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Língua é poder?

Língua é poder?

Língua é poder?

por Claudia Capello - Número de respostas: 26

Como e em que circunstâncias o uso da língua se torna uma forma de exercício de poder?

A partir das informações dadas nesta aula, poste no fórum seu ponto de vista sobre a reflexão proposta.


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Re: Língua é poder?

por Eric Massad Poubel -
O uso da língua pode se tornar uma forma de exercício de poder quando o emissor da mensagem utiliza intencionalmente termos desconhecidos pelo receptor. Isso pode ocorrer em situações onde o emissor possui interesse em demonstrar autoridade/superioridade em relação a determinado grupo ou de dificultar o entendimento da mensagem, causando uma interpretação errada por parte do interlocutor com a finalidade de manipulá-lo.
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Re: Língua é poder?

por Bernardo Gazio Ortega Tavares -
A língua pode ser usada para exercer poder de várias formas. Por exemplo, quem controla a maneira como a informação é repassada pode influenciar como as pessoas veem as coisas, pode facilmente manipular a informção, uma espécie "telefone sem fio". Também pode reforçar hierarquias sociais, usando até a religião para tal, como quando certos grupos usam termos técnicos para manter o poder. Além disso, pode criar um senso de pertencimento e excluir quem não fala da mesma forma. Saber negociar e persuadir com a língua dá a alguém a capacidade de influenciar decisões e comportamentos, gerando assim "poder".
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Re: Língua é poder?

por Vitor Ribeiro Correia -
Como desenvolvido nas leituras anteriores, a língua tem intencionalidade, e a mesma é construída por diversos fatores mentais e simbólicos para que possa ser efetivada. No momento que o emissor tem a intenção e o preparo, ao qual ele acredita ser mais privilegiado que a do receptor, o mesmo se apropria de ferramentas "nichadas" de sua área para confundir o próximo, assim mostrando superioridade. Porém, caso não houvesse uma hierarquia cultural que afirmasse o privilégio desse emissor, ambos os lados poderiam construir mensagens com a mesma intenção, porém, no Brasil atualmente, um lado seria marginalizado e o outro não.

Um exemplo recente: Durante uma visita a um familiar internado em um hospital público. Ao chegar na sala, presencio um profissional do hospital "humilhando" o familiar com tom de voz elevado, termos complicados e hierarquia; Após a minha intervenção, notificando o abuso daquela cena, usando um tom mais baixo, porém, com total domínio dos termos e técnicas comunicativas devido ao acesso ao ensino superior, o profissional "abaixa a bola", demonstrando "respeito de igual".
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Re: Língua é poder?

por Thaiane Catarino da Costa -
O uso da língua pode se transformar em um exercício de poder quando o emissor, em vez de buscar uma comunicação clara e eficaz, utiliza a linguagem para demonstrar superioridade. Ao intencionalmente causar confusão ou dificultar o entendimento da mensagem, o emissor manipula a comunicação para controlar ou humilhar o receptor. Esse tipo de prática pode ocorrer em interações entre diferentes grupos socioeconômicos, com o objetivo de fazer com que o receptor, incapaz de decodificar a mensagem, se sinta inferior ou desprestigiado. Esse uso da linguagem reflete uma dinâmica de poder que reforça desigualdades sociais e culturais.
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Re: Língua é poder?

por Leticia Campos Kuster -
O uso da língua se torna uma forma de exercício de poder quando o emissor da mensagem se utiliza da língua culta, que é normalmente pouco falada pelo grande público, para impor uma superioridade como se o português falado corretamente fosse "superior". Com isso o emissor muitas vezes não é compreendido por usar termos pouco conhecido pelo grande público, fazendo com que este último se sinta inferior por não compreender a mensagem.
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Re: Língua é poder?

por Emilly Veiga Venancio -
O uso da língua se torna um exercício de poder quando é utilizada, por exemplo, como uma ferramenta de exclusão social, por meio de jargões técnicos que somente o profissional ou quem tem conhecimento da área sabe. Esse exemplo pode ser aplicado ao jornalismo, que deve sempre ter cuidado com a forma de escrever ou noticiar algo, buscando clareza e fluidez para garantir que o maior número possível de pessoas compreenda a informação. Além disso, o jornalismo é um bom exemplo de como o uso da língua pode ser um exercício de poder, pois, dependendo de como utiliza sua capacidade de comunicação, ele pode moldar narrativas, controlar a informação e influenciar percepções públicas. A escolha de termos, o tom e a ênfase de certas notícias em detrimento de outras, podem influenciar diretamente a forma como o público percebe eventos e questões.
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Re: Língua é poder?

por Lyandra Dalle`Crode Pralon -
A língua pode se transformar em uma forma de exercício de poder quando o emissor utiliza de uma comunicação inadequada para o entendimento do receptor de forma proposital. Para nos comunicarmos, é importante reconhecer que as pessoas têm diferentes níveis de entendimento da língua. Quando em situações de processos jurídicos, como citadas na aula, ou em que o emissor deseja demonstrar autoridade, ele utiliza de termos desconhecidos pelo receptor, a fim de afirmar essa posição de superioridade, causando confusão e desconforto em quem recebe a mensagem.

Concordo com a Emilly na questão do jornalismo. Na hora de transmitir uma informação, é importante que o jornalista saiba a maneira correta de se comunicar para transmitir uma mensagem clara e informativa para todos os tipos de público a fim de não causar uma segregação.
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Re: Língua é poder?

por Petrin Martins Ribeiro -
O exercício de poder prevê uma relação entre os agentes envolvidos que disputam um espaço a ser ocupado. Essas relações nem sempre são simétricas, ou seja, os agentes não partem da mesma posição perante a situação. Dessa forma, ao se utilizar a língua como instrumento de poder, presenciamos uma situação a qual o que está em jogo é a dominação entre os agentes que exercem um poder qualquer. Para além disso, a língua enquanto manifestação de poder pode delimitar que pode ou não ser enunciado, o que pode ou não ser codificado. Há uma séria consequência envolvendo a liberdade de manifestação do interlocutores sobre qualquer referente. E como esse processo comunicativo também um espaço de poder, leva a uma disputa pela capacidade de compreender o mundo. É assim que ao lançar mão a diversos termos que circulam em contextos específicos, como economia, política, religião etc, a intenção de não se comunicar efetivamente se transforma não como ruído mas como intenção de afastar o leigo do contexto. De colocar o interlocutor em um espaço possível de controlar a informação necessária para mantê-lo neste espaço. Espaço esse imprescindível para o exercício do poder pleno, visando não a disputa, mas uma dominação.
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Re: Língua é poder?

por Kaio dos Santos Machado -
A língua pode se tornar um exercício de poder quando é usada para excluir ou dificultar o acesso à informação. Em contextos jurídicos, por exemplo, o uso de termos complexos ou arcaicos pode afastar o interlocutor comum, criando uma barreira de compreensão que favorece aqueles que dominam o "código" especializado. Esse fenômeno pode ocorrer em diversas áreas, como na ciência, medicina e política, onde o vocabulário específico cria uma hierarquia de conhecimento. Nesse sentido, o uso da língua pode reforçar desigualdades, pois quem controla a linguagem muitas vezes controla a maneira como as informações são transmitidas e compreendidas.
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Re: Língua é poder?

por Lucas Domingues Maffort -
Quem controla a forma como a informação é transmitida pode influenciar percepções e reforçar hierarquias sociais. Em vez de buscar uma comunicação clara, alguns podem usar a linguagem para demonstrar superioridade, criar confusão ou dificultar o entendimento, manipulando a mensagem para controlar o contexto. Isso é evidente em áreas como o direito e a medicina, onde são utilizados termos técnicos que muitas vezes não fazem parte do cotidiano das pessoas fora desses contextos. Assim, o uso da língua não apenas reflete, mas também reforça desigualdades, mostrando como a dominância da linguagem pode se transformar em uma forma de poder.
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Re: Língua é poder?

por Kayanne Cavalcanti Werneck Andrade -
O uso da língua como já foi discutido no modulo 1 tem infinitar possibilidades e nesse caso como forma de exercício de poder também. A partir do entendimento sobre a intenção comunicativa o poder na língua estaria na intencionalidade de quem entende a possibilidade de "uso" da língua e usa ao seu favor a fim de dominar um grupo ou pessoa no sentido individual. A discussãoo sobre os ruídos na comunicaçao podem intencionalmente no exercicio de poder ser manueseados a fim de ruidos alem de fisicos, psicologicos, mas sim culturais no sentido de sobrepor uma cultura a outra ou em outros cenários de ruidos na comunicaçao para o poder. O uso da lingua como forma de exercicio de poder, portanto, se desenha quando o emissor entende o leque de viabildiades da lingua e nas circuntancias de afastamento de um grupo ou individuo de um entendimento ao construir ruidos para efetivar a dominaçao.
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Re: Língua é poder?

por Joao Roberto Barbosa de Oliveira Silva -
O uso da língua pode se tornar um exercício de poder quando, deliberadamente, um emissor utiliza de artifícios linguísticos que visam precarizar a capacidade de compreensão do receptor. Utilizando de linguagem extremamente rebuscada ou até de um meio de comunicação que seja estranho a quem recepta a mensagem, como no caso de se utilizar de mensagens de texto ou e-mail com alguém não tem familiaridade com o mundo digital. Nesse contexto, o emissor visa enfraquecer, contextualmente, a posição do receptor e se colocar numa posição de superioridade na relação com a língua.
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Re: Língua é poder?

por Kauhan Carvalho de Sant` Ana Fiaux -
A língua pode se tornar um meio para exercício de poder quando o emissor da mensagem utiliza termos difíceis da linguagem, principalmente quando o emissor tem ciência que o receptor ficará confuso com a mensagem. Como visto nos exemplos do tópico, alguns documentos jurídicos utilizam muito desses artifícios, o que torna a comunicação difícil para o receptor. Além disso, o uso de palavras difíceis também serve como forma de rebaixar o receptor da mensagem. Para mim, esse tipo de comuniação é prejudicial e exclui pessoas. Sou estudante de Jornalismo e, no estudo da comunicação, aprendemos que quanto mais simples for uma mensagem, mais ela será difundida e interpretada.
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Re: Língua é poder?

por Elisa Travassos de Sao Tiago -
O uso da língua como uma forma de exercício de poder pode ser encontrado em muitos momentos cotidianos. Em algumas situações, ele ocorre quando o emissor se utiliza de palavras pouco utilizadas pela maioria de um povo com um receptor que ele sabe que não as domina. Dessa forma, o primeiro pode gerar uma falsa sensação de superioridade em si mesmo e um desconforto ou sensação de inferioridade no segundo. Esse tipo de situação também pode ser utilizada para confundir ou manipular o receptor da mensagem, uma vez que o emissor pode mascarar o sentido dessa mensagem com palavras desconhecidas e uma forma frasal complexa. Em outra situação, os veículos que emitem informações diárias também podem mascarar suas mensagens, passando uma versão exagerada ou até distorcida da situação real com o uso da língua para gerar reações específicas dos receptores. Ao realizar a escolha lexical, o sentido principal da mensagem pode ser alterado, exagerado ou mascarado de acordo com as intenções do emissor.
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Re: Língua é poder?

por Marcos Vinícius Feliciano Ribeiro -
O uso da língua é calçado, assim como dito no módulo 1, no contexto em que as pessoas vivem, o que vai muito além de apenas saber ler e escrever. Assim, ao existir uma relação de poder em uma sociedade, ela molda tudo aquilo que vive em volta dela, como, por exemplo, o vocabulário das pessoas. Com isso, é visível como usar um vocábulo específico em uma conversa pode reforçar uma estrutura que já exista na sociedade. Como amostra disso, temos os jargões da advocacia, conhecidos por apenas aqueles que vivem o cotidiano deles entender, fazendo com que em um tribunal, por exemplo, apenas os que trabalhem ali entendam o que está acontecendo, diferente de uma locução jornalística, que precisa se dobrar para que o máximo de pessoas entendam a mensagem transmitida.
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Re: Língua é poder?

por Catarina Ribeiro Carneiro de Araujo -
Certamente o uso de termos mais rebuscados e jurídicos é algo necessário em algumas esferas burocráticas da comunicação. No português por exemplo, há contextos em que devemos respeitar os pronomes de tratamento cada qual relacionado a uma figura de poder. Como o uso de “Meritissimo" para juízes ou “Vossa Excelência" para presidentes, embaixadores, ministros etc. Sobretudo, há também os indivíduos que em uma tentativa de se colocar em um patamar elevado dentro das relações sociais, usam termos rebuscados sem haver de fato uma necessidade, como se por saberem termos não tão conhecidos fossem superiores.
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Re: Língua é poder?

por Carolina de Vasconcelos Costa -
A língua é uma ferramenta que media as relações sociais, e em diversas ocasiões, seu uso não apenas comunica, como também exerce poder e influência. Numa relação de poder, pressupõe-se a existência de uma hierarquia entre as partes envolvidas. Nesse sentido, a língua pode se tornar um instrumento de exclusão. Por exemplo, a diversidade de dialetos, sotaques e regionalismos nem sempre é contemplada pelas normas linguísticas dominantes, o que pode levar à discriminação de pessoas que não se encaixam nesses padrões. Um outro exemplo de como o uso da língua pode exercer poder está na maneira como um acontecimento é noticiado pelos telejornais. A escolha de termos específicos para tratar de uma manifestação, por exemplo, ("manifestantes", "vândalos") pode impactar na formação da opinião pública e na construção de percepções sociais.
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Re: Língua é poder?

por Mateus Prado Velasco -
O uso da língua pode se transformar em uma ferramenta de poder quando alguém emprega termos ou construções que o interlocutor não compreende, criando uma barreira de comunicação. Isso pode ocorrer em contextos acadêmicos, jurídicos ou médicos, onde o domínio de um vocabulário especializado marca uma posição de autoridade. Assim, o emissor pode usar a linguagem para controlar o acesso à informação ou para reforçar uma hierarquia social, colocando o receptor em uma posição de desvantagem. Esse uso da língua reflete o poder simbólico de quem detém o conhecimento.
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Re: Língua é poder?

por Maria Eduarda da Costa Lima -
O uso da língua se torna um exercício de poder quando quem a domina influencia ou controla o acesso à informação, molda discursos e determina o que é socialmente aceitável. Em contextos como o político, o jurídico ou o midiático, a escolha das palavras e o controle sobre a linguagem podem legitimar ou silenciar vozes, impor narrativas e até marginalizar grupos que não possuem o mesmo domínio linguístico. Assim, a língua, além de ser um meio de comunicação, pode ser usada como uma ferramenta de controle social e de exclusão.
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Re: Língua é poder?

por Erika Maria de Sousa Farias -
A linguagem é uma ferramenta poderosa em quem a detém, podendo manipular a informação que deseja passar aproveitando-se do conhecimento de relacionados assuntos ou sua falta, pelo receptor. Fazendo com que, dependendo do seu papel hierárquico, aquilo seja "verdade" àquelas pessoas que não tenham conhecimento do assunto, dificultando propositalmente a comunicação ao público que recebe.

É importante que a mensagem a ser transmitida seja objetiva e clara, sem termos difíceis (exceto que seja a um grupo que comumente utilize os termos como jargões por exemplo) pois, esta ignorância contra o próximo, apenas reflete a desigualdade social.
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Re: Língua é poder?

por Joao Henrique Santiago da Silva -
A língua se torna um exercício de poder quando é utilizada para dificultar a comunicação e afastar as pessoas. Isso pode acontecer quando alguém fala de maneira excessivamente complicada, fazendo com que só alguns consigam acompanhar a conversa. Isso é comum em ambientes onde se usa uma linguagem técnica, que pode deixar os outros confusos e sem voz. Esse tipo de comunicação pode reforçar desigualdades, pois apenas quem entende os termos pode participar plenamente da discussão. Por isso, é essencial que nos esforcemos para usar uma linguagem mais acessível, permitindo que mais pessoas possam entender e se envolver nas conversas, criando um espaço mais inclusivo para todos.
Em resposta à Joao Henrique Santiago da Silva

Re: Língua é poder?

por Rafaela Castelliano Pina -
A linguagem pode virar uma forma de controle quando quem fala usa termos complicados, especialmente no campo jurídico. Isso acaba mostrando uma relação de poder, onde o emissor parece ter a vantagem, enquanto o receptor se sente confuso quanto às informações. Como advogada, entendo que uso de jargões jurídicos e termos complexos não só confunde, mas também exclui os cidadãos do entendimento de seus direitos. Acredito que a linguagem deve ser um instrumento de inclusão, permitindo que todos compreendam e interajam com o sistema. É nossa responsabilidade garantir que a informação seja acessível a todos.
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Re: Língua é poder?

por Gabriel Lopes Kuhner Galvao -
A língua pode se tornar uma forma de exercício de poder, quando a pessoa que está se comunicando a utiliza palavras e termos pouco conhecidos a fim de confundir ou fazer com que ele não seja 100% compreendido pelas pessoas a quem ele está sem comunicando. Quando o emissão acaba utilizando a linguagem com termos onde o ele sabe que o receptor vai ter dificuldade de compreensão e mesmo assim a utiliza como uma forma de confundi-lo como uma forma de passar a mensagem mas de uma forma intencionalmente confusa.
Em resposta à Claudia Capello

Re: Língua é poder?

por Filipe Alves Bezerra Falcao -
A língua e as situações comunicativas são o que nos ajudam a pautar e construir as relações interpessoais. Pensando na construção de um esquema de comunicação e todos os seus envolvidos nesse processo é fundamental ponderar a habilidade de um em manipular os elementos comunicativos para a formação de um exercício de poder. No texto de Veríssimo observamos como o fato de o falante não saber o nome do objetivo já o faz sentir uma hierarquização àquele que o vende. A língua se constrói como um exercício de poder na medida que um tem a capacidade de ponderar inferências e jogos com cada um dos elementos comunicativos.
Em resposta à Claudia Capello

Re: Língua é poder?

por Alex Jorge Ferreira de Souza -
O uso da língua se torna um exercício de poder quando a linguagem é tão complicada que exclui quem não tem familiaridade com ela, como acontece nos processos jurídicos. Termos técnicos e palavras em desuso dificultam o entendimento para quem não é da área, o que faz com que muitas pessoas desistam de ler ou dependam de ajuda para compreender o que está escrito. Isso dá mais controle a quem domina esse tipo de linguagem, deixando advogados e juízes no papel de "tradutores" e com uma posição de vantagem. Em vez de permitir que todos entendam e participem das decisões, a linguagem usada acaba criando uma barreira, o que reforça o poder de quem tem acesso e conhecimento para interpretá-la.
Em resposta à Claudia Capello

Re: Língua é poder?

por Elaine Di Carlantonio Carvalho -
Através do abordado na aula, é entendido que a intenção na comunicação envolve um complexo processo na transmissão da mensagem, sendo imprescindível que emissor e receptor dominem o código no qual ela é construída. No exemplo trazido por Luis Fernando Veríssimo aborda a importância de saber comunicar o que você quer, porém, em contrapartida para quem o nosso jurídico escreve? Com quem os médicos querem se comunicar? São formas de exercício de poder, pois o contexto e a situação a que a mensagem se refere, interferem fortemente no entendimento do que se pretende comunicar, pois, nesse momento, a vivência de cada um dos envolvidos no processo estabelece formas variáveis de compreensão, podendo ocorrer ruído na comunicação. É o uso de termos desconhecidos pelo interlocutor, com o objetivo de estabelecer em relação a ele uma escala de poder, a partir de situações de ascendência e dominação.
Outro exemplo sobre as relações de poder a partir dos códigos de comunicação está no debate político. Recentemente um debate proposto pela esquerda sobre o fim da escala de trabalho 6x1 movimentou bastante as redes sociais e trouxe reflexões sobre o mundo do trabalho. A esquerda, com um discurso historicamente acadêmico e professoral, distante da realidade da maioria das pessoas, mostrou que a capacidade de se comunicar com as massas e com a classe trabalhadora passa também pela linguagem utilizada e o tema em questão. Em suma, rotinas de trabalho exaustivas afetam milhões de brasileiros de orientações políticas diversas, porém, o tema, os exemplos utilizados sobre a direito ao lazer, ao descanso e para um mundo além da trabalho aumentaram o poder de comunicação e reflexão acerca do tema.