Fórum de debates - Turma 1

Oi pessoal!!!

Abrimos a aula 3 na quinta feira, dia 5 de setembro e hoje, dia 7 de setembro, vocês ainda não participaram???

Venham!!!

Olá professor, sobre a aula 3, trazer para a discussão o controle do corpo, principalmente com crianças pequenas é algo limitador de movimentos, limitador expressões e pensamentos , já que sabemos que crianças são muito corporais independente da situação, diversas vezes o professor pode estar conversando com o grupo de alunos ou mesmo lendo uma história e parte dos alunos estão em outros movimentos, mas, isso não significa que ele não está atento aos acontecimentos a sua volta.
Controlar a mente e o corpo, não é algo tão simples, mas, diariamente somos moldados, condicionados e treinados para agir conforme os espaços que circulamos ou ocupamos, enquanto pessoas inseridas na sociedade.
Se por exemplo, você vai ao mercado , a igreja ou para escola, é preciso seguir as regras desse espaço, se organizar corporal e mentalmente segundo aquilo que é exigido ou aceitável.
O ambiente escolar, se compararmos com uma fábrica ou uma prisão , tem a missão ou objetivo de controle desses corpos diversos, por motivos diversos e que chegam de diferentes locais e precisam adequar seus corpos diante de cada espaço dentro da sua realidade.
Tomando como exemplo o texto de Léa Tiriba, onde ela escreve sobre carteiras, onde crianças pequenas que mal conseguem expressar suas emoções, precisam controlar seu corpo em uma cadeira que na maioria das vezes são desconfortáveis, olhar atento para a lousa e repetir em coro oque está sendo pedido.
Cada vez mais esse controle se intensifica, para que sejamos como robôs ,manipuláveis conforme os anseios da sociedade, das elites em geral, seres sem expressões ou sem reações e assim , seres que não questionam, que não lutam por melhores condições em geral, seres passíveis.

De acordo com aula 3 pude entender e refletir que os corpos ainda são tão controlados nas instituições sociais porque essas regras ajudam a manter a ordem e garantir que todos se comportem de acordo com o que a sociedade espera. Na escola, por exemplo, aprendemos desde cedo a seguir horários, sentar de certa forma e respeitar figuras de autoridade, tudo para nos moldar e preparar para o mundo adulto, onde o comportamento corporal é muito mais exigido. Esse controle sobre como nos vestimos, agimos e até parecemos serve para garantir que as coisas funcionem de forma previsível, mas também limita nossa liberdade e individualidade.
Esse controle excessivo tem a ver com poder e estabilidade. Desde pequenos, somos ensinados a nos adequar a padrões que facilitam o funcionamento da sociedade. Embora o controle social não seja "natural", ele sempre existiu como uma forma de garantir que as pessoas se encaixem nos papéis esperados, disciplinando nossos corpos para seguir essas normas. Dessa forma, temos um limitação em questionamentos e reflexões que fazem mudanças na sociedade, que no geral, não é benéfica para a elite.

Olá a todos!

A aula 3 trouxe um importante debate sobre um tema bastante atual na salas de aula, sendo assim, podemos discutir como as instituições educacionais moldam e regulam o corpo dos indivíduos, reforçando normas sociais e culturais em várias dimensões. A construção da "disciplina" é um exemplo, já que as escolas frequentemente implementam regras para manter a ordem, o que inclui códigos de vestimenta e regulamentos sobre comportamento físico, que podem influenciar como os alunos percebem e controlam seus próprios corpos. O controle sobre o corpo também pode ser um meio de exclusão ou inclusão social, podendo impactar a maneira como os alunos se sentem em relação a sua identidade e pertencimento. Esse tema reflete como a educação não é apenas um processo de aprendizado, mas também um campo onde questões sobre poder, controle e identidade corporal são continuamente negociadas e redefinidas.
O controle sobre o comportamento pode estar relacionado à preparação dos alunos para as normas do ambiente profissional. As escolas podem tentar instilar comportamentos e padrões que serão valorizados em ambientes de trabalho futuros. O controle social pode ser uma forma de exercer e manter o poder, perpetuando sistemas de poder, influenciando comportamentos e moldando a conformidade.
Embora o controle social possa ser uma característica recorrente, é importante reconhecer que ele não é uniforme em todas as sociedades e contextos. Além disso, as discussões sobre controle social muitas vezes envolvem questões de equilíbrio entre segurança e liberdade, ordem e autonomia, e podem ser influenciadas por debates contínuos sobre direitos humanos e justiça social.
Enfim, acho que se trata de um tema muito grande com uma série de debates envolvidos.

Olá, boa tarde
O tema desta aula é crucial para entender a dinâmica que nos cerca e nos limita como sociedade. A dominação sobre os nossos atos está tão enraizada que é difícil até mesmo enxergar. Sempre acreditamos que o modelo de ensino ideal é o que prioriza a mente, o intelectual e o pensamento. Mas, em nenhum momento questionamentos a ausência de entender os nossos corpos como parte importante do que somos. Esse fato faz com que haja uma padronização de comportamentos no ambiente escolar que prejudica as potencialidades e individualidades de cada aluno. Um aluno mais agitado, inquieto com o estilo de ensino proposto, muitas vezes é tratado como um aluno "ruim" pelos professores que ao invés de buscar alternativas para potencializar suas qualidades, buscam saídas para puni-lo em nome de uma ordem social que não é natural, e sim construída de acordo com os interesses dos grupos hegemônicos.

Boa noite, gente. Tudo bem?


Como na aula anterior, o tema desta aula me coloca luz sobre assuntos que não costumo questionar. Essa doutrinação é tão bem feita que a gente simplesmente vai aceitando sem de dar conta do domínio em que estamos submetidos. A escola exerce um papel fundamental no ensino, desde matérias e assuntos relacionadas a elas, passando por convivência em sociedade e formação de cidadãos. Mas ainda não havia me dado conta de que também está formando futuros corpos para máquina do capitalismo. De acordo com o texto, a escola é a antessala da indústria capitalista, desde pequenos os corpos são doutrinados àquela ordem. Começamos a nos enquadrar naquele padrão na escola e não paramos mais, toda nossa vida em sociedade é enquadrada nessa premissa do corpo preso e doutrinado. 

É compreensível a necessidade de um ordenamento para uma harmônica convivência em sociedade, mas me questiono até que ponto todo este ordenamentos é para vivermos bem em sociedade e não como massas de manobra de uma elite.


Obs.: Durante a aula, segui a recomendação de me aprofundar sobre "o corpo e o controle escolar", me lembrei de uma série espanhola da Netflix, Merlí, no qual um novo professor de filosofia quebra as práticas educacionais tradicionais e isso causa espanto e indignação não só nos alunos, como em outros professores, pais e diretores. Conforme a serie se desenvolve, seus métodos pouco ortodoxos fazem com que os alunos "saiam da caixa", gerando interesse e curiosidade dos alunos pela matéria.

Boa tarde, professor!

Mais uma vez corri as discussões pra trazer meu ponto de vista, e dessa vez eu resolvi começar trazendo o filme "Matilda" que traz um ótimo exemplo de como o controle do corpo acontece com as crianças desde pequenos no ambiente escolar e como isso reflete na relação com o corpo e a liberdade dos indivíduos com eles já adultos. No filme em questão, a gente observa que a diretora Trunchbull faz um controle quase que militar com seus alunos e que essa repressão torna os alunos mais tímidos, medrosos e inconscientes de seu poder sobre seu próprio corpo. Como exemplo, temos a cena em que um aluno come um pedaço de bolo, e de forma gordofóbica e grotesca, ela faz o menino comer um bolo inteiro, o que de certa maneira viola o seu corpo. E em todo o filme a gente repara em diversas violações que controlam os corpos das crianças, seja em atitudes normais de uma criança que são reprimidas ou até em forma de desrespeito à elas como indivíduos.

Em outro exemplo, temos as campanhas publicitárias, que ditam como os corpos infantis devem se comportar: meninas brincam de bonecas e usam rosa; os meninos brincam de carrinho e usam azul. De forma imperceptível, a comunicação feita com os pais dessas crianças e também com elas, promovem um controle dos corpos, e traz uma sensação de organização social. Na aula anterior quando a gente fala da relação da Igreja com a sociedade, a gente já fala desse controle, né? Controlar e organizar os corpos à sua maneira é uma forma super poderosa de enraizar comportamentos, hábitos e até organizar estruturas (hierárquicas, sociais, familiares, de gênero). Então se ao invés de te controlar dizendo o que você não pode fazer já adulto, eu te oriento como espero que você haja desde criança, eu formei um corpo a minha maneira, mesmo que ele não seja meu ou esteja em mim. Como controlar uma pessoa que sabe que a estrutura social que temos é falha e fadada ao fracasso? Como controlar alguém que não acredita no capitalismo ou no governo que bombardeia milhares de cidades colonizadas de forma abrupta?

A tomada dos corpos de forma intensa e ampla ocorre justamente pra educar esses corpos sem que eles percebam o poder exercido sobre eles, e que ainda por cima, se sintam livres, pois podem andar por "onde quiserem" ou "serem o que quiserem". As elites controlam isso de uma forma maestral, e temem justamente que retomemos o controle dos nossos corpos, pois isso significaria uma mudança da ordem social.

Boa noite, Professor e colegas!

Acredito que o tema da aula se torna crucial no nosso desenvolvimento como professores, que devem ter uma compreensão da situação e das necessidades dos nossos alunos. Logo no início do texto, após a apresentação de um espaço escolar marcadamente “truncado” e monológico, somos levados a pensar de que forma este tipo de escola deixa de lado questões naturais de um criança, como brincadeiras e devaneios. Não somente, nos é apresentado que, por secundarizar a parte mais “sensorial” da criança, este tipo de aula e escola necessitam de “mentes atentas e corpos paralisados”.

Não pude deixar de me lembrar da minha experiência como alunos da educação básica após a leitura desta parte do texto. Por ser um aluno com muita dificuldade de manter “a mente atenta e o corpo parado”, as aulas que assistia pareciam não serem feitas para mim. Afinal, o colégio que estudei boa parte da minha educação básica pode se enquadrar bem como a “Máquina de ensinar” citada por Foucault. Deste modo, o jovem Gabriel já se frustrava com sua criatividade podada no meu “Colégio vestibuleiro” tão comprometido com o sistema capitalista-urbano-industrial-patriarcal. As “travas” que surgem da falta de liberdade de movimentos se deram em mim e em meus colegas através desta valorização racional, que punha de lado tudo que era tão natural da nossa vida para além dos portões da escola.

Sendo assim, a minha pesquisa após a aula me levou a revisitar um texto que eu gosto muito do professor Luis Fernando Cerri chamado “Ensino de História e Consciência Histórica”, no qual podemos resumir (e vou tentar resumir bastante devido ao tamanho que minha participação no fórum já tomou), que o ensino de história não pode ignorar a vida dos alunos fora da sala de aula, suas brincadeiras, interações com os colegas e com o mundo, assim como questões comuns e naturais da sua experiência em sociedade.

Ola, professor! Boa noite. Excelentes reflexões. Acredito que esse controle dos corpos nas instituições sociais, como vimos, é uma prática histórica que visa garantir a conformidade e a manutenção do poder. Desde cedo, em escolas, famílias e outras esferas, os corpos são moldados para se adequarem às normas sociais e manterem a ordem. Esse controle excessivo, no entanto, não é natural, mas uma construção histórica que responde a interesses de dominação. As sociedades pré-industriais tinham uma abordagem menos rígida sobre o corpo, mas, com o advento do Estado centralizado e do capitalismo, a disciplina sobre os corpos foi intensificada para garantir a ordem econômica e social. Por isso, o controle é iniciado desde a infância, quando as crianças são ensinadas a internalizar as normas que facilitarão sua adaptação às instituições adultas. Ao longo da história, governos e religiões restringiram a liberdade corporal para evitar movimentos revolucionários. A separação entre corpo e mente, corpo e alma, ou razão e emoção, reflete uma visão dualista originada na filosofia ocidental, que ajudou a justificar formas de dominação. No entanto, o ser humano é indivisível; corpo e mente estão profundamente interligados. Questionar essa divisão e integrar as dimensões físicas, emocionais e intelectuais do ser humano pode ser visto como um movimento em direção à emancipação e liberdade plena, tanto de corpo como de mente rs.

Boa noite!

Após a aula 3, pensei em alguns pontos que sempre estiveram na minha cabeça ao longo do tempo, sobretudo após o ingresso na universidade. Quando falamos sobre consciência corporal e educação a primeira coisa que me vem a cabeça é a forma como buscamos controlar as crianças desde muito cedo.

Eu atuo em escolas particulares em turmas de ensino fundamental e médio, e é muito comum escutarmos das coordenações que temos que mantê-las sempre "comportadas" e em seus lugares "mapeados" sem que elas tenham a opção de escolher onde se sentar ou impedindo as crianças de se locomoverem na sala, o foco durante 50 minutos tem que ser no conteúdo apresentado na aula.

É interessante pensar que esse comportamento das coordenações é algo natural, ou seja, é algo que vem "de cima pra baixo", de geração em geração, e é evidente que esse sistema que busca limitar o desenvolvimento corporal é algo que vem a partir sobretudo do movimento capitalista, que faz com que as crianças sejam educadas em um sistema fabril, de subserviência extrema e que saibam se manter em um mesmo local por muito tempo. Inclusive, o próprio conteúdo ensinado, por muito tempo, foi pensado não para desenvolver mentalmente os jovens, mas para aprovação em concursos, vestibulares ou tecnicistas.

O corpo é reflexo dos sentimentos, desejos e vontades. Entretanto, é sempre essencial que todos se manifestem com liberdade, desde que sem desrespeitar o próximo. Dessa forma, desde as sociedades antigas, há um molde para as manifestações corporais. Desde crianças, somos ensinados a nos portar de acordo com os espaços que ocupamos. Sendo assim, existem acordos normativos que padronizam e controlam os nossos corpos, e acredito que isso esteja diretamente relacionado com as normas culturais. Essas convenções são necessárias para manter o bem estar social e o respeito em alguns ambientes. Entretanto, a rigorosidade desses padrões pode influenciar negativamente as maneiras subjetivas de cada indivíduo manifestar-se. Além disso, sobretudo durante a infância, é fundamental que as crianças tenham liberdade para expressar seus sentimentos e vontades utilizando o corpo. Nesse sentido, é inadequado conter as expressões naturais dos indivíduos, que podem reprimir sensações necessárias para a comunicação e liberdade, bem como reforçar mecanismos de controle autoritários desnecessários.
Além disso, essas convenções sociais, por vezes, perpetuam pensamentos e comportamentos preconceituosos e conservadores, que são infundamentados e ilógicos.
Por isso, é preciso que as normas de controle corporal sejam flexionadas para permitir sempre que os corpos estejam livres para manifestar-se singularmente, fazendo-se respeitar a subjetividade dos indivíduos e de seus pares.