente, eficaz. O gestual, assim como todos os recursos corporais que se utilizam durante a fala, deve ser estudado e adequado tanto ao discurso quanto ao público.
Podemos considerar formal uma reunião de trabalho, ainda que composta por colegas de mesmo nível hierárquico, pois trata-se de uma situação que pressupõe clareza nas informações para garantir maior precisão nas decisões. Quando uma reunião de trabalho conta com participantes de níveis hierárquicos superiores, a formalidade torna-se patente, e a fala dos participantes deve ser objetiva, focada na pauta e adequada, em termos de uso vocabular, à situação.
Também se considera formal uma palestra, por exemplo, ainda que, nesse caso, seja possível calibrar o nível de formalidade de acordo com o assunto e com o público. Podemos citar uma série de situações que pressupõem formalidade, como uma entrevista de emprego, um evento social que envolva rituais, como casamentos, por exemplo, uma comunicação a um grupo, entre outras.
A grande dificuldade da comunicação oral, contudo, não está, como se pode pensar, na preparação do discurso ou na escolha das palavras: ela reside, principalmente, no fato de o emissor ter de falar... Esse é um receio bastante comum entre as pessoas. Estar diante de um público e falar com esse público pode-se transformar em um grande pesadelo para a maioria das pessoas. O que muitos esquecem é que, na verdade, a grande exposição está na comunicação escrita. Afinal de contas, uma vez escrito, um discurso se eterniza, está lá para ser lido e relido a qualquer momento.
Mas esse argumento não é consolo para aqueles que se retraem diante de uma plateia. Assim, para que se possa lançar mão da expressão oral de forma adequada, algumas estratégias podem ser adotadas:
A comunicação oral permite recursos que não temos na expressão escrita. Um dos mais importantes é a possibilidade de reelaborar determinados pontos do discurso, de acordo com a recepção do público, que, por ser imediata, nos dá a noção da necessidade dessa reelaboração. A interação com o público no momento da comunicação é também prerrogativa do discurso oral. Essa interação é valiosa para a eficácia daquilo que se pretende comunicar.
A preparação de um discurso utilizado para a comunicação oral deve levar em conta as mesmas regras linguísticas que se utilizam na comunicação escrita. Contudo, a organização das orações não é, na oralidade, tão rígida quanto na escrita, permitindo, dessa forma, que a expressão oral seja mais leve e mais fluida.
Essas regras serão vistas adiante.