Eu acho que embora o ser humano seja essencialmente um ser que fala, a necessidade de se comunicar por escrito aumentou com a evolução das sociedades. A transmissão de conhecimento, histórias e ritos foi principalmente feita por meio da tradição oral em muitas culturas, como as religiões de matriz africana. Os africanos de várias regiões se uniram durante a escravidão pela oralidade, preservando suas práticas culturais e crenças sem a ajuda de documentos escritos. As histórias sobre os orixás e os ritos sagrados foram contadas e transmitidas de geração em geração, reforçando a noção de que a linguagem falada é um meio importante de preservar a memória coletiva.
Mas hoje vemos um movimento para preservar essas tradições por meio da escrita. Os ritos, mitos e a história dos orixás são registrados em livros e registros, permitindo que o conhecimento ancestral seja transmitido de maneira mais duradoura e acessível. Em situações como essa, a escrita funciona como um forte apoio à memória, permitindo que informações importantes sejam mantidas e compartilhadas com novas gerações, mesmo em locais distantes. Por isso, acredito que se a fala é natural ao ser humano, a escrita surge como uma extensão necessária para se adaptar às novas demandas da sociedade moderna e garantir a perpetuação das tradições, que outrora eram transmitidas oralmente.