A nova forma de produção, especialmente com o advento do fordismo, trouxe implicações significativas para os seres humanos, a cultura e a organização do espaço. Essa forma de produção em massa, que se caracteriza pela produção padronizada e pela linha de montagem, transformou profundamente a maneira como as sociedades se organizam e como as pessoas vivenciam seu cotidiano.
O fordismo, ao introduzir a linha de montagem e a especialização do trabalho, levou à alienação dos trabalhadores. Em vez de realizar tarefas complexas e criativas, os trabalhadores passaram a realizar atividades repetitivas e fragmentadas, o que reduziu seu envolvimento no processo produtivo. Essa alienação afetou a qualidade da experiência de trabalho e a percepção dos indivíduos sobre seu papel na sociedade, tornando o trabalho algo mecânico e desvinculado do produto final.
Culturalmente, o fordismo gerou uma valorização da eficiência, da produção em massa e do consumo em massa. A sociedade passou a ser estruturada em torno da ideia de produção contínua e consumo constante. A cultura se adaptou a essas novas formas de trabalho e consumo, promovendo a ideia de que o sucesso e o status estavam intimamente ligados à capacidade de consumir bens produzidos em larga escala, como carros, eletrodomésticos e outros produtos industrializados.
A organização do espaço também foi profundamente alterada. O espacialismo industrial resultante do fordismo levou ao surgimento de grandes fábricas e à urbanização acelerada, com o crescimento de cidades industriais e a concentração de trabalhadores em áreas próximas às fábricas. A urbanização e a segregação social aumentaram, criando uma separação entre os centros de produção e os centros de consumo.
O filme "Tempos Modernos" (1936), de Charlie Chaplin, é uma crítica ao impacto do fordismo e da produção em massa sobre os trabalhadores. Nele, o personagem de Chaplin, o "Vagabundo", é um operário em uma fábrica que trabalha na linha de montagem, realizando tarefas repetitivas e mecanizadas. O filme mostra a alienação, a monotonia e a desumanização do trabalho nas fábricas, aspectos centrais do fordismo. Além disso, "Tempos Modernos" critica a aceleração do ritmo de trabalho e os efeitos dessa organização sobre a saúde mental e física dos trabalhadores, um reflexo direto das condições de produção no contexto industrial.
A nova forma de produção introduzida pelo fordismo implicou em grandes mudanças para os humanos, levando à alienação no trabalho, para a cultura, que passou a valorizar a produção e o consumo em massa, e para a organização do espaço, com a concentração urbana e a segmentação social. O filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin ilustra esses impactos, mostrando de maneira crítica a desumanização do trabalhador e as consequências do sistema fordista, que transforma as pessoas em meros componentes de uma máquina produtiva.