Os meios de comunicação de massa têm um papel central nas mudanças linguísticas, dado o seu alcance e a velocidade com que disseminam palavras, expressões e construções gramaticais, muitas vezes incorporadas sem uma reflexão crítica apropriada. Esse fenômeno, intensificado pela globalização e pela instantaneidade da informação nos tempos atuais, pode resultar tanto na uniformização quanto na diluição de particularidades culturais e regionais que conferem identidade a uma língua. Saramago, ao afirmar que a escrita "informa o nosso discurso", destaca seu papel estruturante na comunicação, funcionando como um referencial que molda e organiza o pensamento. Diferente da oralidade, a escrita registra, preserva e permite reflexão, influenciando nossas escolhas linguísticas mesmo na fala.
Na sociedade contemporânea, exposta diariamente a inovações linguísticas por meio de redes sociais e mídia, enfrentamos o desafio de equilibrar dinamismo e preservação. Ao mesmo tempo em que as mudanças são sinais de vitalidade da língua, a ausência de cuidado pode levar à perda de profundidade e ao enfraquecimento de suas estruturas. Por isso, se torna imprescindível adotar uma postura ativa que valorize e riqueza da língua em sua complexidade, conciliando tradições e inovações, para evitar que a falta de defesa, como alerta Saramago, resulte em seu declínio gradual até uma possível extinção.