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Língua é poder?

Língua é poder?

Língua é poder?

por Raquel Villardi - Número de respostas: 15

Como e em que circunstâncias o uso da língua se torna uma forma de exercício de poder?

A partir das informações dadas nesta aula, poste no fórum seu ponto de vista sobre a reflexão proposta.


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Re: Língua é poder?

por Nicolli Ramos de Sousa -
A língua sempre foi uma forma de poder desde o surgimento da sociedade. Junto com os meios de comunicação, como a leitura e a escrita, ela foi historicamente utilizada, explorada e exercitada por pessoas que ocupavam posições de destaque dentro de um grupo, como líderes, sacerdotes e outros representantes. Esse poder da língua é evidente em nossa sociedade atual, onde o preconceito linguístico e a marginalização são comuns. Pessoas de baixa renda, por exemplo, raramente têm acesso a oportunidades educacionais que proporcionam um bom domínio da língua. Além disso, a regionalização e a cultura local influenciam fortemente o uso e a percepção da língua. O uso culto e formal da língua, geralmente, é reservado para aqueles que ocupam bons empregos ou cargos altos, reforçando a ideia de que a língua é uma ferramenta de poder e exclusão social.
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Re: Língua é poder?

por Layana Louise Carneiro Canuto -
A língua e o poder estão intrisicamente ligados. Além moldar e perpetuar as relações sociais, o uso da língua como ferramente de comunicação e forma de exercício de poder se manifesta de distintas maneiras e de acordo com o contexto. A linguagem pode ser usada para moldar a opnião pública, manipular e legitimar o poder de determinados grupos. Além disso, em determinadas circustãncias, a linguagem pode ser usada para mobilizar massas, desempenhando um grande papel na alienação e relações de poder.
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Re: Língua é poder?

por Jessica Alves da Luz Neves -
A língua portuguesa pode se tornar um exercício de poder quando podemos compreender de forma clara o que o interlocutor quer dizer, bem como nos textos escritos e em diferentes gêneros textuais, através do domínio da ortografia da Língua Portuguesa. Por exemplo, quando reconhecemos o que a outra pessoa quer dizer por meio da fala ou até mesmo o entendimento de charges, memes e tirinhas.
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Re: Língua é poder?

por Maria Eduarda Silva Brasil -
O poder e a língua andam lado a lado. A comunicação é mais uma de muitas ferramentas usadas para conquistar ou demostrar poder. Por exemplo, percebemos que há um certo preconceito linguístico em relação à grupos sociais específicos, isso porque julgam a partir de onde o comumicador fala, sua condição socioeconômico e a partir daí seu comportamento. Podemos confirmar essa afirmação a partir de novelas, onde pessoas nordestinas são tratadas a partir de esteriótipos enquanto pessoas sudestinas são mostradas de um modo mais amplo - além de esteriótipos.
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Re: Língua é poder?

por Luma Brandes Nogueira -
É bastante comum no meio jurídico a língua ser usada como um exercício de poder, com a escolha do uso de termos mais específicos do meio, que advogados e juízes compreendem, mas seus clientes não. Utilizar esses termos causa um ruído na comunicação, pois o interlocutor não vai compreender esses termos e acabar gerando uma situação de dominância. Mas não é somente no meio jurídico que isso acontece; pessoas com diferenças socioculturais também podem gerar ruído na comunicação e muitas vezes propositadamente, para demonstrar domínio.
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Re: Língua é poder?

por Livia Goncalves Reis -
A língua é constantemente utilizada como forma de poder. Sabemos que o sistema capitalista é moldado sobre desigualdades, as quais podem ser mantidas de diversas formas para além da econômica, como através do uso da língua. Para questionar nossa realidade, é necessário ser capaz de compreender o cenário ao redor. Nesse contexto, a língua se apresenta como uma forma de manutenção de poder. A utilização de um discurso rebuscado e complexo afasta as camadas mais pobres e, consequentemente com menor acesso à educação, de debates importantes. Seja no âmbito político, jurídico e até mesmo em oportunidades de acesso à graduação (como em editais) ou ao mercado de trabalho, a forma de se comunicar já seleciona previamente o perfil das pessoas que serão aceitas ou terão acesso a esses ambientes. Por exemplo, em um processo seletivo de cotas, como o que ocorre na UERJ, o candidato deve ser capaz de compreender a mensagem transmitida no edital para alcançar e assegurar seu direito de acesso à graduação através das vagas reservadas. Um candidato que não compreenda de forma plena o que está sendo dito corre o risco de perder seu direito. Dessa maneira, as desigualdades são reforçadas e as relações de poder são asseguradas, mantendo as minorias cada vez mais distantes de posições de poder.
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Re: Língua é poder?

por Anna Karolinne de Holanda Ribeiro -
A partir do material lido, é possível assumir que a língua pode ser utilizada como uma forma de exercer poder sobre outros. Isso porque o processo de comunicação sofre a interferência da intenção comunicativa do emissor. Quando esse emissor pretende utilizar a língua como um instrumento para exercício desse poder, é possível que isso aconteça, a depender dos códigos usados por ele para estabelecer esse processo e também da expectativa que ele coloca sobre o que o receptor é capaz ou não de compreender. Ao utilizar a língua de maneira rebuscada, com palavras pouco conhecidas, por exemplo, um emissor pode comprometer o entendimento de um receptor que não as conheça, o que mostra que sua intenção comunicativa pode estar atrelada a um restrito nível e núcleo social. O uso da língua como uma forma de exercício de poder, portanto, pode ocorrer com alguns objetivos, como maneira de exercer controle social e político, reforçar hierarquias, manipular, persuadir, educar ou discriminar receptores, negociar, entre outros. Em suma, a língua está sendo sempre usada dessa forma, pois todas as relações sociais são permeadas também por relações de poder, que sofrem influência de contextos sociais, políticos, econômicos e culturais diversos.
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Re: Língua é poder?

por Julia Sampaio Mendes de Assis -
A partir da reflexão proposta pelos materiais, é possível dizer que a língua é um instrumento de poder nas mais variadas circunstâncias. Em primeiro ponto, de modo mais geral, se o processo de comunicação se inicia com a intenção do emissor em expressar seus sentimentos, expectativas e vontades, aquele ou aquela que melhor comunica suas vontades de forma que sejam compreendidas, já se destaca frente a outros que não conseguem efetivamente esse processo.

Além disso, quando pensamos na realidade brasileira tomada pela desigualdade socioeconômica, a língua não pode ser desconsiderada nessa dinâmica de poder. Seja pelo acesso a empregos melhores, mais dignos, com salários mais elevados que são reservados para uma parcela da população que teve acesso a educação, com domínio da norma culta, seja pela comunicação política que, em alguns casos, buscam persuadir eleitores com discursos bonitos e bem elaborados em propagandas voltado para transformações, que por sua vez, escondem intenções de manutenção do status quo.

Por fim, uma circunstância clara em que a língua é instrumento de poder é no âmbito do Direito. Desde a sua origem na Grécia antiga com os sofistas que pregavam que não importava necessariamente a verdade em si, mas sim, a forma como ela era apresentada. Dessa forma, no contexto jurídico é formado por pessoas que dominam o código e a língua e somente elas podem representar interesses de pessoas que não o entendem, criando assim, uma certa dependência. Não menos importante, as palavras complexas utilizadas nesse meio carregam certo status, atribuindo prestígio e superioridade a quem as utiliza.
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Re: Língua é poder?

por Lara Siqueira Gomes da Cunha -
O uso da língua se torna uma forma de exercício do poder quando há a intenção de restringir a comunicação a um determinado público, de forma que um grupo em geral não compreenda tal interação. Historicamente, a língua foi tida com um exercício de poder, pois em um tempo não muito distante, poucas pessoas tinham acesso aos aprendizados formais da língua, como a leitura e a escrita. Esse fator restringe a participação ativa de muitos indivíduos na sociedade, que é feita e pensada apenas nas pessoas letradas. Ainda nos dias atuais, a língua é utilizada com frequência para estabelecer o poder de uma classe, deslegitimando toda uma sociedade, e mesmo com uma maior acessibilidade ao uso da língua oral e escrita, são criadas formas de individualiza- lá. Como por exemplo, em literaturas clássicas, que utilizam uma linguagem pouco popular, alcançando um público restrito.
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Re: Língua é poder?

por Helo Gouveia Alfradique -
A língua e o poder têm uma conexão histórica e social. Ela era utilizada, por exemplo, pelos filósofos sofistas na Grécia Antiga, a.C, em uma época em que os cidadãos pagavam para aprender como falar bem, pois era uma característica importante no contexto local. Sendo assim, a língua pode ser utilizada de forma persuasiva para obter algo de interesse pessoal e/ou coletivo. Além disso, respondendo o questionamento, ela se torna uma forma de exercício de poder em diversos contextos, por exemplo, em ambientes jurídicos. Um juiz, ao proferir em sua assembleia, estará dirigindo a palavra a pessoas que têm os mesmos interesses, hábitos, e está inserido na mesma área, o direito. Essas pessoas presentes na assembleia, portanto, irão compreender o que está sendo dito. Porém, se esse juiz decidir utilizar a mesma linguagem fora do contexto jurídico, ele irá ser incompreendido por pessoas leigas. É nesse sentido que a língua se torna um exercício de poder, ao utilizar o conhecimento não obtidos por todos, para determinados objetivos.
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Re: Língua é poder?

por Nathalia Costa Reis -
A língua se torna um exercício de poder a partir do momento que o locutor passa uma mensagem através de um meio que sabe que só parte dos receptores irá compreender. Isso significa que, através da linguagem, ele seleciona preferencialmente só aqueles quem possuem o mesmo conhecimento que o locutor, ou mais conhecimentos que o próprio, para contestar o conteúdo de suas informações. Como conhecimento é uma forma de poder, restringir propositalmente o conhecimento para um receptor é tirar a capacidade de resposta dele de acordo com a informação, o que significa menos barreiras para as ações do emissor.
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Re: Língua é poder?

por Ray Gomes Cabral -
No Serviço Social o bojo da ação do profissional é o atendimento às pessoas socialmente vulneráveis, muitas vezes desprovidas de qualquer conhecimento sobre a língua portuguesa. O indivíduo que procura uma instituição social visando resolver seu problema será comunicado pelo assistente social sobre seus direitos.
Entretanto, um profissional descomprometido eticamente com a profissão pode utilizar uma linguagem rebuscada ou excessivamente técnica no diálogo com a pessoa que procurou aquela instituição. Exercendo, portanto, um controle sobre aquele usuário, na medida em que dificulta o entendimento desse indivíduo acerca dos seus direitos. Tornando-o, assim, mais dependente da boa vontade daquele profissional.
Creio que esse exemplo dado seja análogo às das tirinhas sobre o vocabulário jurídico.
Efetivamente, em ambos os casos, o uso de palavras requintadas torna a pessoa com pouco conhecimento sobre a lingua portuguesa dependente de outra pessoa.
Além disso, a linguagem também pode ser utilizada como estratégia de opressão, onde um determinado grupo social tenta impor ao conjunto da sociedade a visão que julga ser a correta sobre a forma como a língua portuguesa deve ser usada.
Quantos jovens da periferia são caracterizados como bandidos por falarem gírias ou um determinado tipo de vocabulário? Ou migrantes (sic) que são alvo de deboche por usarem seu dialeto local?
Desse modo a linguagem pode servir como um instrumento de poder para se moldar a sociedade, homogeneizando-a.
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Re: Língua é poder?

por Mariana Lopez Ferraz -
O uso da língua pode se tornar uma forma de exercício de poder em várias circunstâncias, pois a linguagem não é apenas um meio de comunicação, mas também uma ferramenta que pode influenciar, persuadir, dominar ou excluir. Quando certos grupos determinam o que é considerado "correto" em termos de linguagem, eles estão exercendo poder. Por exemplo, a padronização de uma língua em uma nação pode favorecer certos dialetos ou sotaques em detrimento de outros, reforçando hierarquias sociais e políticas. Além disso, a língua pode ser usada para excluir ou marginalizar indivíduos ou grupos que não dominam o idioma dominante ou padrão. Isso é evidente em contextos como escolas, locais de trabalho, e até mesmo em sistemas jurídicos, onde a falta de fluência pode limitar o acesso a oportunidades, direitos, ou serviços.
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Re: Língua é poder?

por Felipe Paixao Mendes Ferreira -
A linguagem, mais do que um simples meio de comunicação, é um poderoso instrumento social que molda realidades e relações de poder. Através das palavras, construímos identidades, legitimamos instituições e influenciamos comportamentos.

Historicamente, a linguagem tem sido utilizada para dominar, excluir e manipular. A imposição de uma língua sobre outra, por exemplo, é uma forma de dominação cultural que silencia e marginaliza grupos minoritários. Além disso, a linguagem pode ser usada para criar barreiras sociais, excluindo pessoas por meio de jargões ou códigos específicos. A mídia, a política e a publicidade são campos onde a manipulação da linguagem é evidente, moldando a opinião pública e direcionando comportamentos.

No entanto, a linguagem não é estática e pode ser utilizada para fins positivos. A conscientização sobre o poder das palavras permite que desafiemos discursos dominantes, promovamos a inclusão e construamos uma sociedade mais justa e equitativa. A linguagem inclusiva, por exemplo, valoriza a diversidade e busca eliminar preconceitos. Ao compreender o papel da linguagem na construção da realidade social, podemos utilizar essa ferramenta para transformar o mundo ao nosso redor.
Em resposta à Raquel Villardi

Re: Língua é poder?

por Clara Torres da Silva -
A língua tem sido utilizada como uma ferramenta de poder desde os primórdios da civilização. Historicamente, o colonialismo exemplifica isso, ao subjugar a identidade dos povos nativos com o objetivo de impor sua própria cultura, apagando a identidade e a cultura desses povos.

Atualmente, a linguagem continua sendo usada para o controle de narrativas, especialmente em contextos políticos e midiáticos, onde o discurso dominante constrói a percepção da realidade. A padronização da língua também pode reforçar divisões sociais, conferindo uma sensação de ‘’poder’’ aqueles que dominam a norma culta, enquanto excluí ou marginaliza as variedades regionais e populares.