Sim, o capitalismo certamente influenciou as concepções humanas acerca de normas, regras, teorias e visões de mundo. Isso porque esse modelo de produção orienta o globo há cerca de 500 anos, apesar dos primórdios da forma de capitalismo que conhecemos hoje só ter se iniciado na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial. Ele foi responsável por modificar as concepções de espaço, tempo e natureza, pois condensou as percepções temporais a partir da evolução tecnológica que gerou, além de também ter transformado a natureza após séculos de exploração, dada sua característica intrinsecamente consumista de recursos naturais.
O capitalismo, portanto, encontrou tamanha adesão mundial (seja por imposição ou por opção), que se tornou muito mais que um modelo de produção, mas um sistema socioeconômico que passou a ditar estilo de vida a partir do estabelecimento de valores, hábitos, normas e condutas na sociedade. Isso ocorre pois o trabalho e o consumo fazem parte da vida de qualquer pessoa que viva em sociedade, fazendo com que, assim, o capitalismo também se faça presente. Vale ainda ressaltar que, mesmo nas poucas sociedades não orientadas pelo modelo capitalista, ele ainda se impõe, pois, como destaca Vladimir Lênin (1917), um dos autores utilizados para entender o sistema-mundo nas Relações Internacionais, além de orientar os entornos em larga escala, o capitalismo se coloca como uma força de opressão à formas de produzir distintas, dada sua essência expansiva.
Assim sendo, tem-se que o capitalismo determina o panorama sociopolítico, econômico e cultural no qual se vive nos dias atuais, determinando a forma como as relações interpessoais e imagéticas do mundo se dão.