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Fórum de debates - Turma 1

Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Marco Santoro - Número de respostas: 25

Ao longo do tempo das sociedades observamos que os nossos corpos foram sempre tratados como algo fora de nós, tipo uma propriedade nossa e não nós mesmos. Assim, a aula 2 demonstra que em tempos atuais nos tornamos uma espécie de mercadoria para consumo, resultante do sistema atual.

Desta forma, ao ler os conteúdos da aula 2 e refletir sobre as nossas conclusões, e também refletir sobre o nosso cotidiano numa sociedade de consumo em que tudo se tornou descartável, inclusive nós mesmos. Que tal desenvolvermos um profundo debate sobre esta instigante e polêmica aula?

Vamos aos debates no fórum!!!

 

Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Carolline Mendonca Bastos -
Boa tarde, professor!

Esse assunto realmente é polêmico.. hahahaa

Durante toda a aula me peguei pensando muito nas influenciadoras digitais ou "blogueiras" que eu, particularmente, vejo como uma das grandes responsáveis por essa onda do corpo perfeito.

Não podemos negar que elas também são vítimas da indústria que usa as fragilidades de autoestima como fonte de renda, mas essas influenciadoras propagam por aí o uso de procedimento estético como algo normal, sendo que não deveria ser. Me lembrei de um caso que amigos me contaram faz algumas semanas. Uma blogueira chamada foi ter sua filha em um parto cesária e após a retirada da bebê, a mesma continuou na sala de cirurgia para já realizar a famosa "lipoled" que deixa a barriga tanquinho através de um procedimento estético.

Isso tem muito a ver com o que foi dito no texto sobre ser mais importante ter do que realmente ser algo. Paro para pensar que aquele deveria ser um momento de afeto com a filha, de curtir o seu nascimento, de recuperação após uma cirurgia importante... mas a sua preocupação foi estar dentro do padrão estético, ter uma barriga chapada mesmo após parir uma vida... Imagine quantas mulheres que também são mães e a acompanham, não foram negativamente impactadas por essa atitude? Não vou me aprofundar tanto nesse ponto para minha resposta não ser longa, mas acho triste o poder desse tipo de influência.

O capitalismo vence todos os dias quando homens e mulheres normalizam perder seus traços, sua genética, e até sua personalidade em prol de um padrão estético que muitas vezes da errado. Existem diversos casos na internet de pessoas que morreram após certos procedimentos ou que ficaram até mesmo pior do que já eram.

É claro que existem pessoas que precisam de certos procedimentos por questão de saúde ou até para se sentirem um pouco melhores sim, por que não? Mas acredito que não se deixar levar por essa NECESSIDADE de estar dentro da perfeição é um ato de resistência. Buscar se amar e encontrar beleza nos nossos traços ou defeitos é resistir a essa ideia que o capitalismo construiu de que só seremos felizes se nos encaixarmos no padrão. Padrão esse que muda de tempos em tempos... e muitos tentam acompanhar.

Torço para que todos possam estar mentalmente saudáveis e seguros para não se deixarem levar por esses discursos.
Em resposta à Carolline Mendonca Bastos

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Marco Santoro -
Oi pessoal.
A nossa disciplina tem como um dos objetivos construir um ambiente crítico com possibilidades de transformação do nosso senso comum em busca do senso crítico. Assim, sempre teremos temas instigantes que nos façam sair da "zona de conforto". Mas tudo isso sem mau humor. Afinal, podemos evoluir a partir de um ambiente solidário, fraterno e bem humorado.
Aproveito para perguntar:
CADÊ VOCÊS???????????
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Marco Santoro -
Oi novamente.
A aula 2 é bem interessante e nos leva a reflexões poderosas sobre os corpos na sociedade, na história da humanidade e na nossa cultura de consumo estético atual.
A nossa aula fala sobre nós e como podemos nos tornar donos de si mesmos e não como marionetes de um sistema cruel e desumano.
Então, venham participar conosco!!!
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Filipe da Silva Campolino -
Bom dia, de verdade.... acredito que somos em grande parte produto do meio em que vivemos, pois na maioria das vezes o individuo que vive entre pessoas que colocam a forma física ou estética em primeiro lugar, acaba que se rendendo ao processo e por outro lado pessoas que convivem com outras que levam em consideração primordialmente outros fatores tendem a levá-los também. O fato é, que atualmente as mídias e redes sociais elevam a outro patamar a exposição dos indivíduos e nesse certame a busca por visualizações faz com que o exagero se destaque, chame mais a atenção do público em geral. E isto faz com que pareçamos cada vez mais mercadorias e não seres conscientes e complexos.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Christine Pezzi Gil de Souza -
Olá a todos!

Depois da aula dois, tive algumas reflexões sobre o tema que podemos discutir aqui.

Bom, o sistema capitalista explora e molda as percepções relacionadas ao corpo humano como mão de obra, explorando-o para gerar lucro e tendendo-o a transformar em uma mercadoria. Isso é visível na indústria da beleza, como a colega de classe Carolline ressaltou no caso das blogueiras, onde há uma pressão constante para atender a padrões estéticos promovidos por empresas de cosméticos, moda e fitness. A imagem corporal é muitas vezes comercializada, e as pessoas são incentivadas a consumir produtos e serviços para modificar sua aparência, impulsionando o consumo através da publicidade frequentemente retratando corpos ideais e associando a felicidade e o sucesso ao consumo desses produtos que explora o desejo das pessoas por um corpo "ideal".

Esses ideais são amplamente divulgados através dos meios de comunicação, e promove a ideia de que um corpo bem treinado é sinônimo de sucesso e autoestima. A ascensão das mídias sociais intensificou a relação entre corpo e produção mercadológica. No Ocidente, a identidade e o status social muitas vezes estão associados à aparência física e ao consumo de produtos que prometem aperfeiçoá-la, ou seja, a cultura do consumo promove certos padrões. Isso cria um ciclo onde o corpo é constantemente ajustado para atender às expectativas culturais. Portanto, nesse sistema o corpo torna-se um campo de consumo econômico.

Sendo assim, essa visão do corpo como mercadoria levanta questões profundas e destaca a necessidade de proteger os direitos dos indivíduos, assegurando que eles não sejam reduzidos a objetos de valor econômico, mesmo em um sistema que transforma tudo em mercadoria.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Vitória de Oliveira da Silva -
Turma 2

Com base na aula que acabamos de ter vale pensar sobre o que foi proposto. Vivendo em uma sociedade que gira em torno do capitalismo é difícil dizer que nós não somos seres capitalistas. É claro que hoje os hábitos de consumo estão cada vez mais enraizados em nós, não sei se chegamos a ser mercadoria, mas acredito que somos uma grande peça desse sistema capitalista. Acredito que na era pós modernidade - e na verdade, já estamos vivendo isso - seremos corpos-consumo, em que somos parte desse sistema capitalista.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Jessica Alves da Luz Neves -
Tendo em vista a leitura do artigo: "Corpo: uma mercadoria na pós modernidade", percebo que ninguém é de ninguém ou ninguém manda em si mesmo, pois a sociedade em que vivemos está em constante transformação. O sistema capitalista está presente em cada um de nós e isto é inegável, independente da pessoa possuir um posicionamento político que vá na contramão disso. Através do consumismo, somos moldados a partir do que o sistema dominante almeja, ou seja, estamos em um pan-ótico, sendo vigiados e vivendo de forma parodoxal, com dependência e autonomia.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Tatiana Felizardo Alvarenga Mendona -
Olá professor, gostei muito da aula 2, com um tema tão pertinente e atual.
Ter a perfeição se modificou ao longo dos anos e dos séculos, antes o que se “cultuava” eram as roupas, sapatos , maquiagens e penteados, corpos cobertos , respeitados ,um santuário, além se símbolo da pureza, da fertilidade e da reprodução humana. Isso ao longo dos anos foi se modificando e, deixamos de ser um corpo adornado para ser um corpo modelável, que precisa estar em constante transformação, seguindo a estática da moda, independente disso acabar com a sua saúde , levando a ansiedade e depressão por exemplo ou até mesmo a perda da vida.
Essa busca pela perfeição corporal infelizmente começam cada vez mais cedo, com brinquedos que trazem desenhos corporais “perfeitos” e roupas sensuais que as crianças se espelham.
Ter um corpo perfeito, construído com procedimentos estéticos , cirurgias excessivas, anabolizantes, dietas radicais, entre outras coisas, é algo difundido e replicado por influencers , blogueiros e etc, e essa busca por uma perfeição artificial, faz com que cada um perca sua essência , sua singularidade, virando um fantoche das diversas mídias, atingindo as pessoas de diferentes idades e classes sociais , levando problemas de saúde, a mutilações corporais, além da busca por profissionais sem conhecimento ou formação para a realização desses procedimentos que visam somente o lucro.
Tratam os corpos como máquinas que precisam treinar até a exaustão, desrespeitando seus próprios limites, corpos que precisam seguir o molde que as diferentes mídias divulgam maciçamente.
Atrelado a isso temos o corpo tratado como algo consumista, onde cada vez mais jovem se inicia uma cultura pelo corpo perfeito, que não se leva em consideração a saúde e só se foca na estética perfeita, e no meio disso tudo, quando se dá conta que a busca consumista pela perfeição nos mutila diariamente e começamos a aceitar de fato quem somos , nossas especificidades e diferenças diversas, tentamos fazer o caminho contrário , aí nos libertamos, e essa libertação alinhada a aceitação também tem um preço diante da sociedade, pois, se você decide andar na contramão da moda, respeitando seus gostos, seus desejos , seguindo sua moda, passa a ser vista como alguém que não se encaixa nos moldes da sociedade atual, é apontada como uma pessoa que não se encaixa nos diferentes grupos existentes.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Sarah de Almeida Belbuche -
Bom dia, professor e colegas!
De acordo com temática abordada na aula 2, nos faz refletir sobre diversos âmbitos referente a temporalidade na sociedade e os nossos corpos em si. Após processos de revoluções industriais ao longo dos séculos/anos nossos corpos foram de fato sendo utilizados como máquinas, mão de obra barata para as industrias de consumo e todo esse meio. Foi perdendo o tato e o senso crítico de reivindicar esse processo "automático" de produção sendo realizado por pessoas enquanto "máquina" ou seres que não pensam.
De todo modo, foi também refletir sobre o quanto a sociedade foi modificando determinadas estruturas e mantendo outras, como a questão de seres humanos enquanto máquina e abrangendo para a contemporaneidade a questão do consumo, seja com indústria da moda e beleza ou estética afetando diretamente o corpo de acordo com a padronização de tais (exemplo do texto falando sobre a aquisição de próteses de silicone).
O ideal deveria ser corpos que expressam personalidade, seus ideias e cultura e não réplicas moduladas e que se tornam itens para compra e todos como compradores ou como trabalho de revender e assim torna-se uma outra forma de mercadoria.
Em resposta à Sarah de Almeida Belbuche

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Marco Santoro -
Excelentes análises sobre o tema da aula. As reflexões foram melhores ainda, pois vocês estão associando a questão do corpo dos textos da aula com experiências individuais suas!
Os novos conhecimentos necessitam se relacionar com as experiências nossas ao longo da vida. Somente assim é que podemos afirmar que novos conhecimentos criam significação com as nossas realidades e nos levam à evolução enquanto aprendizes da vida.
Sigamos os debates!
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Pedro Rdua Soares Pinto -
Olá, professor. Boa tarde a todos.

Confesso que nunca tinha me aprofundado nesse tema, mas já me peguei refletindo sobre algumas problemáticas derivadas desse assunto.
Os assuntos que envolvem a tecnologia são muito contraditório. Por exemplo: imaginar a evolução das tecnologias e principalmente da genética me assusta um pouco. Pois, é uma faca de dois gumes, na medida em que seres humanos conseguem "fabricar", ou seja, modificar de acordo com suas próprias vontades os fenótipos dos seus filhos cria uma série de contradições naturais da própria natureza, abre espaço pra questões raciais e socioculturais muito complexas. Porém, na medida em que a medicina evolua e se consiga reduzir ou até eliminar possíveis doenças, acredito que faz sentido até certo ponto haver essa interferência humana.

Porém, com o avanço da tecnologia e redes sociais, tudo no meio digital consegue ter essa mesma faca de dois gumes. Na medida em que as pessoas vivem em prol da imagem e o termo "instagramável" ser recorrente e estabelecimentos serem projetados para serem legais no instagram, o ser humano consegue expor futilidades, vaidade, inveja, solidão, ansiedade, uma série de sentimentos ruins são catalisados através das redes sociais.

Mas também há o outro lado da moeda, em que os profissionais, especialmente, da saúde conseguem atender e fazer acompanhamentos através dos meios digitais.

Eu tenho observado que há cada vez mais uma obsessão por ser visto, e ser visto de maneira boa e positiva. Cuidar da saúde, viajar, comer bem, são coisas muito benéficas, porém, quando isso deixa de ser um desejo e vira uma necessidade, aí que o problema começa. Vejo isso atualmente, essa obsessão e julgamento caso você não esteja nesse padrão. Seja ele corporal, de hábitos ou econômicos.

E em meio a isso está inserido o corpo, o indivíduo. Que é na sociedade contemporânea o consumidor e ao mesmo tempo o produto.

Eu li há alguns meses uma discussão no twitter, em torno do Brasil e outros países periféricos, serem os que as pessoas ficam mais tempo on-line no celular e redes sociais. E um dos pontos abordados foi o fato das cidades brasileiras e de outros países subdesenvolvidos não serem projetadas para as pessoas observarem o belo, apesar de muito rica culturalmente, a maioria das cidades cresceu de maneira desorganizada e não há muito prazer em andar no meio do caos urbano que são as cidades, então as pessoas não são estimuladas a sair e sua distração é fugir da realidade no meio digital. Logo, somos um dos maiores mercados consumidores para os bilionários do vale do silício. Quanto mais tempo passamos online, maior é o lucro dessas empresas de tecnologia.

Portanto, a conclusão é que o ser humano do sec. XXI é um reflexo da produção em massa, do consumo exacerbado e da exposição desenfreada de informação e tecnologia. Saiu uma pesquisa que há uma queda, pela primeira vez na história, do QI médio dessa geração para a anterior. Ou seja, somos os que mais temos acesso a informação, mas que não refletem e não se aprofundam. E uma das formas de atenuar esses efeitos é entender essa realidade e buscar transcender essas questões, buscando refletir o que é melhor e necessário para você. Não é porque o influenciador x, y ou z divulga uma marca de roupa que você é obrigado a se endividar para ter esse produto.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Joao Paulo Silva Teixeira -
Boa tarde, Professor

O tema da aula proporcionou uma excelente reflexão sobre meu estilo de vida. Ao examinar as coisas ao meu redor, tive dificuldade de pensar em alguma coisa que não seja vista como mercadoria. A lógica capitalista está tão enraizada na nossa sociedade que tudo o que construímos e fazemos precisa ter um valor simbólico para ser aceitado. Somos o tempo todo bombardeados de informações que nos levam a desejar um corpo perfeito que é vendido na internet. Esse acúmulo de informações faz com que a gente, distante do corpo ideal, fique frustrado e busque de maneira incessante modos para chegar a uma perfeição inexistente. Esse dinâmica acaba por mover a roda que sustenta uma indústria forjada nas inseguranças humanas. Vendem corpos perfeitos como sinônimos de saúde e o contrário seria um sinal de desleixo ou de doença. Essa dinâmica nos engole todos os dias e faz com que o indivíduo não seja mais dono do seu próprio corpo. Ao mesmo tempo em que a pós modernidade nos proporciona uma sensação de liberdade, estamos presos no modo de produção capitalista que nos aprisionam em um estilo de vida em que muitas vezes não nos tornam felizes.
Em resposta à Joao Paulo Silva Teixeira

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Robson Michel de Souza Rodrigues -
Em uma sociedade capitalista em que até a cidadania se confunde com o poder de compra, os nossos corpos não seriam exceção. Além disso os corpos se tornaram vitrines de nossos anseios, desejos e temores. A modificação corporal não é um fenômeno recente, mas em nossos tempos isso está sendo elevado à enésima potência, é dos muitos exemplos de como os corpos se transformam em plataformas de manifestação das suas pulsões.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Roana Maria Medeiros de Gusmao -
Boa noite, pessoal.


Gostei bastante da aula 2, ela foi  instigante e incômoda ao mesmo tempo.  Trouxe uma abordagem que me fez pensar em coisas que dificilmente penso no meu cotidiano, me tirou da zona de conforto. 

Inicialmente tentei me distanciar da leitura o máximo possível, mas conforme a leitura fluía eu ia vendo como isso não seria possível. O tempo inteiro eu me via em alguma forma ou situação presente no texto.

A presença e influência do capitalismo está tão enraizada na nossa vida que as vezes faz com que a gente não se dê conta do quanto. 

A gente pode até falar que a exposição e a utilização corporal atualmente com uso das mídias sociais alcançou níveis jamais vistos, mas é bem interessante ver como o corpo ao longo do tempo sempre foi utilizado como forma de dominação, doutrinação ou/e padronização. O avanço tecnológico elevou e expandiu o alcance do que antes era mais localizado. Isso é sentido em todas as áreas do capitalismo como financeira, econômica, comercial, circulação de pessoas, tecnologias, consumo, guerras e doenças. E o corpo não seria diferente, ele é mais uma mercadoria dentro do sistema. E essa percepção é o que me causa um certo desconforto, saber que somos marionetes de grandes capitalistas. E talvez, pode ser que a partir desta percepção incômoda, esteja a possibilidade de sair desta zona de conforto que fomos tão doutrinados a estar.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Guilherme Martins Lino -
Boa tarde, professor.

esse é um tema bastante polêmico e atual, acredito que o corpo atualmente é sim uma mercadoria vendida por todos os lados. o padrão estético esperado por homens e principalmente mulheres faz com que cada vez mais homens e mulheres busquem procedimentos estéticos ou aplicação de hormônios como um atalho para chegar ao seu "físico ideal".

é claro que tomar conta da sua saúde com exercícios físicos é algo saudável e extremamente importante, porém para se alcançar o padrão esperado da sociedade muitas pessoas exageram na busca de modelar seus corpos e acabam desenvolvendo dismorfia corporal, bulimia, anorexia, lesões e muitos outros problemas.

pelo outro lado dessa moeda eu acredito que atualmente exista um movimento diametralmente oposto e tão nocivo quanto que é a glamourização da obesidade, onde influenciadores e pessoas com grande alcance social (obviamente não todos) usam de um discurso de "aceitação corporal" para glorificar corpos obesos, não funcionais e muito menos saudáveis.

dito isso, ser magro , gordo ou forte não são parâmetros positivos e nem negativos para a saúde e é apenas quando se vai a um dos extremos que isso se torna realmente prejudicial. acredito que tanto o movimento em busca de um corpo mais esteticamente bonito e funcional quanto o movimento para a aceitação dos corpos em todas as formas seja magro, forte, fraco, gordo, baixo, alto ou outros também é extremamente benéfica e saudável para nossa sociedade como um todo, mas enquanto os corpos forem usados como uma mercadoria para vender procedimentos em busca de um corpo "perfeito" isso sempre penderá para algo nocivo a todos.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Ana Julia Pedro Santos Ribeiro -
Penso que a era pós-moderna não se resume a uma perspectiva singular sobre o corpo. Essas categorias podem coexistir e interagir de maneira profunda e complexa. Os corpos podem ser percebidos simultaneamente como máquinas (por meio da integração tecnológica), objetos de consumo (por meio de práticas estéticas e comerciais) e espaços de libertação (por meio da autoexpressão e resistência).
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Lucas Bastos da Silva -
Durante a leitura do texto da aula 2, refleti sobre o enredo do jogo Detroit: Become Human. A história se passa em um futuro onde os seres humanos desenvolveram androides com aparência humana para desempenhar diversas tarefas na sociedade. O jogo levanta questões importantes sobre a relação da sociedade com o corpo e como essas relações podem ser distorcidas em um cenário no qual corpos não correspondem necessariamente a seres humanos.

Um exemplo disso é a criação de androides com características "atraentes", projetados especificamente para satisfazer desejos sexuais dos humanos. Outro exemplo é o desenvolvimento de androides com aparência de indivíduos fisicamente fortes, destinados a atuar como seguranças. Esses exemplos evidenciam como a sociedade instrumentaliza certas características do corpo, transformando-as em ferramentas a serviço do sistema, além de funcionar como uma metáfora para uma sociedade em que corpos se tornariam produtos, de forma literal.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Rayssa Ferreira Silvino -
O tema discutido na aula 2 nos leva a refletir sobre diferentes aspectos da temporalidade na sociedade e a relação com nossos corpos. Com as revoluções industriais ao longo dos séculos, os nossos corpos foram tratados como máquinas e infelizmente usados como mão de obra barata para as indústrias de consumo. Aos poucos fomos perdemos o senso crítico e a sensibilidade para questionar esse processo "automático" de produção, onde as pessoas são vistas como máquinas e não como seres pensantes.
Além disso, refletimos sobre como a sociedade mudou algumas estruturas e manteve outras. Hoje, isso se estende ao consumo, seja como na industria da beleza e estética, que impacta diretamente o corpo.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Eduarda Gitahy Gama de Carvalho -
Inevitavelmente, o capitalismo está também diretamente relacionado com os nossos corpos. Nesse sistema, tudo está sujeito ao consumo e ao lucro, e com os indivíduos não seria diferente.
Devido ao avanço das tecnologias, a realização de mudanças físicas no sentido da estética é viável. Ademais, com o avanço das mídias sociais, arrisco dizer que vivemos, neste século, as gerações mais consumistas do mundo. A globalização e os meios de comunicação tornam os padrões de beleza universais, apresentando referências diversas a todo momento. O marketing tem um papel fundamental na propagação dos ideiais estéticos, promovendo uma grande onda de tendências, e criando inclusive lojas “fast fashion”, que acompanham a velocidade e as mudanças das orientações estéticas. Dessa forma, os nossos corpos também estão sujeitos a essas rápidas variações, e, muitas pessoas, acabam rendendo-se aos novos padrões de beleza e submetendo-se a situações perigosas ou cruéis, além de reduzir os valores individuais ao poder econômico de cada sujeito.
Nesse sentido, o texto em estudo aborda a aceleração da vida moderna, de modo que os sujeitos tornam-se dependentes.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Luiz Gustavo dos Santos Pisano da Silva -
Boa noite, professor!

Ao ler a aula 2, eu relacionei logo de cara com alguns vídeos que tenho visto no TikTok e redes sociais similares. É muito curioso como em alguns vídeos é passada uma ideia de que o exercício físico ele tem o objetivo de te elevar enquanto um ser humano "superior" por ter um bom físico ou algo assim. Não apenas esses vídeos de lifestyle que vendem uma realidade falsa de que você terá tempo pra tudo, e ainda praticar exercícios regularmente, mas algumas edições que tentam relacionar a felicidade no mundo atual a ter um corpo 100% estético.

É evidente que a preocupação atual com o corpo é algo muito além da saúde, muito pelo contrário, o sistema atual vende uma falsa ilusão que você terá um saúde excepcional caso se entupa de medicamentos e procedimentos estéticos, o que muitas vezes leva ao efeito contrário. Penso que a contemporaneidade busca comercializar não apenas o corpo humano, mas também os hábitos, as vontade e a mente, condicionar a nossa realidade a um objetivo inalcançável e puramente relacionado ao capitalismo ocidental.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Joo Victor Dantas Pacifico -
Hoje, mais do que nunca, vemos o corpo sendo tratado como uma mercadoria, algo que precisa se encaixar em padrões cada vez mais rígidos e impostos pela sociedade. A pressão para atingir uma estética "ideal" – ser magro, jovem, forte – vem de todos os lados: da mídia, das redes sociais e da indústria da moda e beleza. É como se o valor de uma pessoa estivesse diretamente ligado à aparência, e para isso, muitos acabam recorrendo a dietas, academias e até procedimentos estéticos, na tentativa de "comprar" essa aceitação.
Nessa busca constante, o corpo deixa de ser simplesmente uma expressão da nossa individualidade para se transformar em um produto que precisa ser moldado e exibido. Isso nos torna "escravos" de um senso comum, e deixamos de lado nosso próprio traço original.
É importante refletir quando tratamos desse assunto o principal agente dessa propagação de padrão, tendo em vista que consumismo, a todo tempo, conteúdos de blogueiros/as que a todo tempo repassam essa imagem.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Matheus Augusto Lima Magalhaes Bastos -
Boa noite, professor. Tudo bem? Tomando a sua frase como referência, "observamos que os nossos corpos foram sempre tratados como algo fora de nós, tipo uma propriedade nossa e não nós mesmos", concordo plenamente pois acho uma definição de certa forma simples, mas exemplifica muito bem a realidade em que vivemos no meu ponto de vista. Creio que hoje, não são formados mais seres disruptivos, capazes de pensar diferente dos demais, e com isso, o desenvolvimento de pensamentos capazes de criar coisas novas ou expandir o pensamento de forma filosófica se torna escasso, muitas vezes simplório. A linha de criação, desenvolvimento e pensamento levam os seres humanos a torna-se "padronizados", limitando-os a perspectivas já pensadas por outras pessoas, restringindo o poder do pensamento, o questionamento que é algo tão importante na filosofia. Dessa forma, acredito sim que cada vez mais os nossos corpos se tornam mercadorias de um mundo que hoje busca a padronização.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Thais Nazaria da Silva Monteiro -
Bom dia, professor!

Li o que o pessoal escreveu antes de pensar em uma resposta definitiva. Mesmo sendo uma pesquisadora e amante do consumo, ainda sim me pego muitas vezes refletindo na nossa relação com essa "atividade" (ou seria melhor chamarmos de hábito?). Vi que uma colega falou sobre o mundo dos influenciadores, mas trago para o nosso debate, um olhar sem anacronismos, já que o consumo e a sua relação com o corpo humano começa muito antes da Era da Internet.

Acho interessante quando no texto é abordado a relação com o corpo ainda na Idade Média. Não seriam as indulgências que livrariam o nosso corpo do pecado e que garantiriam nosso lugar no céu, uma forma de consumo vaidosa que evitaria que cremássemos constantemente no fogo do inferno? Não seria a arte renascentista, mesmo em seu significado artístico e aurático, uma forma de promoção de um ideal de corpo? Toda essa nossa relação de consumo com o corpo só teve uma pequena mudança devido à internet proporcionar uma conexão em tempo real com tudo a todo tempo. Mas muitos anos da internet, o corpo foi consumido de diversas formas.

O sociólogo Zygmunt Bauman em seu livro Vidas para consumo - A transformação da sociedade em mercadoria, faz uma análise completa no âmbito social e até mesmo filosófico do que é o corpo e porquê a sociedade de consumidores se comporta de tal maneira. O bacana do livro é que ele traz exatamente o mesmo olhar do texto trabalhado em aula: de algo que acontecia muito antes de pensarmos o consumo, muito antes da modernidade e até mesmo muito antes do Homem se entender Homem. Trago além da reflexão, a sugestão do material pra que nossas discussões sejam ainda mais ricas.

Por fim, eu entendo que o hedonismo nos acompanha, e aqui trago a sociedade grega, que além de ter seu deus Hedonê, tinha uma sociedade ligada à vaidade e ao corpo. Principalmente a um corpo endeusado e superior, perfeito e ao mesmo tempo humano. A sociedade pós-moderna continua seguindo esses passos, mas agora sem os deuses gregos como um modelo de beleza e perfeição.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Mylena Brandao da Silveira -
Olá! Bem, a resposta para essa pergunta é muito complexa. Os textos da aula sugerem que, na pós-modernidade, nossos corpos podem ser vistos de várias maneiras, refletindo diferentes aspectos da sociedade contemporânea. Por isso, em muitos aspectos, sim, nossos corpos são mercantilizados e consumidos. No entanto, também há movimentos que buscam a libertação e valorização do corpo em sua essência. A pós-modernidade nos reserva uma coexistência dessas diferentes visões, onde nossos corpos podem ser máquinas, mercadorias ou meios de libertação, dependendo do contexto e das influências sociais e culturais.
Em resposta à Marco Santoro

Re: Afinal, somos corpos que expressam a nossa história, a nossa personalidade e a nossa cultura, ou fomos reduzidos a corpos de mercadoria para consumo?

por Elizabeth Correa Goncalves Aguiar -
Segundo os autores Kalya M. e Valdo Vieira, em seu texto "Corpo uma mercadoria da pós-modernidade" (2008), o corpo contemporâneo, difere de qualquer outro período histórico já presenciado. Nunca se teve uma preocupação tão grande com a beleza, a juventude e o prazer. Na sociedade brasileira, os corpos muitas vezes são vistos de duas maneiras. Por um lado, eles podem expressar nossa personalidade, cultura e histórias, refletindo quem somos de forma única. No entanto, também são frequentemente tratados como objetos de consumo, especialmente na mídia e nas redes sociais, onde a aparência e a beleza podem ser valorizadas como se fossem mercadorias. Assim, existe uma tensão entre valorizar o corpo como parte da identidade e reduzi-lo a algo que pode ser "vendido",

A busca por padrões estéticos específicos e promove a ideia de que o valor de uma pessoa pode estar ligado à sua aparência física. Produtos de beleza, moda e cirurgias estéticas, por exemplo, são constantemente vendidos com a promessa de melhorar a imagem pessoal, o que acaba transformando o corpo em um objeto de consumo. Isso pode distanciar a valorização do corpo como expressão da identidade e da cultura, reforçando a ideia de que o corpo precisa ser "perfeito" para ser aceito ou admirado.

É possível perceber que muitas redes sociais, como o Instagram, viraram uma plataforma que contribui fortemente para essa crescente cultura de consumo, podemos ver nas redes, objetos que viram símbolos de status e por isso virão desejo de consumo de muitos jovens. Não é diferente com os corpos, nós facilmente podemos nos tornar consumidores e ao mesmo tempo o produto que está a venda.