Assim como a colega Kayanne, também sou da História e, como ela também, vejo a importância da cultura escrita em seu sentido de um possível "perpetuidade" que nos permite observar novamente e reanalisar discursos em um certo estado de inalteração, realidade essa que não é possível na análise de discursos orais, já que esses são marcados por uma relação mais intensa com outros aspectos da linguagem e pela possibilidade de mudanças em sua forma e conteúdo ao longo de suas iliterações: uma mesma história ou piada, por exemplo, pode ser reescrita de forma idêntica, mas sempre sofre alterações quando contada.
A tendência de intensificação da comunicação escrita, então, apresenta um prospecto interessante nesse sentido, mas, por outro lado, enrijece as relações humanas em certo sentido. O uso e abuso da formalidade em momentos inoportunos, principalmente para mim, que tenho alergia a seriedade e planejamento, é sempre dramático. Conversando com colegas, geralmente do trabalho, muitas vezes me pego usando uma linguagem extremamente formal e escrevendo textos enormes sem a mínima necessidade, pois a linguagem escrita parece exigir essa prática demasiadamente formal, mesmo em discussões que, se feitas ao vivo, aconteceriam em duas frases no intervalo das aulas. Então, a necessidade da comunicação escrita apresenta seus ônus e bônus.