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Língua é poder?

Língua é poder?

Língua é poder?

por Claudia Capello - Número de respostas: 16

Como e em que circunstâncias o uso da língua se torna uma forma de exercício de poder?

A partir das informações dadas nesta aula, poste no fórum seu ponto de vista sobre a reflexão proposta.


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Re: Língua é poder?

por Eric Massad Poubel -
O uso da língua pode se tornar uma forma de exercício de poder quando o emissor da mensagem utiliza intencionalmente termos desconhecidos pelo receptor. Isso pode ocorrer em situações onde o emissor possui interesse em demonstrar autoridade/superioridade em relação a determinado grupo ou de dificultar o entendimento da mensagem, causando uma interpretação errada por parte do interlocutor com a finalidade de manipulá-lo.
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Re: Língua é poder?

por Bernardo Gazio Ortega Tavares -
A língua pode ser usada para exercer poder de várias formas. Por exemplo, quem controla a maneira como a informação é repassada pode influenciar como as pessoas veem as coisas, pode facilmente manipular a informção, uma espécie "telefone sem fio". Também pode reforçar hierarquias sociais, usando até a religião para tal, como quando certos grupos usam termos técnicos para manter o poder. Além disso, pode criar um senso de pertencimento e excluir quem não fala da mesma forma. Saber negociar e persuadir com a língua dá a alguém a capacidade de influenciar decisões e comportamentos, gerando assim "poder".
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Re: Língua é poder?

por Vitor Ribeiro Correia -
Como desenvolvido nas leituras anteriores, a língua tem intencionalidade, e a mesma é construída por diversos fatores mentais e simbólicos para que possa ser efetivada. No momento que o emissor tem a intenção e o preparo, ao qual ele acredita ser mais privilegiado que a do receptor, o mesmo se apropria de ferramentas "nichadas" de sua área para confundir o próximo, assim mostrando superioridade. Porém, caso não houvesse uma hierarquia cultural que afirmasse o privilégio desse emissor, ambos os lados poderiam construir mensagens com a mesma intenção, porém, no Brasil atualmente, um lado seria marginalizado e o outro não.

Um exemplo recente: Durante uma visita a um familiar internado em um hospital público. Ao chegar na sala, presencio um profissional do hospital "humilhando" o familiar com tom de voz elevado, termos complicados e hierarquia; Após a minha intervenção, notificando o abuso daquela cena, usando um tom mais baixo, porém, com total domínio dos termos e técnicas comunicativas devido ao acesso ao ensino superior, o profissional "abaixa a bola", demonstrando "respeito de igual".
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Re: Língua é poder?

por Thaiane Catarino da Costa -
O uso da língua pode se transformar em um exercício de poder quando o emissor, em vez de buscar uma comunicação clara e eficaz, utiliza a linguagem para demonstrar superioridade. Ao intencionalmente causar confusão ou dificultar o entendimento da mensagem, o emissor manipula a comunicação para controlar ou humilhar o receptor. Esse tipo de prática pode ocorrer em interações entre diferentes grupos socioeconômicos, com o objetivo de fazer com que o receptor, incapaz de decodificar a mensagem, se sinta inferior ou desprestigiado. Esse uso da linguagem reflete uma dinâmica de poder que reforça desigualdades sociais e culturais.
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Re: Língua é poder?

por Leticia Campos Kuster -
O uso da língua se torna uma forma de exercício de poder quando o emissor da mensagem se utiliza da língua culta, que é normalmente pouco falada pelo grande público, para impor uma superioridade como se o português falado corretamente fosse "superior". Com isso o emissor muitas vezes não é compreendido por usar termos pouco conhecido pelo grande público, fazendo com que este último se sinta inferior por não compreender a mensagem.
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Re: Língua é poder?

por Emilly Veiga Venancio -
O uso da língua se torna um exercício de poder quando é utilizada, por exemplo, como uma ferramenta de exclusão social, por meio de jargões técnicos que somente o profissional ou quem tem conhecimento da área sabe. Esse exemplo pode ser aplicado ao jornalismo, que deve sempre ter cuidado com a forma de escrever ou noticiar algo, buscando clareza e fluidez para garantir que o maior número possível de pessoas compreenda a informação. Além disso, o jornalismo é um bom exemplo de como o uso da língua pode ser um exercício de poder, pois, dependendo de como utiliza sua capacidade de comunicação, ele pode moldar narrativas, controlar a informação e influenciar percepções públicas. A escolha de termos, o tom e a ênfase de certas notícias em detrimento de outras, podem influenciar diretamente a forma como o público percebe eventos e questões.
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Re: Língua é poder?

por Lyandra Dalle`Crode Pralon -
A língua pode se transformar em uma forma de exercício de poder quando o emissor utiliza de uma comunicação inadequada para o entendimento do receptor de forma proposital. Para nos comunicarmos, é importante reconhecer que as pessoas têm diferentes níveis de entendimento da língua. Quando em situações de processos jurídicos, como citadas na aula, ou em que o emissor deseja demonstrar autoridade, ele utiliza de termos desconhecidos pelo receptor, a fim de afirmar essa posição de superioridade, causando confusão e desconforto em quem recebe a mensagem.

Concordo com a Emilly na questão do jornalismo. Na hora de transmitir uma informação, é importante que o jornalista saiba a maneira correta de se comunicar para transmitir uma mensagem clara e informativa para todos os tipos de público a fim de não causar uma segregação.
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Re: Língua é poder?

por Petrin Martins Ribeiro -
O exercício de poder prevê uma relação entre os agentes envolvidos que disputam um espaço a ser ocupado. Essas relações nem sempre são simétricas, ou seja, os agentes não partem da mesma posição perante a situação. Dessa forma, ao se utilizar a língua como instrumento de poder, presenciamos uma situação a qual o que está em jogo é a dominação entre os agentes que exercem um poder qualquer. Para além disso, a língua enquanto manifestação de poder pode delimitar que pode ou não ser enunciado, o que pode ou não ser codificado. Há uma séria consequência envolvendo a liberdade de manifestação do interlocutores sobre qualquer referente. E como esse processo comunicativo também um espaço de poder, leva a uma disputa pela capacidade de compreender o mundo. É assim que ao lançar mão a diversos termos que circulam em contextos específicos, como economia, política, religião etc, a intenção de não se comunicar efetivamente se transforma não como ruído mas como intenção de afastar o leigo do contexto. De colocar o interlocutor em um espaço possível de controlar a informação necessária para mantê-lo neste espaço. Espaço esse imprescindível para o exercício do poder pleno, visando não a disputa, mas uma dominação.
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Re: Língua é poder?

por Kaio dos Santos Machado -
A língua pode se tornar um exercício de poder quando é usada para excluir ou dificultar o acesso à informação. Em contextos jurídicos, por exemplo, o uso de termos complexos ou arcaicos pode afastar o interlocutor comum, criando uma barreira de compreensão que favorece aqueles que dominam o "código" especializado. Esse fenômeno pode ocorrer em diversas áreas, como na ciência, medicina e política, onde o vocabulário específico cria uma hierarquia de conhecimento. Nesse sentido, o uso da língua pode reforçar desigualdades, pois quem controla a linguagem muitas vezes controla a maneira como as informações são transmitidas e compreendidas.
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Re: Língua é poder?

por Lucas Domingues Maffort -
Quem controla a forma como a informação é transmitida pode influenciar percepções e reforçar hierarquias sociais. Em vez de buscar uma comunicação clara, alguns podem usar a linguagem para demonstrar superioridade, criar confusão ou dificultar o entendimento, manipulando a mensagem para controlar o contexto. Isso é evidente em áreas como o direito e a medicina, onde são utilizados termos técnicos que muitas vezes não fazem parte do cotidiano das pessoas fora desses contextos. Assim, o uso da língua não apenas reflete, mas também reforça desigualdades, mostrando como a dominância da linguagem pode se transformar em uma forma de poder.
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Re: Língua é poder?

por Kayanne Cavalcanti Werneck Andrade -
O uso da língua como já foi discutido no modulo 1 tem infinitar possibilidades e nesse caso como forma de exercício de poder também. A partir do entendimento sobre a intenção comunicativa o poder na língua estaria na intencionalidade de quem entende a possibilidade de "uso" da língua e usa ao seu favor a fim de dominar um grupo ou pessoa no sentido individual. A discussãoo sobre os ruídos na comunicaçao podem intencionalmente no exercicio de poder ser manueseados a fim de ruidos alem de fisicos, psicologicos, mas sim culturais no sentido de sobrepor uma cultura a outra ou em outros cenários de ruidos na comunicaçao para o poder. O uso da lingua como forma de exercicio de poder, portanto, se desenha quando o emissor entende o leque de viabildiades da lingua e nas circuntancias de afastamento de um grupo ou individuo de um entendimento ao construir ruidos para efetivar a dominaçao.
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Re: Língua é poder?

por Joao Roberto Barbosa de Oliveira Silva -
O uso da língua pode se tornar um exercício de poder quando, deliberadamente, um emissor utiliza de artifícios linguísticos que visam precarizar a capacidade de compreensão do receptor. Utilizando de linguagem extremamente rebuscada ou até de um meio de comunicação que seja estranho a quem recepta a mensagem, como no caso de se utilizar de mensagens de texto ou e-mail com alguém não tem familiaridade com o mundo digital. Nesse contexto, o emissor visa enfraquecer, contextualmente, a posição do receptor e se colocar numa posição de superioridade na relação com a língua.
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Re: Língua é poder?

por Kauhan Carvalho de Sant` Ana Fiaux -
A língua pode se tornar um meio para exercício de poder quando o emissor da mensagem utiliza termos difíceis da linguagem, principalmente quando o emissor tem ciência que o receptor ficará confuso com a mensagem. Como visto nos exemplos do tópico, alguns documentos jurídicos utilizam muito desses artifícios, o que torna a comunicação difícil para o receptor. Além disso, o uso de palavras difíceis também serve como forma de rebaixar o receptor da mensagem. Para mim, esse tipo de comuniação é prejudicial e exclui pessoas. Sou estudante de Jornalismo e, no estudo da comunicação, aprendemos que quanto mais simples for uma mensagem, mais ela será difundida e interpretada.
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Re: Língua é poder?

por Elisa Travassos de Sao Tiago -
O uso da língua como uma forma de exercício de poder pode ser encontrado em muitos momentos cotidianos. Em algumas situações, ele ocorre quando o emissor se utiliza de palavras pouco utilizadas pela maioria de um povo com um receptor que ele sabe que não as domina. Dessa forma, o primeiro pode gerar uma falsa sensação de superioridade em si mesmo e um desconforto ou sensação de inferioridade no segundo. Esse tipo de situação também pode ser utilizada para confundir ou manipular o receptor da mensagem, uma vez que o emissor pode mascarar o sentido dessa mensagem com palavras desconhecidas e uma forma frasal complexa. Em outra situação, os veículos que emitem informações diárias também podem mascarar suas mensagens, passando uma versão exagerada ou até distorcida da situação real com o uso da língua para gerar reações específicas dos receptores. Ao realizar a escolha lexical, o sentido principal da mensagem pode ser alterado, exagerado ou mascarado de acordo com as intenções do emissor.
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Re: Língua é poder?

por Marcos Vinícius Feliciano Ribeiro -
O uso da língua é calçado, assim como dito no módulo 1, no contexto em que as pessoas vivem, o que vai muito além de apenas saber ler e escrever. Assim, ao existir uma relação de poder em uma sociedade, ela molda tudo aquilo que vive em volta dela, como, por exemplo, o vocabulário das pessoas. Com isso, é visível como usar um vocábulo específico em uma conversa pode reforçar uma estrutura que já exista na sociedade. Como amostra disso, temos os jargões da advocacia, conhecidos por apenas aqueles que vivem o cotidiano deles entender, fazendo com que em um tribunal, por exemplo, apenas os que trabalhem ali entendam o que está acontecendo, diferente de uma locução jornalística, que precisa se dobrar para que o máximo de pessoas entendam a mensagem transmitida.
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Re: Língua é poder?

por Catarina Ribeiro Carneiro de Araujo -
Certamente o uso de termos mais rebuscados e jurídicos é algo necessário em algumas esferas burocráticas da comunicação. No português por exemplo, há contextos em que devemos respeitar os pronomes de tratamento cada qual relacionado a uma figura de poder. Como o uso de “Meritissimo" para juízes ou “Vossa Excelência" para presidentes, embaixadores, ministros etc. Sobretudo, há também os indivíduos que em uma tentativa de se colocar em um patamar elevado dentro das relações sociais, usam termos rebuscados sem haver de fato uma necessidade, como se por saberem termos não tão conhecidos fossem superiores.