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Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo - Número de respostas: 21

Olá, pessoal

Este é o espaço para postarem as respostas às questões propostas para a reflexão, a partir da leitura e estudo do conteúdo das nossas aulas.

Bom trabalho!


Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Renan Lima de Oliveira da Silva -
Respondendo a primeira questão:

Quando olhamos o sujeito como consumidor passivo da informação na rede, diversas relações de poder emergem, revelando a complexidade das dinâmicas contemporâneas de informação e comunicação.
Com relação com Empresas e Plataformas Digitais: o sujeito passivo serve, em primeiro lugar, às empresas e plataformas digitais que operam na rede. Ao consumir informação sem verificação, o usuário frequentemente contribui para a geração de tráfego e engajamento nas plataformas, o que é fundamental para os modelos de negócios baseados em publicidade e monetização de dados. Essas plataformas coletam dados sobre o comportamento e as preferências dos usuários para segmentar anúncios e gerar receita. O comportamento passivo e a disseminação sequencial de informações ajudam a amplificar o alcance e a visibilidade de conteúdos, muitas vezes alimentando algoritmos que priorizam informações sensacionalistas ou polarizadoras para maximizar o engajamento.

Com relação com Produtores de Conteúdo e Influenciadores:

Os produtores de conteúdo e influenciadores se beneficiam da disseminação de informações sem verificação, pois isso aumenta sua visibilidade e influência. Informações não verificadas ou controversas podem atrair mais atenção e compartilhamentos, o que, por sua vez, fortalece a posição e o poder dos criadores de conteúdo na rede. Esse fenômeno pode levar à criação de bolhas de informação e à polarização, onde as visões extremas ganham mais destaque e influência.

Relação com Desinformação e Manipulação:

A falta de verificação e filtro também alimenta a desinformação e a manipulação. Informações incorretas ou distorcidas podem se espalhar rapidamente, moldando a opinião pública e criando narrativas que servem a interesses específicos, como agendas políticas ou ideológicas. Nesse contexto, o sujeito passivo contribui, sem saber, para a agenda de atores que buscam manipular a opinião pública. Esses atores podem ser grupos políticos, entidades de lobby ou qualquer outro agente interessado em influenciar o comportamento e as percepções do público.

Relação com o Sistema de Poder Global:

Em uma perspectiva mais ampla, o comportamento passivo do consumidor de informação serve ao sistema de poder global que se baseia na circulação massiva de dados e na manipulação da opinião pública. A capacidade de influenciar e direcionar o comportamento das massas através da informação se torna uma ferramenta poderosa para a manutenção e a expansão do poder econômico e político. A falta de verificação e a aceitação automática de informações sem questionamento garantem que as narrativas dominantes prevaleçam e que a mudança de opinião seja mais facilmente manipulada.

Relação com o Princípio da Viralidade

O fenômeno da viralidade também está intrinsecamente ligado ao comportamento passivo. Ao compartilhar e disseminar informações sem uma análise crítica, o sujeito amplifica a viralidade do conteúdo, o que pode ter implicações diversas, desde a propagação de informações úteis até a disseminação de conteúdo prejudicial ou enganosamente sensacionalista. Neste contexto, o sujeito serve ao princípio da viralidade que, muitas vezes, prioriza o impacto emocional sobre a veracidade da informação.

O sujeito como consumidor passivo da informação e disseminador sem checagem serve a uma rede complexa de interesses econômicos, políticos e sociais. Ele contribui para o funcionamento e o lucro das plataformas digitais, fortalece a influência de criadores de conteúdo e influenciadores, alimenta a disseminação de desinformação e manipulação, e reforça o sistema de poder global que se baseia na manipulação de dados e na percepção pública. A responsabilidade pela verificação e pelo filtro da informação é crucial para transformar esse papel passivo em um mais ativo e consciente, ajudando a mitigar os impactos negativos e a promover uma comunicação mais informada e crítica.

Em relação ao segundo ponto a ser dissertado:

Romper com o “efeito manada” e transformar-se em um agente ativo na produção de conhecimento dentro do vasto fluxo de informação da rede é um desafio significativo, mas é essencial para evitar a simples reprodução de informações e contribuir de forma construtiva para o conhecimento coletivo. Aqui estão algumas estratégias e práticas para se tornar um agente de transformação, mesmo em um ambiente saturado de dados:

Desenvolver o Pensamento Crítico:

Análise e Questionamento: Em vez de aceitar passivamente as informações, pratique o pensamento crítico. Questione a origem das informações, verifique os fatos, e considere diferentes perspectivas. Pergunte-se sobre a credibilidade das fontes, o contexto em que as informações são apresentadas e as possíveis agendas por trás delas.

Educação e Capacitação: Investindo em educação e treinamento sobre alfabetização midiática e informação. Aprender a reconhecer e combater viéses cognitivos, desinformação e manipulação ajuda a desenvolver uma mentalidade mais crítica e analítica.

Criar e Compartilhar Conteúdo de Qualidade:

Produção de Conteúdo: Em vez de apenas consumir, contribua com a produção de conteúdo baseado em evidências e análises aprofundadas. Use suas habilidades para criar artigos, vídeos, blogs ou podcasts que forneçam valor real, sustentado por pesquisa e verificação.

Fonte e Referência: Certificando de que seu conteúdo é bem fundamentado e referenciado. Utilize fontes confiáveis e documente sua pesquisa para ajudar a elevar o padrão de informação na rede.

Utilizar Ferramentas e Recursos Tecnológicos:

Ferramentas de Verificação: Utilizando ferramentas e aplicativos de verificação de fatos e checagem de informações, como Snopes, FactCheck.org, e extensões de navegador que ajudam a identificar notícias falsas e verificar fontes.

Agregadores de Conteúdo: Usando agregadores e plataformas que promovem conteúdo de alta qualidade e verificável. Estes serviços muitas vezes filtram e destacam informações confiáveis, ajudando a evitar a propagação de desinformação.

Participando Ativamente em Comunidades Críticas:

Engajamento em Comunidades: Participando de comunidades online e offline que promovam debates informados e a troca de conhecimento. Grupos e fóruns que se dedicam a discussões aprofundadas e críticas podem ser ótimos para compartilhar e refinar suas próprias ideias e aprender com os outros.

Colaboração e Rede: Colaborando com outros indivíduos e grupos que compartilham uma visão de responsabilidade e verificação na disseminação de informações. A construção de redes com profissionais e especialistas pode ajudar a criar um ecossistema de informação mais robusto e confiável.

Promover a Educação e a Consciência:

Educação para o Público: Engajando-se em iniciativas que promovam a alfabetização midiática e a educação sobre a importância da verificação de informações. Workshops, seminários e campanhas de conscientização podem ajudar a aumentar a compreensão do público sobre como lidar com o excesso de informação.

Modelagem de Comportamento: Sendo um exemplo de boas práticas ao consumir e compartilhar informações. Mostrando aos outros como aplicar o pensamento crítico e a verificação de fatos, influenciando positivamente o comportamento coletivo.

Implementar Estratégias de Filtragem Pessoal

Curadoria de Conteúdo: Desenvolvendo suas próprias estratégias de curadoria de conteúdo. Configure alertas, siga fontes confiáveis e use ferramentas de agregação para filtrar informações relevantes e de qualidade.

Rotinas de Verificação: Estabelecendo rotinas para revisar e verificar as informações antes de aceitá-las ou compartilhá-las. Isso pode incluir verificar várias fontes, consultar especialistas e buscar evidências adicionais.

Assim, romper com o “efeito manada” e transformar-se em um agente ativo na produção de conhecimento exige um compromisso com a verificação, a educação e a criação de conteúdo de qualidade. Ao adotar uma abordagem crítica e utilizar ferramentas tecnológicas eficazes, é possível não apenas consumir informações de maneira mais consciente, mas também contribuir significativamente para um ambiente informativo mais saudável e construtivo. A responsabilidade de transformar a maneira como interagimos com a informação na era digital é um passo crucial para promovermos um conhecimento mais autêntico e valioso.
Em resposta à Renan Lima de Oliveira da Silva

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Renan,

Excelente resposta. Você admitiu que é um assunto complexo, mas conseguiu chegar em pontos cruciais que envolvem a questão proposta. Toda essa reflexão foi feita de forma pioneira pelos autores Castells e Levy sobre a Sociedade em Rede e Cibercultura como você deve ter lido nos materiais das aulas. Você conseguiu trazer pra atualidade e transportar alguns conceitos previstos pelos autores.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Roberta Cafiero Marinho Nassar -
Na era digital, os usuários que consomem informação passivamente e a dissemina sem checagem reforça relações de poder que beneficiam plataformas e criadores de conteúdo. Segundo Manuel Castells, as pessoas constroem as suas próprias redes desde o princípio, elas produzem as suas próprias mensagens e, ao mesmo tempo, são remetentes de mensagens e receptores de mensagens.

Segundo Castells, algoritmos de redes sociais priorizam conteúdos que geram mais engajamento, muitas vezes sensacionalistas, amplificando a influência de quem os produz e consolidando seu poder sobre as percepções públicas. Esse consumo passivo contribui para a propagação de desinformação e manipulação.

Para romper com o "efeito manada" e se tornar um produtor ativo de conhecimento, é crucial adotar uma abordagem crítica e proativa. Meyer sugere que a alfabetização midiática é essencial para avaliar a credibilidade das fontes e verificar a veracidade da informação antes de compartilhá-la. Além disso, é de extrema importância contextualizar e analisar criticamente as informações, promovendo discussões informadas e contribuindo com análises baseadas em evidências. O costume de sempre fazer a checagem de fatos também pode auxiliar na gestão do excesso de informação, permitindo uma participação mais consciente e responsável na produção e disseminação de conhecimento.

Esse envolvimento ativo e crítico, combate a desinformação e melhora a qualidade do que esta disponível de forma online para as pessoas. Quando você se torna mais consciente e cuidadoso com o que compartilha, ajuda a criar um ambiente digital mais confiável. Dessa forma, evita que fake news sejam espalhadas e acabem se tornando "verdades" e além disso promove uma troca de informações mais responsável, usando assim a internet de forma correta e positiva no dia a dia.
Em resposta à Roberta Cafiero Marinho Nassar

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Maria Fernanda Moreira do Nascimento -
Quando o sujeito assume um olhar passivo ao consumir informações, o mesmo está se submetendo a um posicionamento de conformismo, onde fica suscetível a absorver informações sem um pensamento crítico e, muitas vezes sem buscar a veracidade destas.
Na entrevista de Manuel Castells, para o “Público”, o sociólogo quando perguntado sobre o que se entende por “poder”, respondeu: “Bem, poder, tradicionalmente, não é uma inovação. Poder é a capacidade que alguns seres humanos têm de forçar ou influenciar o comportamento de outros para que eles se comportem de acordo com os interesses e os valores dos detentores do poder.” Dessa maneira, tendo, o veículo que passa a mensagem, um certo poder sobre quem a consome sem um pensamento questionador.
As tecnologias atuais possuem uma tendência de nos fazer agir sem pensar. Com o avanço da Inteligência Artificial, por exemplo, podemos perceber um aumento de pessoas que buscam respostas imediatas para problemas em vez de tentar resolvê-los por conta própria; paralelamente a isso, no mesmo espectro, temos o avanço de redes sociais e, juntamente a elas, fake news e notícias sensacionalistas, as quais vendidas como verdades absolutas, de alguma maneira, convencem os seres humanos de que são acontecimentos plausíveis e que não necessitam de um aprofundamento maior para que saibamos a real verdade. Assim, como mencionado por Manuel Castells: “De facto, onde há dominação, em termos de poder, a relação pode ser aceite, rejeitada ou contrariada. E por isso eu digo que, de facto, as instituições da sociedade são construídas através das dinâmicas e da relação entre poder e contrapoder.”, seguindo um “efeito manada” de construirmos opiniões iguais a de uma maioria, para nos sentirmos, de certa maneira, incluídos em grupos, damos poder a quem produz esse tipo de conteúdo.
Dito isto, a maneira mais eficaz de nos distanciarmos dessa conformidade, num primeiro momento, não perdermos nossa curiosidade inata. Dessa forma, seguiremos sempre o exercício de checar a veracidade do turbilhão de informações por segundo com as quais somos encharcados diariamente. “Contrapoder é a tentativa daqueles que não se sentem representados nas instituições da sociedade, e sob as condições de poder existentes no momento, de tentar alterar o panorama.”, fala Manuel Catells na entrevista, concedida por ele, estudada. Esse “contrapoder”, é, de um certo jeito, usar nossas ferramentas e nossos poderes de questionamento para nos afastarmos da maioria conformista e vítima das redes tecnológicas que buscam nos moldar para nunca questionarmos o que nos apresentam.
Em resposta à Maria Fernanda Moreira do Nascimento

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Maria Fernanda,

sua resposta trouxe de forma bem contundente os conceitos de Castells e tocou em um assunto importante que têm ampliado exponencialmente o "agir sem pensar" ou "terceirizar o pensamento", a utilização da inteligência artificial.

Há alguns benefícios quando bem aplicada, mas a utilização dela pode gerar um agravamento do cenário atual que já apresenta uma carência de pensamento crítico. Sem dúvida sua resposta incorpora a curiosidade inata como ferramenta de distanciamento e eu concordo.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Ana Beatriz Lemos da Cunha -
Nós vivemos numa época em que a informação está em todo lugar, é difícil não se sentir um pouco perdido nesse mar de notícias, vídeos e opiniões. Às vezes, parece que a gente está sendo manipulado o tempo todo, sem nem perceber. As redes sociais, por exemplo, mostram pra gente só o que elas acham que a gente quer ver, como se a gente vivesse numa bolha. As tecnologias moldaram a sociedade contemporânea, criando novas formas de produção e consumo de conhecimento. A partir dos conteúdos apresentados nas primeiras aulas da disciplina e as reflexões causadas, podemos analisar as relações de poder que se estabelecem no consumo passivo de informação e quais são as possibilidades de acabar com o "efeito manada" para começar a lidar com conhecimento de forma ativa. Ao assumir a posição de consumidores de conteúdo, estamos sujeitos a vários mecanismos de controle e manipulação e podemos acabar acreditando em informações falsas ou cenários que não existem. A produção e a disseminação de conteúdos na internet é feita de acordo com a lógica capitalista, que acaba moldando nossas percepções e direciona nossos comportamentos em sociedade. As redes sociais e os usuários atuam como agentes da informação, filtrando, compartilhando e ampliando determinadas narrativas, que podem ser falsas ou não. Nesse contexto, a desinformação se espalha e a capacidade crítica dos indivíduos é enfraquecida. O filme "Tempos Modernos" de Chaplin, mesmo produzido em um contexto histórico diferente, continua a ser uma metáfora para a alienação que sofremos e a desumanização provocadas pelo "trabalho de robô". Na era digital, a repetição de tarefas e a busca por aprovação podem gerar um efeito parecido, nos alienando de nós mesmos e da realidade. A entrevista de Manuel Castells nos alerta para os perigos da sociedade digital, onde a fragmentação da informação e as diferentes opiniões podem estragar a democracia. A gente precisa aprender a questionar as informações que a gente recebe, a procurar diferentes fontes e a não acreditar em tudo que se lê por aí. É preciso sair dessa bolha e conversar com pessoas que pensam diferente. Para romper com o "efeito manada" e virarmos agentes ativos na produção de conhecimento, é preciso desenvolver o pensamento crítico, ao questionar as informações que recebemos, buscar diferentes fontes e avaliar a credibilidade dos conteúdos; participar de comunidades online, interagindo com pessoas que pensam de forma diferente, trocar ideias e construir conhecimentos coletivamente; produzir conteúdo, pode ser vídeos para as redes sociais como TikTok, Youtube, Instagram, Facebook, etc ou outros materiais para compartilhar nossas ideias e contribuir para o debate público; apoiar iniciativas que promovam a democratização da informação, assim, defendendo a liberdade de expressão e o acesso livre à informação. Em resumo, a tecnologia pode ser tanto uma ferramenta de liberdade quanto de controle, criando um paradoxo. A chave está em como escolhemos utilizar essas ferramentas. Ao desenvolvermos uma postura crítica e ativa, podemos transformar a informação em um instrumento para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Em resposta à Ana Beatriz Lemos da Cunha

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Ana Beatriz,

Gostei da leitura que você conseguiu fazer do filme Tempos Modernos como uma metáfora dos tempos atuais. Mas podemos ampliar a reflexão: O que seria o "trabalho robô" ?.

De fato já temos robôs integrados aos algoritmos que permitem a automatização de diversos trabalhos como as respostas automáticas em chats por exemplo.

Por outro lado temos os próprios usuários atuando como robôs nas redes apenas reproduzindo e compartilhando as informações sem o desenvolver o pensamento crítico como você mencionou e reforçam o "efeito manada".
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Julia Piveta Camara -
Ao assumir uma postura de consumidor passivo o indivíduo se torna refém de ideias que o condicionam a pensar sem necessariamente exercer seu pensamento crítico. As informações estão disponíveis em diversos formatos; propagandas, entretenimento, conteúdo, notícias e entre outros. Essa enxurrada de informação pode confundir a ideia do que é um fato e o que é opinativo em uma sociedade profundamente atravessada pelas tecnologias digitais. Como afirma o intelectual Marshall McLuhan, “o meio é a mensagem”, se pararmos para refletir a forma como as mensagens e códigos se espalham pela sociedade é tão significativa quanto a própria mensagem. Na entrevista de Manuel Castells, quando perguntado sobre o que se entende por “poder”, respondeu: “Bem, poder, tradicionalmente, não é uma inovação. Poder é a capacidade que alguns seres humanos têm de forçar ou influenciar o comportamento de outros para que eles se comportem de acordo com os interesses e os valores dos detentores do poder”, logo, unindo os dois pensamentos de McLuhan e Castells, o poder na sociedade de rede se constroi principalmente a partir dos meios e veículos que detém e compartilham as informações. Não é apenas a passividade do interlocutor que o torna refém das informações, mas sim os meios, já que a informação assim como o conhecimento depende sempre de uma relação de um detentor e um receptor.

O “efeito manada” é um fenômeno bastante presente na atualidade, isso porque vivemos atravessados por uma grande enxurrada de informações que tendem condicionar o comportamento social. Para romper com esse efeito é indispensável um maior envolvimento crítico dos indivíduos com as informações. Uma das alternativas é investir em uma educação voltada à comunicação e uma alfabetização midiática. O debate e a contextualização dos discursos é também um fator importante para melhor contextualizar e analisar criticamente as informações. Atualmente o fact-checking tem se tornado uma ferramenta muito mais presente nas agências de comunicação e informação, isto porque a desinformação e notícias falsas têm sido cada vez mais construídas de forma refinada. De forma geral, a educação é a principal ferramenta para a formação de um pensamento mais crítico e consciente.
Em resposta à Julia Piveta Camara

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Julia,

O paralelo entre McLuhan e Castells foi muito bem colocado e, cada vez mais, estamos assistindo esses poderes de influencia criando diversos personagem, arquétipos e narrativas nas redes. Concordo que a educação é a principal ferramenta para combatermos o "efeito manada", mas será que essa educação é interessante para o mercado?
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Julia Lima de Souza de Almeida -
Na primeira questão, quando olho para o sujeito como consumidor passivo de informação, percebo que isso cria uma relação de poder bastante desigual. Ao recebermos e disseminarmos informações sem verificação, estamos apenas reproduzindo aquilo que nos é dado, sem questionar as fontes ou a veracidade do conteúdo. Nesse papel, acabamos servindo a quem controla a produção e a distribuição dessa informação, sejam grandes corporações, governos ou outros grupos com interesses próprios. Eles moldam as narrativas e direcionam o que a gente consome, tirando proveito do fato de que não temos o hábito de verificar ou de filtrar o que recebemos. Isso fortalece essas instituições e nos mantém dependentes de seus canais, sem que percebamos que estamos sendo manipulados.

Na segunda questão, para romper com o “efeito manada” e passar a produzir conhecimento, o primeiro passo é adotar uma postura crítica em relação às informações que recebemos. Isso significa não apenas consumir de forma passiva, mas buscar entender a origem das informações, verificar a sua veracidade e refletir sobre o que elas significam. Um exemplo claro é como, nas redes sociais, muitas vezes compartilhamos algo só porque todos estão falando sobre o assunto, sem realmente analisar. Para sair dessa lógica, precisamos desenvolver habilidades de análise crítica e utilizar as tecnologias de forma consciente, transformando as informações que recebemos em conhecimento relevante e útil. Assim, nos tornamos agentes de transformação, capazes de produzir algo novo a partir da avalanche de informações a que estamos expostos, em vez de sermos apenas mais um elo nessa cadeia de consumo rápido e irrefletido.
Em resposta à Julia Lima de Souza de Almeida

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Julia,

a tomada de consciência é o primeiro passo. Parar e reconhecer que você pode ser manipulado e como você respondeu "servindo a quem controla a produção e a distribuição dessa informação".

Uma nova questão para pensarmos é o quanto o mercado fatura apenas com a circulação rápida da informação. Na atualidade, a velocidade da informação se transformou em monetização da mesma, independente, da veracidade ou não dos fatos. É essencial que o pensamento crítico seja desenvolvido.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Cristiane Pinto de Souza -
Boa tarde.

Tudo bem?

Na primeira questão, quando observamos o avanço da tecnologia e da internet no mundo atual e como estamos reféns dessa ferramenta para diversas coisas no dia a dia tanto para comprarmos, pagarmos contas e usarmos as redes socias, por exemplo. Porém, ao mesmo tempo essa tecnologia também é utilizada para criar armadilhas e fake News que nem sempre o usuário vai verificar as fontes dessas informações e a veracidade desses conteúdos. Desta forma, ao mesmo tempo em que somos mais conectados do que nunca, também somos mais vulneráveis a manipulações e influências. indivíduo. Sendo assim, nós usuários acabamos sendo quem fornece as informações e que as reproduz, ou seja, que absorve a informação sem questioná-la, tornando-se um alvo fácil para diversas estratégias de manipulação. Essa passividade pode ser resultado de diversos fatores, como: a sobrecarga de informações e a falta de criticidade. As grandes empresas de tecnologia possuem um poder enorme sobre a forma como consumimos informação. Elas controlam os algoritmos que determinam o que vemos online, coletam dados sobre nossos hábitos e comportamentos, e utilizam essas informações para direcionar publicidade e influenciar nossas decisões, assim como outros setores como : o governo e instituições.

Na segunda questão, para respondermos precisamos se atentar que era digital nos oferece um acesso sem precedentes à informação, mas também nos torna suscetíveis ao efeito manada e à passiva absorção de conteúdo. Podemos observar como as redes sociais atuaram na época da pandemia de Covid-19 e nas eleições de 2019, a velocidade com que informações falsas se espalham pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas tornou a desinformação um dos maiores desafios nesses períodos. Para romper com essa dinâmica e se tornar um agente de transformação, é preciso adotar uma postura proativa e crítica em relação a excesso de informações produzidas em massa à todo tempo. A maior parte das informações que hoje em dia, chega até nós são inverdades ou informações distorcidas, onde muitas vezes informações verdadeiras e úteis se tornam invalidadas por conta de todo o histórico dessas outras fontes não verificadas.um dos mecanismos mais eficientes é questionar informações, buscar fontes diversas, produzir conteúdo e colaborar com outros, você pode contribuir para a construção de informações úteis e confiáveis.
Em resposta à Cristiane Pinto de Souza

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Boa tarde Cristina.

Estou bem agora.

Como você mencionou na resposta "reféns", "vulneráveis " e "influenciados" pelos grandes detentores das redes. O filme Tempos Modernos que coloquei como sugestão a aula consegue criar uma metáfora da realização do trabalho de forma automática. Operários não precisam mais pensar, apenas repetir o trabalho sem questionar o que estão fazendo.

Os autores propostos para leitura Manuel Castells e Pierre Levy tratam com maestria por volta dos anos 2000 cenários que assistimos durante a pandemia e as eleições de 2019. O pioneirismo no assunto por parte dos autores que conseguiram há 20 anos atrás projetar o que vivenciamos em uma sociedade em rede e a influência da Cibercultura. Questionar as informações continua sendo nossa melhor arma para não sermos reféns das redes.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Jean Carlos Rocha Moreira -
Em relação a primeira questão, quando os indivíduos consomem e disseminam informações online de forma passiva, sem verificação ou análise crítica, eles se envolvem em relações de poder que frequentemente servem aos interesses de quem busca controlar a narrativa. As Aulas 3 e 4 abordam bem essas dinâmicas, enfatizando a importância de passar do consumo passivo para a produção ativa de conhecimento.

Embora a revolução digital tenha aumentado o acesso à informação, isso não necessariamente perturbou as dinâmicas de poder estabelecidas. Aqueles que controlam os meios de produção e comunicação ainda exercem influência sobre a disseminação de informações. Quando os indivíduos aceitam e espalham informações prontamente, sem questionar sua fonte ou verificar sua precisão, eles acabam reforçando essas estruturas de poder existentes.

Em relação a segunda questão, se libertar do consumo passivo de informações online e se tornar um agente ativo de transformação no cenário digital envolve ir além de simplesmente absorver a avalanche de informações e, em vez disso, se engajar criticamente para produzir conhecimento. O primeiro passo é reconhecer a mudança dramática trazida pela revolução digital, como discutido na Aula 2. A internet e as tecnologias relacionadas democratizaram o acesso à informação, mas esse acesso vem com a responsabilidade de filtrar e identificar o que realmente é útil e confiável, já que muitas vezes há uma grande quantidade de dados irrelevantes ou enganosos. Compreender que o grande volume de informações não significa necessariamente aumento de conhecimento é fundamental. Além disso, é importante a alfabetização informacional para navegar pelas complexidades da era digital e isso envolve verificar informações, avaliar as fontes e reconhecer a desinformação. Para romper o “efeito manada”, devemos ter pensamento crítico, não apenas absorver as informações mas também analisá-las, questionar a fonte, a mensagem e suas possíveis implicações. Além disso, devemos saber conectar os pontos, estabelecendo conexões entre a nova informação e o conhecimento já existente. Por fim, o engajamento em diálogo é importante, ou seja, discutir a informação com outras pessoas, compartilhar perspectivas e engajar em debates.
Em resposta à Jean Carlos Rocha Moreira

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Jean,

a sua resposta me trouxe uma questão iminente na nossa sociedade. O que é a produção ativa de conhecimento?

Na atualidade, já existem diversos consumidores não passivos das informações. Criadores de conteúdos e influenciadores parecem estar um passo a frente pois, se a questão fosse apenas participar ativamente do meio digital, criam, produzem e influenciam poderia ser suficiente.
Mas será que eles estão sempre dispostos a romper o "efeito manada" ou a reforçarem o fluxo de informações e trabalharem para os detentores das redes?

Você compreendeu "que o grande volume de informações não significa necessariamente aumento de conhecimento"
Será que a atual monetização quantitativa sobre o fluxo de informações nas redes poderia ser revertida em monetização qualitativa das informações?
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Luana Rodrigues Papalardo -
No que diz respeito ao primeiro aspecto, é importante destacar que a relação de poder que se estabelece com o sujeito como consumidor passivo da informação na rede é muito preocupante. O grande volume de informações a que somos expostos nas redes sem a devida verificação cria um ciclo de disseminação rápida e desinformação, o que aconteceu, por exemplo, no período da pandemia da Covid-19, em que várias informações falsas foram propagadas sem nenhum fundamento, o que gerou uma queda na vacinação, por exemplo. Isso corrobora com a visão de Castells de que o poder reside não apenas na coerção, mas na persuasão, e as redes sociais, ao descentralizarem a comunicação, não promovem necessariamente a liberdade, mas sim um ambiente em que informações e manipulações coexistem, o que pode gerar graves consequências.

Essa dinâmica favorece o controle por grandes corporações, que utilizam a tecnologia para coletar dados e promover a circulação contínua de conteúdo que, muitas vezes, não é questionado criticamente. De maneira parecida, o filme "Tempos Modernos", de Chaplin, expõe a alienação do trabalhador na sociedade industrial, ilustrando como as pessoas podem ser levadas a uma rotina repetitiva e desprovida de reflexão, afinal, elas não conseguem, muitas vezes, nem "compreender" o que estão realmente passando ou a que estão sendo submetidas. No contexto atual, os consumidores passivos de informação mantêm esse ciclo de disseminação e controle, ao replicar dados sem critério, reforçando o poder dessas grandes empresas tecnológicas.

Já no que diz respeito ao segundo aspecto, para romper com o "efeito manada", é fundamental que os consumidores se tornem produtores de conhecimento. Essa mudança demanda uma postura ativa em relação ao conteúdo que recebemos. Ao invés de apenas replicar informações, precisamos interpretá-las, verificá-las e questioná-las. Para isso, é preciso buscar fontes confiáveis. Castells destaca que, apesar da comunicação em massa descentralizada oferecer a oportunidade de cada indivíduo criar suas próprias redes e mensagens, é preciso assumir a responsabilidade pelo conteúdo que se compartilha. É necessário que desenvolvamos uma postura crítica frente ao volume de informações que recebemos, tornando-nos agentes de transformação e contribuindo para a construção de um conhecimento mais sólido e fundamentado.
Em resposta à Luana Rodrigues Papalardo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Luana,

muito boa a sua resposta e o paralelo com a pandemia. A informação deve ser tratada como poder e o fluxo, o vazamento da dados e a exposição das mesmas nos coloca em uma rede preocupante na atualidade que pode desencadear uma série de questões complexas sobre essa relação de poder estabelecida.
Sobretudo, você respondeu de forma assertiva sobre a "responsabilidade pelo conteúdo que se compartilha" nesse aspecto estamos evoluindo. Responsabilizar também é conscientizar, educar e orientar a utilização das redes.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Renan Carlos Mattos de Bessa da Silva -
Primeiro, sobre a relação de poder estabelecida quando o sujeito assume o papel de consumidor passivo de informação: Castells argumenta que, na Sociedade do Informacionismo, a informação é a matéria-prima essencial, e as tecnologias digitais penetram profundamente em nossas vidas​. No entanto, o simples acesso à informação não significa uma mudança nas relações de poder. Mesmo que a internet tenha democratizado o acesso à informação, essa nova condição ainda não garante uma transformação nas estruturas de poder, pois o consumo passivo sem verificação ou crítica perpetua o domínio daqueles que controlam a narrativa predominante​. O sujeito que consome e dissemina informações sem análise crítica acaba servindo aos interesses daqueles que possuem mais controle sobre a produção e distribuição dessas informações, reforçando estruturas de poder já estabelecidas. A questão da disseminação de fake news e a falta de verificação são exemplos práticos de como o consumidor de informação pode ser manipulado e, inadvertidamente, contribuir para a desinformação.

Quanto ao rompimento com o “efeito manada” e a transformação de consumidores em produtores de conhecimento, a chave está na proposta de Castells sobre a necessidade de processamento crítico da informação e produção de conhecimento​. A flexibilidade das redes e o acesso a ferramentas digitais permitem uma participação mais ativa e a possibilidade de produzir conhecimento de forma colaborativa e crítica, mas isso exige uma mudança de postura. Em vez de simplesmente absorver o que é disponibilizado, é preciso selecionar, categorizar e refletir sobre as informações, algo que Castells aponta como fundamental para não sermos apenas consumidores, mas agentes de transformação​. O papel da educação, sobretudo na era digital, é crucial para equipar os indivíduos com as habilidades necessárias para esse processamento crítico, e as tecnologias podem ser utilizadas como ferramentas poderosas nesse sentido.

Em síntese, a reflexão sobre essas questões aponta para a necessidade de uma maior responsabilidade individual no uso da informação e da tecnologia, aliada à compreensão das relações de poder que ainda persistem na era digital.
Em resposta à Renan Carlos Mattos de Bessa da Silva

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Renan,

ótima resposta para questão e volto a destacar a responsabilidade individual no uso da informação.

É complexo constatarmos que a informação é a "matéria-prima" e o fluxo de informações é monetizado de forma quantitativa, ou seja, o lucro está na quantidade.
Desenvolver um pensamento crítico dos usuários nem sempre, é interessante para o mercado, pois as informações não são monetizadas de forma qualitativa.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Rafael Francisco Pinto Barreto -
As relações de poder que se estabelecem quando o sujeito assume o papel de consumidor passivo de informação na rede são profundamente assimétricas. Nesse contexto, o indivíduo não controla o fluxo de informações que recebe, nem participa ativamente de sua produção ou curadoria, mas se torna parte de um sistema mais amplo, alimentado por interesses comerciais, políticos e econômicos. Essas relações de poder envolvem diversos atores e mecanismos que moldam a forma como a informação circula e é interpretada:

Relações de Poder e o Sujeito Consumidor Passivo
Plataformas Digitais e Corporações Tecnológicas: Empresas como Google, Facebook, e Twitter dominam o espaço de disseminação de informação. Elas controlam os algoritmos que determinam quais conteúdos aparecem em nossos feeds, quais notícias são priorizadas e quais são ignoradas. Isso coloca um imenso poder nas mãos dessas corporações, que podem manipular o que vemos, o que pensamos e como reagimos, servindo a seus próprios interesses comerciais. No papel de consumidor passivo, o sujeito serve a esse sistema, contribuindo para o lucro dessas empresas ao consumir conteúdo e fornecer dados pessoais que são monetizados.

Interesses Políticos e Ideológicos: Além dos interesses econômicos, há forças políticas que se aproveitam da disseminação acrítica de informações. A proliferação de fake news, desinformação e teorias conspiratórias nas redes é frequentemente intencional, visando manipular opiniões, influenciar eleições, gerar polarização ou desestabilizar sociedades. Nesse caso, o sujeito que compartilha informações sem verificar sua veracidade contribui para a amplificação desses interesses, servindo a agendas políticas ou ideológicas sem perceber.

A Economia da Atenção: Estamos inseridos na chamada economia da atenção, onde as plataformas competem incessantemente pelo nosso tempo e engajamento. As informações que mais circulam tendem a ser aquelas que apelam para o emocional, o sensacionalismo ou o conflito, porque são mais propensas a gerar reações rápidas. Ao consumir e compartilhar esse tipo de conteúdo sem reflexão, o sujeito se torna um reprodutor do sistema, perpetuando ciclos de superficialidade e distração que beneficiam as plataformas, ao mesmo tempo em que enfraquecem a capacidade crítica da sociedade.

Como Romper com o “Efeito Manada”?
O efeito manada nas redes sociais ocorre quando indivíduos, diante de um grande volume de informações e de uma pressão social implícita, seguem o comportamento da maioria sem reflexão crítica. Romper com esse efeito e se tornar agente de transformação nesse contexto envolve várias estratégias:

Desenvolver uma Consciência Crítica da Informação: Para romper o ciclo de consumo passivo e disseminação sem filtro, o primeiro passo é adotar uma postura crítica em relação à informação. Isso significa questionar a fonte, verificar os fatos e estar atento às intenções por trás de cada conteúdo. Uma boa prática é seguir metodologias de fact-checking (checagem de fatos) antes de compartilhar algo. Isso requer desacelerar o processo de consumo, resistindo ao impulso de reagir imediatamente.

Educação e Letramento Midiático: É essencial promover o letramento midiático e digital, ou seja, capacitar as pessoas a entenderem como as informações são produzidas, disseminadas e consumidas na era digital. Isso envolve ensinar habilidades de leitura crítica de notícias, entender como funcionam os algoritmos, e como detectar viés ou manipulação nas fontes de informação. A alfabetização digital é uma ferramenta poderosa para dar ao indivíduo autonomia no uso da tecnologia.

Produzir Conhecimento a Partir da Informação: Produzir conhecimento com a informação, em vez de apenas consumi-la, exige um processo de reflexão e síntese. Não basta apenas receber passivamente a informação; é preciso contextualizá-la, analisá-la e transformá-la em algo que possa gerar valor para a sociedade. Isso pode ser feito através de discussões mais profundas, escrita crítica ou criação de projetos que usem a informação de maneira construtiva. O conhecimento não é apenas o acúmulo de dados, mas a capacidade de usar esses dados de maneira inteligente e transformadora.

Criar Redes Colaborativas de Verificação e Curadoria: Um caminho para combater o "efeito manada" é colaborar com outros indivíduos críticos para formar redes de curadoria coletiva de informação. Essas redes podem funcionar como grupos de discussão, fóruns ou comunidades que promovem a verificação de informações, compartilham fontes confiáveis e discutem temas de forma mais aprofundada, longe das bolhas algorítmicas que tendem a reforçar preconceitos ou distorções.

Valorizar a Diversidade de Fontes: Outra maneira de combater a passividade é buscar e consumir informações de fontes diversas. Isso envolve sair da zona de conforto e procurar diferentes perspectivas sobre o mesmo tema, comparando dados de várias origens. A pluralidade de fontes ajuda a escapar das bolhas informacionais e permite que o sujeito construa uma visão mais ampla e fundamentada sobre o que está acontecendo no mundo.

Engajamento Consciente com a Tecnologia: Para se tornar um agente de transformação, é necessário engajar-se de forma consciente com a tecnologia. Isso significa selecionar e personalizar as plataformas que se usa, ajustando as configurações de privacidade e de conteúdo para filtrar melhor o que se consome. Ao fazer escolhas ativas sobre como interagir com a informação digital, o sujeito assume maior controle sobre o fluxo de dados que recebe.

A Quem o Consumidor Passivo Serve?
Quando o sujeito age como um mero consumidor passivo de informação, ele essencialmente serve:

Aos interesses comerciais das grandes corporações de tecnologia, que lucram com o tempo de navegação e os dados coletados.
Aos interesses políticos e ideológicos daqueles que se beneficiam da disseminação de desinformação, discursos de ódio ou agendas específicas.
À perpetuação de um sistema de superficialidade e distração, que impede o desenvolvimento de uma sociedade mais reflexiva, crítica e bem-informada.

Para se tornar agente de transformação, é preciso desafiar a lógica do consumo passivo de informações e assumir um papel ativo e crítico. Isso envolve a prática de curadoria, verificação e produção de conhecimento, além do engajamento consciente com as tecnologias que utilizamos. Ao romper com o "efeito manada" e participar ativamente da construção de uma sociedade mais informada e reflexiva, o indivíduo pode contribuir para a construção de um futuro em que o conhecimento seja realmente transformador, e não apenas uma mercadoria a ser consumida.
Em resposta à Rafael Francisco Pinto Barreto

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Rafael,

sua resposta traz a tona o grande desafio que é romper com a lógica do consumo passivo das informações. Em que medida rompimento do efeito manada poderia se tornar um produto para o mercado. Deixo aqui a mesma questão que fiz anteriormente no fórum, será que o fluxo de informações qualitativa vai superar a monetização atual do quantitativo do fluxo de informações?