Formalidade e informalidade

Apesar de a oralidade se dar em boa parte da vida em sociedade, a escrita é extremamente importante também para essa convivência, uma vez que há situações em que a fala não é possível, como por exemplo, redações para concursos, cartas de recomendação e motivação para entrevistas de emprego, troca de e-mails importantes ou até mesmo, na universidade, em uma disciplina como essa. Vale destacar também que na era das redes sociais, estamos a todo momento escrevendo e consumindo informação escrita, tudo isso em grande velocidade.
Ainda que muitas pessoas possuam mais facilidade em expressar seus sentimentos e desejos escrevendo do que falando, acredito que a escrita não seja inata e sim, uma habilidade que possa ser desenvolvida com a prática.

Para quem é alfabetizado e encontra dificuldades de se expressar dessa forma, pode contar com a ajuda da leitura. Consumir livros de assuntos de seu interesse é um ótimo caminho, tendo contato com a construção de frases e conexões de ideias. Aos poucos, é possível escrever em contextos mais informais, com amigos e familiares, em que há um espaço mais confortável para possíveis desvios e ruídos de comunicação. Assim, praticando e evoluindo para cenários mais formais.

Como na fala, é importante planejar também o que se escreve. Fluxo de ideias podem ser extremamente movimentados, então é fundamental saber organizá-lo para que a escrita não fique confusa e atrapalhe a comunicação com o público alvo, que pode não ter acesso ao emissor para tirar dúvidas. A elaboração de um roteiro pode ajudar.

É visível que, ao longo dos anos, a escrita se tornou cada vez mais necessária em nossas atividades diárias. Desde ler o rótulo de um produto e seguir suas instruções — como saber se é para limpar o chão ou se deve ser diluído em água — até ler o letreiro de um ônibus ou um livro de legislação, a escrita está presente em diversos aspectos da vida cotidiana.

A sociedade contemporânea, então, usa e abusa da escrita, especialmente com o aumento da tecnologia. Quantas aulas passaram a ser remotas? Milhares de pessoas trocaram seus objetos de trabalho por um computador, seja em casa ou em qualquer lugar. Comunicar-se com um amigo tornou-se muito mais simples com apenas alguns toques no celular. A escrita nunca foi tão utilizada quanto é hoje em dia. Atualmente, passamos, com certeza, 90% do nosso tempo conectados a um aparelho eletrônico, fazendo uso da leitura e da escrita.

O homem é um ser que fala porque ao longo dos anos a fala aliada aos recursos visuais foi a melhor forma de comunicação, o que garantia uma maior chance de sobrevivência do grupo como um todo. A escrita surgiu como um meio de preencher algumas das lacunas que a fala e recursos visuais possuíam como a momentaneidade, utilizando de símbolos para passar sua mensagem. Hoje, o homem mais bem adaptado é aquele que incorpora a si tanto a capacidade de se comunicar oralmente como verbalmente, tanto para entender mensagens mais breves como as mais continuas. Além disso, por existir essa tendência natural do homem de se expressar pela fala antes da escrita, é de se esperar que a escrita também se adapte a longo do tempo à forma que o homem se comunica. Dado a isso, inevitavelmente muitas informações passadas, se relevantes de alguma forma, serão reescritas para se adaptar a realidade que elas serão expostas. Isso significa que não faz sentido, por exemplo, um ser humano se adaptar a forma escrita de milênios de anos atrás, uma vez que essa mesma informação pode estar sendo passada a ele porém com o contexto atual que é mais relevante para sua sobrevivência. A melhor forma de lidar com isso é buscar o equilíbro entre a fala e a escrita, e adaptar a melhor forma de comunicação de acordo com o contexto que esse homem esta inserido.

Assim que iniciamos nossa relação com a linguagem, somos influenciados a utilizar a comunicação oral, através da fala, como uma forma de interagir socialmente, para expressar as nossas necessidades, como por e exemplo, quando uma criança diz o que gostaria de comer, ou vestir. Desde o início da vida humana nas sociedades orais, a fala é uma forma básica de comunicação. Após alguns anos do início da fala, os indivíduos começam a ter a necessidade de desenvolver a habilidade de se comunicar através a língua escrita, que também está presente na maior parte das esferas sociais, através da saúde, nas bulas de medicamentos, na escrita das linhas de transporte, nas prateleiras de supermercado, e em outras várias esferas. Dessa forma, os indivíduos são conduzimos a se adequarem também, a forma escrita da linguagem.
É necessário então, que a escrita seja cada vez mais democrática e acessível, para que as pessoas consigam interagir com o mundo através dela, com maior facilidade. Nesse sentido, é importante que o direito de ler e escrever , e de frequentar a escola seja de fato garantido a todos os cidadãos. Além disso, a língua escrita tanto no contexto formal quanto no informal, ao ser utilizada deve ser pensada em ser acessível a todos, ao invés de restrita a pequenos públicos.

Acredito que lidar com a necessidade da comunicação por escrito está cada dia mais facilitado, levando em conta a presença da escrita no cotidiano e o crescimento das redes sociais, por exemplo. A maior parte da comunicação nelas é dada pela escrita, como comentários em fotos e vídeos, escrever sobre o que está pensando, etc. Acabamos lidando com isso diariamente, e o que antes poderia ser um problema, acaba virando rotina e caindo no costume. Além disso, a maioria dos ambientes profissionais, como a faculdade e o ambiente de trabalho, exige um nível de comunicação escrita bem avançado hoje em dia, então acaba sendo essencial lidar com a escrita. A melhor maneira de se acostumar é fazendo virar rotina, escrevendo um pouco mais cada dia, e lendo livros de vários assuntos para aumentar sua gramática.

A afirmação de que o homem é, essencialmente, um ser que fala nos remete a uma das características mais distintivas da nossa espécie, o desenvolvimento da linguagem. No entanto, a evolução da sociedade e o advento da era digital têm transformado radicalmente a forma como nos comunicamos. A escrita, antes um complemento da fala, tornou-se um meio indispensável de interação, exigindo que adaptemos nossas habilidades linguísticas a um novo contexto. A questão, portanto, é como conciliar nossa natureza oral com as demandas da comunicação escrita, buscando um equilíbrio que permita uma expressão eficaz e autêntica em ambas as modalidades, para que o objetivo da comunicação seja alcançado facilmente.

Apesar da fala ser primordial ao homem, a escrita se coloca como um meio de comunicação cada vez mais necessário. Isso porque, através da escrita, há a formalização do processo comunicacional, já que, como apontado pelo material lido, a oralidade é informal e a escrita é formal. No dia a dia, por exemplo, podemos ter uma reunião no trabalho através da comunicação oral, mas, posteriormente, todos os presentes recebem a ata da reunião, em que o que foi debatido é formalizado pela escrita. Isso acontece pois a escrita eterniza as informações através de símbolos que constroem sentido de acordo com fatores históricos e sócio-culturais. A partir dessa necessidade de se comunicar por escrito, o homem investe em educação para estabelecer uma prática regular do uso e articulação de palavras, tendo em vista que a tecnologia avança a partir do processo de utilização das palavras para fins de desenvolvimento. Isso se torna importante pois, no mundo vigente, o modelo de produção mundial exige essa evolução. Além disso, é importante destacar que a comunicação oral e a escrita são intrínsecas, entre ligadas, então a melhora de uma pode ajudar a melhora da outra, e vice-versa. Em suma, a maneira que o homem acha para lidar com a necessidade de se comunicar por escrito é buscar o aprimoramento de suas habilidades técnicas para que tenha sucesso em expor suas intenções comunicativas.

A comunicação humana, que é principalmente baseada na fala, tem evoluído com o tempo para atender às necessidades da sociedade. Especialmente com o avanço da comunicação digital houve uma crescente necessidade de comunicação por escrito, impulsionada pelo uso de e-mails, whatsapp e redes sociais. É possível observar que o ser humano tem mais facilidade de se comunicar do que escrever e precisou se adaptar a novas formas de expressão com o avanço da tecnologia. A comunicação por escrito permite uma reflexão mais profunda e organizada, além de manter um registro constante das ideias. Com isso, a escrita é importante pois exige uma articulação mais cuidadosa para que seja entendida e clara, sendo fundamental dominar a clareza e a precisão da linguagem escrita, mantendo a autenticidade e a espontaneidade que caracterizam a fala.

Com o avanço das tecnologias digitais, a necessidade de comunicação por escrito aumentou. Contudo, ao mesmo tempo que isso nos impõe desafios, também abre espaço para novas possibilidades de expressão. Apesar de sermos, por natureza, seres que falam, a escrita possibilita uma forma de registro mais duradoura e uma comunicação que permite ao emissor pensar e estruturar suas ideias de forma mais cuidadosa.

No entanto, a escrita tem suas limitações, especialmente em termos de espontaneidade e de expressividade emocional. Aspectos como entonação, expressões faciais e linguagem corporal, que são naturalmente transmitidos pela fala, muitas vezes se perdem na comunicação escrita. Para equilibrar essas questões e humanizar a escrita, podemos recorrer a recursos como emojis (em comunicações informais), estilo pessoal de escrita, pontuações adequadas e outras formas criativas de transmitir emoções e intenções.

Assim, a escrita e a fala não precisam ser excludentes. Diversos aplicativos possibilitam que a interação por meio de vídeos e áudios coexistam e complementem as mensagens de texto. Dessa forma, podemos continuar mantendo a essência do ser que fala, adaptando-nos a uma sociedade cada vez mais digital, mas sem abrir mão do diálogo humano.