As facetas da Internet são
indiscutíveis e podem tender para o bem ou para o mal. Registre as suas observações em 10 linhas, no máximo.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Raquel Magalhaes de Souza -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Raquel! De fato, as facetas são indiscutíveis e podem tender para o bem ou para o mal. A Sociedade em Rede revela uma ‘vivência social’ diferente desta que estamos vivendo. De forma avassaladora e, por vezes impositiva, imprime um novo ritmo e hábitos de vida cotidiana que deixam o mundo diferente. O desafio é achar o ponto de equilíbrio entre o real e o virtual sem perder a ‘essência humana’.
Mas, se a Internet está distraindo demais e não nos aprofundando nos assuntos, assim abordado por você, como não afetará nossas formas de ensinar e aprender? Seguramente os princípios pedagógicos clássicos – conservadores - são mais fortes do que essa renovação profunda provocada pela web.
Mas até que ponto é possível "usar a internet com consciência, aproveitando o que ela tem de melhor"(Raquel)?
Os tempos atuais exigem uma expansão e adaptação das abordagens pedagógicas às alternativas existentes. É hora de debater e repensar as condições e possibilidades do ambiente educacional de forma global: o que a Internet e o mundo digital agregam não são apenas ferramentas, mas também novas condições culturais e sociais em que os contextos presenciais e virtuais possam se misturar permanente e constantemente, como uma só educação, híbrida.
Por fim, acredito que as redes poderiam capitalizar suas 'características' para transformar a prática educativa em termos de possibilidades de ensino-aprendizagem e de comunicação horizontal, racional, solidária e ética.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Quesia Cristina Dias da Silva -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Quesia! Os computadores já fazem parte da vida e da rotina das pessoas, estão em casa, nas escolas, nos hospitais, nos mercados, em bancos, nas lojas, nas empresas, enfim, atrelaram-se às atividades habituais da sociedade.
A reflexão estabelecida por você é pertinente. Hoje, muitas das 'práticas cotidianas' já se dão no âmbito tecnológico digital. A internet tornou-se tão habitual que se entrelaçou à vida comum quase que imperceptivelmente.
A cada nova comodidade, deixamos de exercitar nossa memória porque um App nos conduz, outro calcula, e pesquisamos tudo a qualquer momento, sem precisar guardar na memória, armazenando tudo no celular ou na nuvem. A Internet se tornou um meio fácil, " oferece acesso instantâneo a informações e facilita a comunicação global(...)" (Quesia), e talvez por isso você tenha abordado a 'facilidade' como característica de um ciclo vicioso que dificulta uma ruptura, onde não conseguimos mais sair.
Há uma apropriação tão grande dos usuários pela internet que fica nítida a criação de uma relação de forte dependência, mas é preciso ficar alerta e buscar um uso comedido e equilibrado, pois realmente estamos diante de uma mudança irreversível na forma de saber. Creio que temos que ponderar para não chegar a um beco sem saída: “o uso equilibrado da Internet é essencial para equilibrar seus benefícios e desafios.” (Quesia).
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Layana Louise Carneiro Canuto -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Layana! É incontestável os ganhos proporcionados pela internet visando tornar a transmissão de informação mais democrática e ágil. Acredito que mesmo aqueles que estão conscientes da “influência” sempre crescente da internet, raramente refletem sobre o ‘uso que fazem’ e o ‘modo como desfrutam’ das tecnologias e informações.
A sua reflexão é oportuna, é necessário refletir e equilibrar para não chegar a um impasse e ter que optar por qualquer um dos caminhos: positivo ou negativo; bem ou mal; rede livre ou censurada...
Afinal, "até que ponto tudo que é transmitido sobre a vida do outro é verdade?" (Layana). Como não ficar suscetível “as famosas fake news, as quais são responsáveis por disseminar conteúdos ou informações falsas”? (Layana). A meu ver, sem regras claras grupos de poder, pedófilos, empresas e outros continuarão tirando proveito da insegurança virtual e esse vazio regulatório se traduz em compartilhamento de informações falsas, agressões, trapaças, golpes, uso e roubo de dados sem prévia autorização entre outras ações a favor de grandes interesses. Na minha opinião, é preciso manifestar-se a favor da criação de leis e novos marcos regulatórios do espaço digital que possam gerar confiança e segurança, mas sem despotismo.
Lamentavelmente a mídia digital/social, de forma arbitrária, facilitou a troca de informações para o bem ou para o mal e seu uso dependerá da ética de cada indivíduo. De certa forma o uso da internet depende do usuário, como destacado por você, e chega a ser impossível não reconhecer os benefícios para a sociedade, mas é preciso ficar alerta ao que pode estar oculto no mundo das redes, por mais que pareça fascinante e efêmero.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Aloyse Aquino da Conceicao -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Aloyse! Uma alternativa para combater esse lado negativo, pode ser tanto na escola quanto na Universidade (ambientes de formação), na tentativa de experimentar, praticar e refletir como as TICs poderão contribuir para que crianças, jovens e adultos tornem-se usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos ou até mesmo depositórios de dados, que não fazem sentido algum.
Na era da informação e comunicação é indispensável que as pessoas saibam e consigam identificar o que há de essencial no comportamento do ser humano, como você, Aloyse, destacou. A meu ver, é fundamental trazer a tecnologia para a sala de aula, do ensino básico ao superior.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Maria Fernanda Moreira do Nascimento -Fora as comparações doentias que as redes sociais causam no nosso dia a dia; seja em relação a rotinas falsificadas de exercícios físicos - que possuem apenas o intuito de vender algum produto emagrecedor para você - até comparações de pessoas que postam o que estudaram no dia, fazendo com que nos sintamos atrasados demais na nossa própria vida.
Claro, a internet nos proporciona inúmeros artifícios úteis, porém precisamos usá-la cautelosamente.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Gabryella Guedes Almeida -O ponto é sabermos onde precisamos nos ajustar para fazer melhor proveito das facilidades proporcionados pela internet. Mas essa é a dificuldade, como nos ajustarmos essa nova forma de viver ??
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Gabryella! A internet domina nossa atenção com muito maior insistência do que jamais o fizeram a TV, o rádio ou o jornal impresso. Quando estamos online, permanecemos geralmente alheados a tudo que se passa à nossa volta. O mundo real recua enquanto processamos a enxurrada/o fluxo de símbolos e estímulos que nos chegam em segundos por meio dos nossos aparatos digitais, por dever, distração ou válvula de escape.
Creio que a nossa utilização da internet envolve muitos paradoxos. “Agarra a nossa atenção para depois dispersar. Focamo-nos intensamente no meio propriamente dito, mas distraímo-nos com os disparos contínuos de mensagens e estímulos que competem entre si pela nossa atenção.” (Nicholas Carr, 2012). “Mas essa é a dificuldade, como nos ajustarmos essa nova forma de viver ?” (Gabryella).
Entendo que cada um à sua maneira deve moderar - com prudência e precaução - o uso do aparato tecnológico que está na palma da mão de acordo com as necessidades e desejos. Entretanto a Internet está fortemente arraigada ao cotidiano das pessoas, invadindo praticamente todos os setores da vida e modificando hábitos e comportamentos, não é mesmo?
Acredito que uso e consumo excessivos trarão outras consequências. O estranho hábito de passar a vida conectado (a) às redes sociais é um indicativo de mudanças radicais no modo de ser e viver, mudança de paradigma. A Internet é livre, aberta, dinâmica e sem manual de instrução quanto ao seu uso, por isso não há como controlá-la ou cerceá-la.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Maria Fernanda! À medida que usamos smartphone, tablet ou notebook o ‘banquete de informações' passa a ser volante, disponível a qualquer hora, em qualquer lugar.
O banquete é servido em casa, no trabalho, no carro, na sala de aula, no bolso, na palma da mão. A tela do smartphone desfaz as nossas dúvidas com as suas facilidades, ‘rapidez’, ‘sedução’ e ‘conveniências’. Acredito que mesmo aqueles que estão conscientes da “influência” sempre crescente da internet, raramente refletem sobre o ‘uso que fazem’ e o ‘modo como desfrutam’ das tecnologias e informações.
Lamentavelmente a utilização irresponsável e desmedida - de alguns - funciona como um veneno e que em nada colaboram com o desenvolvimento do indivíduo: comparações desproporcionais, rotinas falsas, sentimento de inferioridade... É uma espécie de tortura, só que virtual. As implicações dessa forma de violência alcançam um outro nível por meio do smartphone e Apps, passam a ter muito mais poder, sobretudo com a ampliação da plateia. Podem ser irreversíveis e prejudiciais e, sem dúvida, algo precisa ser feito.
Concordo, a cautela é a saída e deve ser um artifício a ser aprendido assim que o internauta inicia as suas atividades em rede, mas ainda assim não há garantias de que as pessoas estejam protegidas de ataques como fake news, vírus, golpes virtuais, depressão, violência sexual, moral e psicológica.
A reflexão estabelecida por você é acertada, mas é fato, a Internet possui duas faces, o que gera um resultado duplo (benefícios e malefícios) em que ambos impactam a sociedade.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Mateus Prado Velasco -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -
Oi, Mateus Velasco! Você tocou em um ponto extremamente sensível: uso da internet com a finalidade de transmitir o ódio. Lamentavelmente as redes sociais facilitam as agressões psicológicas tornando-as práticas corriqueiras, compartilhadas e replicadas de modo exponencial entre adolescentes e jovens, promovendo um dano bem maior do que as agressões física.
Compreendo seus argumentos e compartilho do seu ponto de vista. Às vezes a única coisa que parece ter se tornado global, no final, é a sensação de que quase todos nós perdemos com o avanço da tecnologia da comunicação e informação.
Você trouxe em sua postagem consequências do uso excessivo, inapropriado e negativo da Rede, que concordo plenamente. Mas, proponho que também considere que a Internet não é apenas mais um mundo virtual, é uma dimensão ampliada da realidade que permeia nossas vidas, já faz parte do nosso dia a dia! Ou seja, trabalhamos, socializamos, convivemos, compartilhamos, informamos, negociamos e comunicamos por meio dessa plataforma global e multifacetada. Não há como voltar atrás - sobretudo com a transformação digital da tecnologia 4G e a promessa do potencial das Redes 5G - e dar as costas a um futuro em que trilhões de dispositivos serão permanentemente conectados à rede, entre drones, carros autônomos, mercados, lâmpadas, sua geladeira e qualquer outra coisa.
Podemos dizer sem medo de errar, que em poucos anos a perspectiva de abrir fronteiras e o fascínio de se conectar com o distante foram virados de cabeça para baixo. A Web prometeu horizontalidade, mas frequentemente gera movimentos de ‘ansiedade', 'alta intensidade' e 'curtíssima duração.
Porém, de outro ponto de vista, as tecnologias digitais, associadas à globalização socioeconômica e cultural, promovem a certeza do que ganhamos: mais informação e diversão diversificada, espaços de debate e participação, acesso a bens, mensagens e serviços não disponíveis até então.
Nesta direção, setores se reinventam e vencem batalhas parciais por meio das redes sociais: por direitos humanos, pela igualdade de gênero, contra a destruição ecológica, contra a guerra da Ucrânia e do território Palestino. Acredito que movimentos como “#MeToo”, "#Nemumamenos", ”#MexeuComUmaMexeuComTodas ou colaborações em pesquisas científicas e experiências artísticas à distância podem ser exemplos de "convergência de virtudes da internet", você não acha?
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Gabriel Sabino de Almeida Fagundes -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Gabriel! Como disse à Maria Fernanda, o banquete é servido em casa, no trabalho, no carro, na sala de aula, no bolso, na palma da mão. A tela do iPhone desfaz as nossas dúvidas com as suas facilidades, rapidez, sedução e conveniências. Acredito que mesmo aqueles que estão conscientes da “influência” sempre crescente da internet, raramente refletem sobre o ‘uso que fazem’ e o ‘modo como desfrutam’ da tecnologia, pois à medida que usamos smartphone, tablet ou notebook o ‘banquete’ passa a ser volante, disponível a qualquer hora, em qualquer lugar. “A gente já nem se dá ao trabalho de memorizar algo, porque sempre dá pra buscar de novo. Eu mesmo já fiz isso várias vezes: em vez de lembrar uma data ou conceito, só vou direto no celular. Parece prático, mas no fundo deixa nossa memória enferrujada.” (Gabriel).
Você traz um elemento interessante para a discussão ‘a superficialidade no modo de saber gerada pela web’. Crítica em relação aos efeitos da Internet da maneira como a conhecemos, centra-se, a meu ver, na diminuição da capacidade de aprender, questionar, imaginar, inovar, buscar... E, neste contexto, o grande inimigo é obviamente a ‘Wikipedia’ ou o "ChatGPT".
Segundo Carr (2012): "a ironia do esforço da Google para trazer maior eficiência à leitura é que ele solapa o tipo de eficiência muito diferente que a tecnologia do livro trouxe à leitura - e às nossas mentes - em primeiro lugar. Ao nos libertar da luta para decodificar o texto rapidamente - lemos, se é que lemos, mais rápido do que nunca -, mas não mais somos levados a uma compreensão profunda, construída pessoalmente, das conotações do texto. Em vez disso, somos apressados para ir adiante até um outro pedaço de informação relacionada, e outra, e outra. O garimpo superficial do 'conteúdo relevante' substitui a lenta escavação do significado."
Há uma apropriação tão grande dos usuários pela internet que fica nítida a criação de uma relação de forte dependência, mas é preciso ficar alerta e buscar um uso comedido e equilibrado. Ainda não estou segura quanto à correlação entre ser menos reflexivo em virtude do excesso do uso da TDIC, mas realmente estamos diante de uma mudança irreversível na forma de saber.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Thiago Pinheiro da Silva -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Thiago! A sua postagem me fez lembrar do autor Howard Rheingold, no seu livro Mind Amplifier. Ele defende que não são as ferramentas tecnológicas que têm o poder de influenciar o ser humano. O “modo” como essas ferramentas são usadas é o mais relevante. “Não são apenas as ferramentas mentais que são importantes nas mudanças de direção civilizacionais. O saber usar essas ferramentas mentais é o que remodela o pensamento e muda o curso da história” (Rheingold, H. 2012).
De fato, os benefícios são reais, mas têm um preço. O filme “Dilema das Redes”* mostra que tudo que você faz nas redes sociais é instigado por robôs/por algoritmos. Trata-se de um grande mercado que negocia as informações dos indivíduos e manipula full time o ser humano. Será que temos de fato poder, controle e autonomia sobre o uso das redes ou essa sensação de controle é falsa?
No meu ponto de vista estamos construindo novamente um ponto de mudança na história da nossa espécie onde melhores ferramentas podem fazer a diferença entre o avanço e a extinção. Enfim, qualquer que seja o lugar e o momento em que acessamos à internet, somos presenteados com uma mistura incrivelmente sedutora. É ótima quando está a nossa disposição como um servo, mas também pode ser déspota como nosso amo.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
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Heingold, H. Mind amplifier: Can our digital tools make us smarter? Kindle Single ed. TED Conferences. (2012)
*Disponível na plataforma NetflixRe: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Ana Carolina Longo Alves da Costa -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Ana! Você me fez pensar na Alegoria da Caverna, parte do Livro “A República”, de Platão, e, consequentemente, repensá-la à luz da nossa era tecnológica.
Aqueles seres humanos confinados desde sempre no interior da caverna, onde estão presos, captando sombras, ocasionadas por uma fogueira sobre um tapume, como representações da realidade em muito se assemelham ao caso ora pensado por você. Na atualidade, vive-se, praticamente, das sombras projetadas nas paredes da caverna do mundo virtual: “A todo tempo estamos grudados em uma tela vendo vários conteúdos ao mesmo tempo e tentando prestar atenção em algum deles, mas acabamos somente ganhando mais informação sem, de fato, usufruí-la. Um exemplo que dou é a plataforma de vídeos, TikTok”. (Ana).
Como advertia o filósofo grego, devemos nos libertar do cativeiro das ideias, buscando a nossa autonomia do pensar, como fez o único personagem que saiu daquela caverna e foi em busca do conhecimento verdadeiro, que se opõe à opinião rasa e ao conhecimento superficial veiculados na internet (como por exemplo: TikTok).
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Patricia Almeida de Amorim -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Patrícia! A sua publicação me fez lembrar McLuhan. Ele afirmava que ‘todo novo meio de comunicação’ nos muda e que a nossa resposta convencional é de que 'é o modo como são usados que conta’, escreveu em 1955.
Realmente, aquilo que tanto os entusiastas como os descrentes não veem, viu Mc Luhan: o ‘conteúdo’/’a informação’ do meio de comunicação é menos importante do que o ‘meio’ em si, no que diz respeito a influenciar como pensamos e agimos. Para ele, um meio de comunicação popular 'molda' o que vemos e como olhamos para isso — e eventualmente, se o usarmos assiduamente, modifica-nos, como indivíduos e como sociedade. As mídias não são apenas canais de informação. “Os efeitos da tecnologia não se fazem sentir a nível das opiniões ou dos conceitos”. Pelo contrário, “os efeitos da tecnologia alteram ´padrões´ de percepção num passo firme e sem qualquer resistência”, escreveu McLuhan.’
Para Mc Luhan o ‘meio’ não é um simples canal de passagem do conteúdo/informação, mero veículo de transmissão da mensagem. É um elemento determinante da comunicação, que desconstrói “a busca pelo conteúdo dentro dos estudos da comunicação”. Ele é um estudioso da área de comunicação, por isso defende o meio enquanto um canal ativo de informação, que dialoga e transforma as formas como se conhece. “Assim como a análise do conteúdo se faz importante, a interposição do 'meio' em que ela é processada e transmitida se faz essencial.”, diz McLuhan.
Por alguns anos temos testemunhado grandes mudanças que afetam todos os níveis de nossas vidas. Mudanças que vêm ocorrendo a uma velocidade nunca antes conhecida e que de uma forma ou de outra giram em torno de uma tecnologia: a Internet.
A bem da verdade, nem mesmo McLuhan podia prever “o banquete que a internet preparou para nós: um prato após o outro, cada um mais suculento que o anterior, quase sem um momento para retomar o fôlego entre cada garfada.” (Nicholas Carr, 2010).
Podemos dizer sem medo de errar, que as repercussões imaginadas da rede na sociedade ficaram aquém, e hoje a rede como paradigma tecnológico da sociedade contemporânea, transformou todos os aspectos da nossa vida: como nos divertimos, aprendemos, compramos, compartilhamos ideias, conhecemos novas pessoas… Sem dúvida janelas foram abertas para o bem e o mal. “ Ao promover um uso consciente e equilibrado da internet, podemos preservar nossa capacidade de pensar profundamente e manter a riqueza cultural e intelectual que caracteriza o ser humano.” (Patrícia).
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Felipe da Silva Sena -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Felipe! Também identifico essa ansiedade de postar algo, exposição exagerada por meio de compartilhamentos de fotos, áudios e posts, que influenciam e beiram a “dependência”.
Muitos usuários acabam sentindo culpa ou arrependimento depois de passar muito tempo nas redes sociais, especialmente se sentem que estavam fugindo de questões mais importantes ou negligenciando responsabilidades. Esse ciclo de usar as redes sociais como uma forma de escape emocional e, em seguida, sentir-se mal por isso, pode levar a um agravamento da ansiedade e da frustração pessoal.
Creio que a nossa atenção ao conteúdo de um meio de comunicação, como a internet, pode nos tornar por vezes cegos a estes efeitos profundos. Andamos muito ocupados, ora deslumbrados ora estupefados pelo espetáculo do conteúdo midiático, para nos darmos conta do que está acontecendo.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Raissa Maria da Silva de Souza -Atualmente, o acesso à internet está extremamente facilitado, nos permitindo estar conectados a todo momento e em qualquer lugar.
Como qualquer outro produto, coisa, ou objeto, a internet pode gerar benefícios quanto malefícios, dependendo de como e para que a utilizamos. É essencial ter consciência e cautela para equilibrar o uso, aproveitando suas vantagens sem nos tornarmos dependentes dela. Nosso cérebro está cada vez mais se acostumando com a facilidade de vida trazida pela tecnologia e obtenção de informações trazidas pela internet, uma alta quantidade em tão pouco tempo, que se não pararmos e analisarmos podemos ser vítimas de informações falsas, ou até mesmo podemos a qualidade de ações, como a de escrita a mão, devido a nossa maior digitação.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Lucas Bastos da Silva -Um dos aspectos com os quais mais me identifiquei no vídeo foi o conceito das "bolhas" na internet, onde nos juntamos a indivíduos com pontos de vista semelhantes e acabamos acreditando que todos pensam da mesma forma. Na realidade, ao nos depararmos com outras pessoas, percebemos que elas vivenciam realidades e expressam opiniões extremamente diferentes, até mesmo em contextos sociais semelhantes ao nosso. Uma estratégia válida para lidar com esse tipo de dilema, na minha opinião, é conversar com pessoas com vivências diferentes das nossas, de preferência presencialmente, para ter um contraponto a uma visão potencialmente engessada adquirida no ambiente online.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Lucas, Vanessa e Débora! Vocês trouxeram para o debate uma questão central: como a Internet ‘molda’ a maneira como percebemos o mundo e como interagimos uns com os outros?
Exatamente, Lucas. Uma bolha, no contexto digital, é um ambiente fechado onde as pessoas são expostas principalmente a ideias, notícias e opiniões que reforçam as suas próprias crenças, criando uma espécie de "câmara de eco". Isso pode levar a uma série de distorções, tanto na forma como percebemos a realidade quanto nas nossas relações sociais.
Quando estamos imersos em uma bolha, o risco é justamente o de pensar que a diversidade de opiniões não existe ou é irrelevante — o que é um grande equívoco. “Na realidade, ao nos depararmos com outras pessoas, percebemos que elas vivenciam realidades e expressam opiniões extremamente diferentes, até mesmo em contextos sociais semelhantes ao nosso.” (Lucas).
Um dos efeitos mais poderosos dessas bolhas é a sensação de que todos ao nosso redor pensam da mesma forma que nós. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como algoritmos de recomendação que favorecem conteúdos semelhantes aos que já consumimos, o que faz com que a nossa visão de mundo se torne cada vez mais estreita e unidimensional. Quando estamos imersos em uma bolha, o risco é justamente o de pensar que a diversidade de opiniões não existe ou é irrelevante — o que é um grande equívoco.
“(...) acho que a forma como está moldando as personalidades é o que mais afeta atualmente” (Débora). Concordo, a internet e seus algoritmos estão, sem dúvida, moldando as personalidades das pessoas de maneiras profundas e sutis. O modo como interagimos com as plataformas digitais e o conteúdo que consumimos estão afetando nossos comportamentos, valores, relações e até mesmo a forma como nos percebemos e nos relacionamos com o mundo.
As pessoas que estão em uma bolha tendem a ver os outros, aqueles que não compartilham das mesmas ideias, como "estranhos", "inimigos" ou até mesmo como pessoas que "não entendem". Isso pode radicalizar posições, dificultar o diálogo e aumentar a polarização com "discursos de ódio que são encontrados de forma clara e direta em redes sociais como o Twitter e o Instagram." (Vanessa).
“Porém, devemos ter o cuidado para não nos permitirmos ser moldados em diversos aspectos pela presença da internet de forma excessiva no nosso dia a dia. “(Vanessa). Justamente, a chave para uma personalidade mais autêntica e equilibrada é cultivar a consciência crítica sobre como os algoritmos estão nos influenciando e buscar uma relação mais reflexiva com o que consumimos e compartilhamos online. Somos nós que escolhemos como navegar nesse ambiente digital, portanto somos responsáveis por nossas escolhas.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Laura Beatriz Oliveira Balbueno -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Vanessa Alves Pedro Marcelino -Podemos também ter acesso às informações que acontecem no Brasil e no mundo de forma ágil e simples, ao mesmo tempo que os chamados “algoritmos” entregam os conteúdos que gostamos ou desejamos assistir
Porém, ao mesmo tempo em que observarmos essa facilidade no nosso cotidiano, é perceptível que os indivíduos também tem sido afetados negativamente pelo excesso de tempo usado em prol das redes sociais, por exemplo.
Alguns colegas comentaram anteriormente sobre as Fake News que circulam pela internet, inclusive nos grupos de WhatsApp e sobre os discursos de ódio que são encontrados de forma clara e direta em redes sociais como o Twitter e o Instagram. Estamos de certa forma, sendo habilitados pela maneira que encontramos as informações de forma simplificada através da internet, porém, devemos ter o cuidado para não nos permitimos ser moldados em diversos aspectos pela presença da internet de forma excessiva no nosso dia a dia
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Lara Silva Queiroz Medeiros -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Lara! Você tocou em um ponto interessante. A internet, de fato, tem essa capacidade de "encurtar" o espaço-tempo. A comunicação instantânea, o acesso a informações em tempo real e a facilidade de conectar pessoas de diferentes partes do mundo dão a impressão de que as distâncias, tanto físicas quanto temporais, desapareceram. A velocidade com que as notícias e acontecimentos se espalham também faz com que o tempo pareça comprimido, como se tudo estivesse acontecendo ao mesmo tempo ou em um fluxo contínuo e imediato.
Por outro lado, essa sensação de compressão pode ser uma ilusão, especialmente quando nos damos conta de que, apesar de estarmos mais conectados do que nunca, a profundidade e o real entendimento das coisas podem se perder. Isto pode gerar a falsa sensação de que estamos realmente no controle do tempo, quando, na realidade, estamos cada vez mais desatentos ao seu verdadeiro fluxo, em busca de mais interações, mais estímulos, mais novidades...
Você trouxe um exemplo interessante para o debate: as reações da Vanessa Lopes no programa BBB-24. Ela começou a questionar o que era de fato real, quando estava confinada na casa. A mente da ex-bbb rompeu com a realidade.
Na minha opinião, a internet tem a capacidade de criar uma percepção distorcida da realidade, fazendo com que as pessoas se sintam, ao mesmo tempo, hiperconectadas, porém, isoladas. É possível que a Vanessa tenha sentido falta da interação virtual, da conexão e da velocidade da informação. Isso pode ter contribuído para uma possível sensação de vazio e disruptura da real situação do confinamento.
Então, creio que sim, a internet pode ser tanto uma benesse quanto uma maldição, dependendo da maneira como a usamos e da nossa capacidade de lidar com possíveis ilusões que ela cria. É uma tecnologia que pode tanto aproximar quanto distanciar e que, seguramente, não substitui a profundidade das conexões humanas reais, não é mesmo?
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Dbora da Silva Costa -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Daniel Franco Nigri -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Fernanda Mendes de Souza -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Larissa de Assumpcao Barbosa -Entendo que a internet, como tudo na vida, deve ser usada de maneira equilibrada, o que sinceramente, para a maioria de nós é difícil. Indo de encontro a este movimento vemos que as escolas também sofrem com esse processo, pois ter equilíbrio dentro do ambiente escolar em relação ao uso da internet não é algo fácil. Principalmente pela enxurrada de conhecimento, notícias e opiniões que a todo tempo tanto aluno quanto professor entram em contato. Acredito que assim como estamos nesse momento reflexivo, colhendo frutos do uso da internet, chegaremos a algum lugar saudável, as pesquisas acadêmicas certamente vão contribuir muito pra isso.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Oi, Larissa! Há alguns anos entramos em uma nova era, a era da Internet, com uma nova cultura claramente distanciada da cultura contemporânea dos séculos XIX e XX, e vivemos o momento da maior mudança social de toda humanidade. Hoje as tecnologias estão permitindo imensas possibilidades de realização de uma diversidade de práticas verdadeiras ou falsas (‘fake news’ ) para o bem ou, lamentavelmente, para o mal.
Os alunos de hoje - do jardim de infância à universidade - representam as primeiras gerações que cresceram com essa nova tecnologia. Eles passaram a vida inteira cercados e usando computadores, videogames, smartphones e demais ferramentas da era digital.
Está claro que, como resultado desse ambiente onipresente e de grande interação com ele, os estudantes de hoje pensam e processam as informações de maneiras fundamentalmente diferentes de seus pais. Essas diferenças vão muito mais longe e mais profundamente do que a maioria dos pesquisadores sabe ou suspeita.
Enfim, é possível concluir que existem inúmeras pesquisas ainda a serem divulgadas, e que, atualmente, se vivencia uma verdadeira transição de paradigmas inerentes à inclusão dos bits em grande escala no cotidiano de todos.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Maria Luisa da Cruz Oliveira -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Matheus Penna Prado -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Matheus Penna! Percorremos hoje por mais uma das transições sociais que transformam a sociedade ao longo dos tempos, a internet. Inquestionavelmente a influência do digital na atualidade é gigantesca e muito disso vem, de fato, da internet.
Sabemos que qualquer informação pode ser obtida instantaneamente, na qual os dados são atualizados a todo segundo. A internet fez o cidadão potencialmente sujeito comunicador. Ele não só passou a ter um acesso maior à informação como pode participar dela diretamente, opinando, compartilhando, publicando e interagindo ao mesmo tempo em que assiste a uma live, por exemplo.
Para compreender este processo, é preciso não só entender as mudanças da própria sociedade, sejam estas no seu modo de agir, pensar e se relacionar, mas também a ‘evolução dos dispositivos’ que propuseram e/ou fizeram parte dessas modificações.
Castells (1999) * define bem esse processo de mudança da sociedade dizendo que se encerrou uma revolução tecnológica, com base na informação que transformou o pensar, o produzir, o negociar, o comunicar, viver, morrer, fazer guerra e fazer amor; demonstrando configurações monumentais que se procederam e influenciaram a Era da Informação e do Digital, institucionalizando o que é a sociedade, hoje.
De certa forma, o uso da internet depende do usuário e chega a ser impossível não reconhecer os benefícios para a sociedade, mas é preciso ficar alerta ao ‘bicho papão’ que pode estar escondido no sombrio mundo das redes. É preciso tomar cuidado para não ser engolido por ele, por mais que pareça fascinante.
O novo marco comunicativo é denunciado como algo, superficial e irreflexivo, exatamente como abordado por você. Mas, confesso que não consigo conceber a Web como uma ferramenta de comunicação perniciosa, que enfraquece a forma como a conhecemos, mas a única resposta que a Humanidade encontrou até agora para enfrentar um novo fenômeno: o excesso de conhecimento disponível.
Um abraço, prof. Wânia Clemente
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* CASTELLS, M. 1999. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Matheus Duarte da Silva Santana -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Oi, Matheus Duarte! Afinal, o que gera dependência? A tecnologia em si, o modo como a usamos ou o conteúdo veiculado?
De fato, há uma crescente quantidade de pesquisas e estudos que apontam que o uso excessivo das redes sociais está diretamente relacionado a diversos efeitos psicológicos negativos, como dependência digital, ansiedade, depressão e baixa autoestima.
A dependência e a ansiedade relacionadas ao uso das redes sociais são realidades bem documentadas e podem ter efeitos significativos sobre a saúde mental das pessoas. As plataformas digitais são projetadas para manter os usuários constantemente conectados, alimentando um ciclo de gratificação imediata que pode gerar dependência, enquanto ao mesmo tempo criam um ambiente de pressão social, comparação constante e informações alarmistas, que aumentam a ansiedade.
O “Dilema das Redes” mostra que tudo que você faz nas redes sociais é premeditado, programado ou instigado por robôs. Trata-se de um grande mercado que negocia e manipula full time o ser humano. Tudo tem uma lógica que envolve o capital, a questão econômica sempre precede. Será que temos de fato poder, controle e autonomia sobre o uso das redes ou essa sensação é falsa?
Recomendo assistir: Documentário Privacidade Hackeada*
* Aborda o caso da Cambridge Analytica, empresa pivô de um escândalo de manipulação de dados colhidos no Facebook, manipulação essa que teria sido a responsável por ajudar a eleger Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 2016 e Jair Bolsonaro em 2018.
* https://youtu.be/wjXYCrxRWqc
Um abraço, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Yasmin da Cunha Sequeira -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Paula Cristina de Carvalho Silva -Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Daniel, Maria Luiza, Raissa, Fernanda e Paula! De forma geral, vocês trouxeram um elemento importante para a discussão: ‘a superficialidade no modo de raciocinar que a web pode estar gerando’. Crítica em relação aos efeitos da Internet da maneira como a conhecemos, sua objeção centra-se, na minha opinião, na diminuição da capacidade de concentração e contemplação.
A meu ver, não é absurdo aceitar algumas das teses de Carr sobre a superficialidade do pensamento, ou adicionar uma diminuição previsível na capacidade de raciocínio. Na mesma linha, também podemos supor que está sendo desenvolvida uma maior habilidade de interagir com as máquinas, de tomar decisões em menos tempo após uma rápida análise da informação visual. Percepção global, capacidade de avaliar informações, capacidade de integrar e inter-relacionar dados ... são todas competências que parecem estar em ascensão em nossas habilidades cognitivas.
Não será fácil lidar com toda essa nova situação tecnológica: capacidade de ler e manter o foco por longos períodos, controle de tempo de permanência na rede, seleção de fontes confiáveis de dados e desconexão para filtrar e acomodar informações essenciais. Penso que a autodisciplina e a definição de prioridades podem ser estratégias para filtrar as informações disponíveis na internet. E vocês, o que pensam a respeito?
Abraços, prof. Wânia Clemente
Re: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros?
por Wania Clemente -Olá, Laura e Yasmin! Com o advento da Internet, nossas vidas mudaram radicalmente. O uso das redes sociais representa para o ser humano um vínculo virtual com a sociedade, alterando a forma como nos relacionamos e nos comunicamos com os outros.
“Redes sociais promovem interações superficiais, focando em curtidas e comentários que não aprofundam o entendimento entre as pessoas.” (Yasmin). De fato, algumas pessoas interagem mais com seus pares neste meio, do que na forma física; situação que impacta direta ou indiretamente suas emoções por envolver elementos como sentimento de pertencimento, aceitação ou reconhecimento
“A grande armadilha, ao meu ver, é entrar nessa dinâmica sem manter os pés no chão no senso crítico.” (Laura). Exatamente, uma das primeiras consequências é a perda de informações de qualidade. Dada a impossibilidade de processar toda essa informação, deixamos que nossos vieses cognitivos decidam em que devemos prestar atenção. Esses atalhos mentais influenciam as informações que buscamos, entendemos, lembramos e repetimos de maneira prejudicial.
A qualidade da informação é ainda mais afetada pelos robôs, que podem explorar todas as nossas lacunas cognitivas. Os mecanismos de busca e as plataformas de mídia social fornecem recomendações personalizadas com base na grande quantidade de dados que possuem.
A maioria de nós não acredita que segue o rebanho. Mas nosso viés de confirmação nos leva a seguir outros que são como nós, uma dinâmica às vezes conhecida como homofilia, uma tendência de pessoas com ideias semelhantes se conectarem umas com as outras. As redes sociais amplificam a homofilia ao permitir que os usuários alterem suas estruturas de rede social por meio de seguir, cancelar amigos, compartilhar etc. O resultado é que as pessoas se segregam em comunidades grandes, densas e cada vez mais desinformadas, comumente descritas como ‘câmaras de eco’ (bolhas).
Enfim, compreender nossos vieses cognitivos e como os algoritmos e bots os exploram nos permite proteger-nos melhor contra a manipulação. A necessidade de entender essas vulnerabilidades cognitivas e como os algoritmos as usam ou manipulam tornou-se urgente.
Por fim, vocês já assistiram o curta de animação que ilustra a música “Are You Lost In The World Like Me?” (“Você está perdido no mundo como eu?), do compositor Moby? O Videoclipe, produzido em 2016, descreve como as pessoas se isolam na tecnologia e esquecem uma das melhores coisas da vida: a convivência humana. Vale conferir!
Um abraço, prof. Wânia Clemente