A partir da reflexão proposta pelos materiais, é possível dizer que a língua é um instrumento de poder nas mais variadas circunstâncias. Em primeiro ponto, de modo mais geral, se o processo de comunicação se inicia com a intenção do emissor em expressar seus sentimentos, expectativas e vontades, aquele ou aquela que melhor comunica suas vontades de forma que sejam compreendidas, já se destaca frente a outros que não conseguem efetivamente esse processo.
Além disso, quando pensamos na realidade brasileira tomada pela desigualdade socioeconômica, a língua não pode ser desconsiderada nessa dinâmica de poder. Seja pelo acesso a empregos melhores, mais dignos, com salários mais elevados que são reservados para uma parcela da população que teve acesso a educação, com domínio da norma culta, seja pela comunicação política que, em alguns casos, buscam persuadir eleitores com discursos bonitos e bem elaborados em propagandas voltado para transformações, que por sua vez, escondem intenções de manutenção do status quo.
Por fim, uma circunstância clara em que a língua é instrumento de poder é no âmbito do Direito. Desde a sua origem na Grécia antiga com os sofistas que pregavam que não importava necessariamente a verdade em si, mas sim, a forma como ela era apresentada. Dessa forma, no contexto jurídico é formado por pessoas que dominam o código e a língua e somente elas podem representar interesses de pessoas que não o entendem, criando assim, uma certa dependência. Não menos importante, as palavras complexas utilizadas nesse meio carregam certo status, atribuindo prestígio e superioridade a quem as utiliza.