Coloque aqui sua reflexão a respeito do impacto dos estudos pós e decoloniais para a sua área de estudo.
Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Maya Suemi Lemos - Número de respostas: 22Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Julio Chrstian Guilherme da Costa -Adotar um olhar decolonial na engenharia significa considerar conhecimentos locais, ajustando práticas de gestão e produção às particularidades culturais e sociais da América Latina. Isso poderia resultar em métodos de trabalho mais inclusivos e sustentáveis, adaptados às necessidades da nossa região e menos dependentes de padrões que não refletem a nossa realidade.
Essa abordagem também sugere a valorização de saberes tradicionalmente marginalizados, abrindo espaço para inovações que considerem as especificidades locais e proponham soluções mais adequadas ao contexto latino-americano. É uma oportunidade de transformar a prática da Engenharia de Produção em algo mais relevante e contextualizado.
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por Monica Cristina Riccio Ribeiro -Na área de Letras, os estudos pós e decoloniais incentivam uma revisão crítica do cânone literário e das práticas de análise e ensino de textos como Valorização de vozes marginalizadas (Amplia-se o espaço para escritores e tradutores que representam perspectivas não eurocêntricas, incluindo indígenas, africanos, afrodescendentes e outras culturas que historicamente tiveram suas produções relegadas a um segundo plano), Redefinição do cânone literário (Obras anteriormente consideradas periféricas ou “alternativas” começam a integrar currículos e debates acadêmicos), Crítica às categorias normativas (Conceitos como “universalidade”, “clássico” ou mesmo “literatura” passam a ser questionados, revelando os contextos de poder que sustentaram essas definições) e Linguagem como espaço de poder (Os estudos linguísticos e literários se debruçam sobre as dimensões coloniais da língua, considerando como línguas dominantes foram impostas e como resistências linguísticas operaram ao longo da história).
Podemos olhar mais especificamente no Ensino de Português, observando a Reavaliação do conteúdo programático, de forma a incorporar textos que reflitam a diversidade cultural e linguística do Brasil, incluindo produções de autores de comunidades indígenas e quilombolas, amplia o repertório crítico e cultural dos estudantes; Reconhecimento das variações linguísticas onde a centralidade da norma-padrão pode ser desafiada, destacando-se a legitimidade de outras variedades linguísticas do português e a importância de práticas inclusivas no ensino; Questionamento da neutralidade da língua e como o ensino pode enfatizar como a língua portuguesa foi usada como ferramenta de dominação colonial e como isso ainda repercute nas desigualdades sociais e culturais; Descolonização pedagógica e práticas inspiradas em pensadores como Paulo Freire podem contribuir para um ensino mais dialógico, que respeite e valorize os saberes prévios dos alunos, especialmente aqueles oriundos de contextos marginalizados.
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por Andre Vinicius Ribeiro da Silva -Os estudos pós-coloniais e decoloniais podem trazer reflexões significativas à Pedagogia, por nos levarem a refletir como a educação é estruturada e quem se beneficia dos saberes que ensinamos. Muitas vezes, a educação, como a conhecemos, é caracterizada por uma herança do colonialismo, com valorização do conhecimento europeu, revelando a não abordagem de saberes e práticas de outros povos. Ao olhar para essa herança, podemos repensar a maneira que acontece o processo de ensino-aprendizagem, ressignificando o sistema e buscando uma educação que envolva a todos.
A crítica decolonial nos ajuda a perceber como a história e as estruturas de poder ainda exercem influência na educação, mesmo após a independência dos países colonizados. Isso se reflete, por exemplo, no currículo escolar, que muitas vezes desvaloriza as culturas e os saberes locais. Para a Pedagogia, isso significa a chance de criar uma educação que valorize as variadas formas de conhecimento, como os saberes indígenas, afro-brasileiros ou de outros povos do Sul Global, que já é previsto pelos parâmetros curriculares, oferecendo aos estudantes um espaço onde suas histórias e culturas sejam conhecidas, respeitadas e celebradas.
Quando a Pedagogia se distancia do eurocentrismo, ela começa a reconhecer que o conhecimento não é algo universal, mas sim, culturalmente situado. Isso abre portas para uma educação que valoriza diferentes formas de pensar e de viver e não que impõe um único modelo de saber. Além disso, ao adotar essa postura decolonial, podemos transformar a escola em um espaço onde os estudantes são incentivados a pensar criticamente, questionando o que aprendem e refletindo sobre essas questões, ampliando a sua visão de mundo e seu letramento social. Esse movimento também nos desafia a repensar o papel da educação em nossas vidas. Ao invés de apenas nos adaptar às normas e expectativas da sociedade, a Pedagogia decolonial nos convida a usar o aprendizado como uma ferramenta de transformação social. É sobre empoderar os estudantes, dando-lhes as ferramentas para questionar e para lutar, reconhecendo os seus direitos e deveres como ser social.
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por Raquel Magalhaes de Souza -Na prática, isso quer dizer que nem sempre o aprendizado na faculdade vai funcionar em todas as situações. Por exemplo, modelos de gestão de estoques ou de produção feitos para grandes setores podem não atender às necessidades de uma comunidade rural ou de pequenos negócios. A ideia dos estudos decoloniais é justamente valorizar essas diferenças e criar soluções que respeitem o local e as pessoas envolvidas, além disso, esses estudos mostram que a Engenharia de Produção não deve apenas buscar eficiência e lucro. É pensar possível em formas de trabalho e produção que também cuidem das pessoas e do meio ambiente. Isso faz com que as pessoas reflitam sobre como usar o que aprender de maneira mais justa, ajudando a construir um futuro melhor e mais sustentável.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Lorena Vitoria Gomes Goncalves -Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Nicolli Ramos de Sousa -Comemorações como o Dia do Índio ou o Dia da Consciência Negra, apesar de aparentarem inclusão, muitas vezes reforçam estereótipos ou tratam esses grupos como figuras do passado, desconectadas da realidade contemporânea. Essas datas raramente promovem uma descolonização efetiva, pois não questionam as estruturas que marginalizam essas culturas, nem reconhecem suas contribuições ativas para a sociedade atual.
Além disso, no Ensino Fundamental, a forma como se ensina a “descoberta” do Brasil é frequentemente romantizada, ocultando a violência da colonização e silenciando as vozes indígenas e africanas que resistiram a esse processo. Ao invés de trazer uma visão crítica, os livros e materiais didáticos amplamente utilizados reproduzem narrativas construídas por colonizadores, ignorando outras perspectivas e formas de conhecimento.
No espaço da Educação Infantil, as crianças já começam a internalizar essas ideias, muitas vezes por meio de histórias, brincadeiras e clássicos literários que carregam os valores e perspectivas de uma cultura dominante. Isso limita a capacidade das crianças de compreenderem a diversidade cultural e histórica do país de maneira crítica e respeitosa.
A descolonização da pedagogia exige repensar essas práticas, integrando narrativas que valorizem os saberes e as histórias indígenas, africanas e locais como centrais, e não periféricas. É necessário ensinar as crianças que o Brasil não foi “conquistado”, mas violentamente ocupado, e que suas raízes culturais são muito mais amplas e profundas do que os currículos tradicionais apresentam.
Promover uma pedagogia decolonial é reconhecer a importância de celebrar a diversidade de maneira autêntica, dar espaço para vozes historicamente silenciadas e criar cidadãos que compreendam a complexidade das relações sociais e culturais em que estão inseridos. A partir disso, podemos construir uma educação que respeite verdadeiramente as diferentes identidades e histórias que compõem nossa sociedade.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Amanda Martins da Silva -Diante a minha área de estudo, os estudos pós e decoloniais têm o potencial de trazer impactos significativos para a estatística, tanto no âmbito teórico quanto em sua aplicação prática. Essas correntes críticas propõem a reflexão sobre como o conhecimento é produzido, quem participa desse processo e quais interesses ele serve, o que desafia algumas das premissas tradicionais da estatística.
A estatística frequentemente utiliza dados coletados dentro de estruturas históricas e culturais que podem refletir desigualdades ou vieses coloniais. A incorporação de uma perspectiva decolonial incentiva a análise crítica de como os dados são obtidos, tratados e interpretados. Isso ajuda a evitar a perpetuação de narrativas opressivas ou exclusivas, permitindo que os resultados sejam mais representativos e inclusivos.
Os estudos decoloniais enfatizam a importância de reconhecer e integrar conhecimentos que vêm de comunidades historicamente marginalizadas. Na prática estatística, isso pode significar considerar formas não ocidentais de pensar e mensurar fenômenos, além de criar metodologias que dialoguem com contextos culturais específicos.
A estatística frequentemente parte do pressuposto de que métodos e modelos são aplicáveis universalmente. A perspectiva pós-colonial sugere que tais abordagens podem desconsiderar contextos culturais e históricos únicos, conduzindo a conclusões equivocadas. Assim, traz à tona a necessidade de adaptar ferramentas estatísticas para respeitar as particularidades locais.
Com uma visão pós-colonial, a estatística pode ser usada como uma ferramenta para empoderar populações historicamente excluídas. Isso inclui o desenvolvimento de análises voltadas para reduzir desigualdades sociais, raciais ou econômicas, abordando questões como redistribuição de recursos, representatividade e justiça social.
No ensino e na pesquisa estatística, as perspectivas decoloniais desafiam o currículo tradicional, incentivando o questionamento de autores, teorias e métodos que predominam, muitas vezes excluindo outras vozes e perspectivas globais.
Integrar essas reflexões aos estudos estatísticos pode não apenas ampliar o impacto social da área, mas também aprimorar a qualidade das análises, tornando-as mais justas, relevantes e adaptadas à complexidade dos contextos globais.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Aline Penna De Carvalho -Essas reflexões me convidam a questionar se estamos realmente promovendo um diálogo equitativo entre diferentes saberes ou se ainda estamos reproduzindo conhecimentos que privilegiam determinadas perspectivas em detrimento de outras. Na psicologia, isso significa ir além de adaptar métodos e teorias: é preciso criar espaços para que os saberes locais não apenas sejam incluídos, mas também valorizados como fundamentais para a construção de um conhecimento mais diverso e representativo.
O conceito de justiça epistêmica, nesse sentido, reforça a ideia de que não basta ampliar as vozes no campo da psicologia. Precisamos repensar os critérios pelos quais validamos o conhecimento, de forma a legitimar as contribuições que emergem das experiências culturais e locais. Essa perspectiva fortalece a prática psicológica, pois nos conecta de forma mais autêntica às realidades vividas pelas pessoas.
Essas ideias não são apenas críticas; são também um lembrete de que a psicologia tem um papel crucial na construção de um saber mais inclusivo e conectado às necessidades reais das comunidades. Para mim, o mais inspirador é perceber que essa reflexão reforça a importância do que já buscamos fazer, ao mesmo tempo em que nos desafia a ir além e transformar nossa área em algo ainda mais alinhado às experiências humanas diversas.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Nadine de Franca Rodrigues -Na pedagogia, questionamos as estruturas tradicionais de poder e conhecimento que estão enraizadas no nosso cotidiano. Vejo, com frequência, uma valorização excessiva da cultura europeia, que é, basicamente, a cultura branca, enquanto pouco se dá espaço às culturas locais indígenas e negras. Ao meu ver, fala-se muito pouco sobre essas culturas. Por isso, é essencial propor a desconstrução da educação eurocêntrica e abrir espaço para múltiplas epistemologias, valorizando as perspectivas locais e os saberes historicamente silenciados. Esse trabalho precisa ser feito de forma contínua e diária, ensinando desde cedo a importância das raízes locais, das ancestralidades e do meio em que vivemos, mostrando que também somos formadores de cultura e saber.
Essas abordagens desestabilizam a ideia de uma universalidade imposta, propondo uma pedagogia que dialogue com a diversidade epistêmica, valorize a interculturalidade e desafie hierarquias culturais. A educação torna-se, assim, um espaço para repensar o mundo a partir de narrativas mais inclusivas e representativas da pluralidade humana, não apenas em datas comemorativas, como o Dia do Índio ou o Dia da Consciência Negra, mas durante todo o ano letivo.
Adotar essas abordagens pluriversais inclui integrar narrativas, vozes e histórias de povos historicamente silenciados, possibilitando que crianças, adolescentes e até adultos se reconheçam nelas. Inspirada em Paulo Freire, essa pedagogia pode ser uma ferramenta poderosa para conscientizar os estudantes sobre sua própria realidade social e capacitá-los para transformá-la.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Thyago Soares Pena -Ao introduzir conceitos como **colonialidade do saber**, o giro decolonial nos força a refletir sobre como o conhecimento produzido na América Latina, África ou Ásia tem sido constantemente marginalizado em favor de perspectivas oriundas do Norte Global. Esse movimento permite resgatar vozes e experiências subalternizadas, oferecendo ferramentas para reconstruir histórias que valorizem a pluralidade de sujeitos e visões de mundo. Para a História, isso significa revisitar eventos e processos com base em epistemologias locais, enquanto na Sociologia implica questionar teorias universais que, muitas vezes, ignoram a complexidade dos contextos latino-americanos.
Além disso, a crítica decolonial abre caminho para **desnaturalizar hierarquias**, tanto entre saberes quanto entre culturas. Na prática, ela nos incentiva a buscar formas de pesquisa e ensino que incluam perspectivas indígenas, afrodescendentes e outras populações historicamente silenciadas. No contexto do Brasil, isso tem um impacto direto sobre o modo como narramos nossa própria formação histórica, desconstruindo mitos como o da "democracia racial" e abordando com mais profundidade os efeitos persistentes da colonialidade.
Portanto, o giro decolonial nos oferece uma oportunidade de reconstruir nossas áreas de estudo com base em um olhar mais crítico e inclusivo. Mas fica uma questão: estamos preparados para realmente romper com as amarras do eurocentrismo e reconhecer o valor de saberes que, por muito tempo, foram vistos como "não legítimos"?
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por Gabriel Santos Collares -Além disso, as epistemologias decoloniais propõem uma transformação na formação e na prática profissional. Currículos podem ser enriquecidos com conhecimentos do Sul Global e interdisciplinares, enquanto modelos de gestão se tornam mais inclusivos e participativos. Assim, a engenharia de produção pode contribuir para uma industrialização mais ética e contextualizada, promovendo o empoderamento de comunidades locais e a criação de sistemas produtivos mais justos e sustentáveis. Essas abordagens conectam inovação tecnológica com justiça social, ajudando a construir alternativas ao modelo hegemônico.
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por Júlia Ferreira de Albuquerque -Esses estudos também ajudam a dar mais voz aos alunos, ao valorizar suas identidades e culturas, tornando a educação mais conectada com as suas realidades. Para os professores, trazem a oportunidade de refletir sobre o papel da escola na manutenção ou na transformação das desigualdades sociais, encorajando práticas mais inclusivas e que respeitem as diferenças. Outro ponto importante é a valorização de línguas e expressões culturais locais, que muitas vezes são ignoradas pela escola, mas que podem enriquecer o processo de aprendizado.
Assim, os estudos pós e decoloniais não só ajudam a questionar o que está errado no sistema de ensino, mas também oferecem caminhos para uma educação mais justa, respeitosa e que valorize a diversidade. Eles mostram como a educação pode ser uma ferramenta para transformar a sociedade, ajudando a superar desigualdades e a construir um futuro mais inclusivo para todos.
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por Pedro Moradillo Pregueiro -Essa perspectiva oferece ferramentas críticas para repensar categorias fundamentais e questionar a naturalização de desigualdades. O reconhecimento de múltiplas epistemologias valoriza o papel de comunidades historicamente marginalizadas como sujeitos de saber e ação. Isso permite imaginar novas formas de pensar e agir no mundo, construindo alternativas que rompam com as lógicas de dominação e exclusão.
No campo acadêmico e prático, essas reflexões desestabilizam narrativas lineares de progresso e universalidade, sugerindo que as soluções para os desafios contemporâneos passam pela valorização de perspectivas plurais e pelo diálogo intercultural. Além disso, incentivam a ruptura com modelos que perpetuam opressões baseadas em raça, gênero, classe e etnia, contribuindo para a construção de um conhecimento mais inclusivo e transformador. A partir disso, emerge a possibilidade de construir um futuro onde a diversidade epistêmica seja reconhecida como central para a compreensão e a ação sobre os problemas globais.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Larissa de Araujo Bazoni Santos -No âmbito acadêmico, os estudos decoloniais criticam currículos padronizados, sugerindo formações mais diversas e sensíveis aos contextos sociais e ambientais. Eles também incentivam a criação de engenheiros mais conscientes do impacto de suas soluções, capazes de colaborar globalmente e respeitar diferentes formas de conhecimento. Assim, essas perspectivas reposicionam a engenharia elétrica como uma área que não é apenas técnica, mas comprometida com a inclusão, a equidade e a sustentabilidade, contribuindo para um futuro mais justo e responsável.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Ana Beatriz Lemos da Cunha -Na prática, a integração dessas perspectivas na Engenharia de Produção pode se manifestar de diversas formas, incluindo o incentivo à participação das comunidades locais nos processos de decisão, o avanço de tecnologias sustentáveis e de fácil acesso, a valorização da diversidade cultural nas equipes de trabalho e a criação de indicadores de desempenho que levem em conta não apenas a eficiência econômica, mas também os impactos sociais e ambientais. Essas abordagens expandem, assim, os horizontes da disciplina, incentivando seus profissionais a repensar o futuro da produção de forma mais justa e consciente.
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por Roberta Cafiero Marinho Nassar -Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Julia Rayssa Dias Gomes -Os estudos pós e decoloniais são importantíssimos para pensar uma pedagogia mais inclusiva, especialmente ao desafiar as estruturas de poder e as epistemologias dominantes presentes no sistema educacional. Esses estudos questionam a centralização de saberes eurocêntricos, onde só os saberes dos brancos eram valorizados, propondo uma educação mais inclusiva, que valorize as culturas e todas epistemologias, como as das populações indígenas, africanas e latino-americanas. Esse movimento de descolonização do currículo e da prática pedagógica visa combater as desigualdades sociais e raciais, promovendo uma abordagem mais plural e crítica.
A pedagogia decolonial também busca transformar a relação entre professor e aluno, adotando uma perspectiva mais horizontal, onde o professor é visto como facilitador do conhecimento e o aluno, um participante ativo na construção do saber. Isso se alinha a uma educação mais colaborativa e reflexiva, que respeita as histórias, as vivências e as identidades dos estudantes. Além disso, propõe a valorização da diversidade cultural e étnica, estimulando a interculturalidade e combatendo estereótipos e preconceitos presentes no sistema educacional tradicional.
Nesse contexto, a obra de Paulo Freire é fundamental, pois ele já defendia uma educação crítica e emancipadora, que não apenas transmite conhecimento, mas também contribui para a transformação social. Freire acreditava que a educação deveria ser um processo dialógico, no qual educadores e educandos aprendem juntos, compartilhando saberes e experiências. Sua proposta pedagógica está em sintonia com os estudos decoloniais ao enfatizar a importância da consciência crítica e da ação transformadora diante das injustiças sociais.
A Pedagogia da Diversidade, que se insere nesse movimento decolonial, destaca a necessidade de uma educação que respeite as diferenças e promova a convivência entre diversas culturas, identidades e saberes. Ela busca superar a homogeneização imposta por modelos educacionais tradicionais, e propõe que o currículo e as práticas pedagógicas se tornem mais flexíveis, inclusivas e sensíveis às particularidades dos alunos. Dessa forma, a pedagogia da diversidade e os estudos pós e decoloniais ajudam a construir um modelo educacional mais justo e transformador, que contribui para a formação de sujeitos críticos, autônomos e comprometidos com a justiça social.
Portanto, os estudos pós e decoloniais podem contribuir para uma pedagogia mais crítica, inclusiva, respeitosa e justa, promovendo uma educação que não só transmita conhecimento, mas que também questione e reestruture as relações de poder e as dinâmicas sociais que moldam a aprendizagem.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Giselle Chardeli Crespo de Araujo -Com as ideias pós e decoloniais, é possível transformar a pedagogia tradicional que é marcado por uma perspectiva europeia. Diante das discussões sobre os impactos duradoura do colonialismo e uma busca constante para rompas a centralidade ocidental e valorizar os saberes de povos colonizados, questionam-se o papel da educação como um espaço de inclusão, resistência e emancipação e não como uma ferramenta que reproduz valores coloniais.
Com a perspectiva colonial, acontecem alguns impactos na pedagogia visto que abre um espaço para integrar saberes de povos indígenas, afrodescendentes e outros povos marginalizados, tornando, assim, um ensino mais representativo. No entanto, para isso acontecer, é necessário reavaliar os currículos escolares que tem fundamentos eurocêntricos. É necessário considerar as vivências de todos os indivíduos garantindo que o conhecimento será construído de maneira colaborativa entre o aluno, que será co-criador do conhecimento, e o professor, o que contribui para um luta contra preconceito e exclusão.
Essas propostas oferecem várias possibilidades na educação como, por exemplo, a elaboração de práticas pedagógicas que se conectam com as realidade locais, promovendo uma identidade cultural que resista à padronização do mundo. As perspectivas pós e decoloniais oferecem caminhos para repensar a pedagogia, desafiando as bases coloniais na educação e abrindo espaço para um aprendizado mais inclusivo, participativo e comprometido com a diversidade.
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por Ana Luiza da Silva Moreira -Creio que os estudos pós e de-coloniais ajudam a repensar a engenharia e o meio ambiente ao questionar ideias tradicionais, muitas vezes focadas em valores europeus e na exploração dos recursos naturais. Eles mostram a importância de incluir os conhecimentos de comunidades locais, indígenas e tradicionais para criar soluções mais justas e sustentáveis. Na engenharia, isso pode significar projetos que respeitem a natureza e pensem no bem-estar de todos, não só no lucro. No meio ambiente, esses estudos destacam como as crises afetam mais as comunidades vulneráveis e sugerem formas de corrigir essas desigualdades. Assim, é possível trabalhar em ideias que cuidem melhor das pessoas e do planeta ao mesmo tempo.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Danilo Rodrigues Celso de Araujo -Na minha opinião, os estudos pós-coloniais e decoloniais nas Relações Internacionais ainda são escassos. Relações Internacionais é uma ciência concebida pelo mundo anglo-saxão, e institucionalizada no Brasil a menos de cinquenta anos, ainda muito ligada às correntes de pensamento colonial, com casos raros de estudos pós e decoloniais em sala de aula, por exemplo. Hoje, no sexto período, tive apenas uma disciplina onde o professor utilizou autores como Aimé Césaire, Frantz Fanon e Stuart Hall.
Um forte exemplo e muito impactante para mim, foi de um palestrante funcionário da Organização das Nações Unidas - ONU, que explicava como poderiam ser traçados os caminhos até a conquista de algum cargo na organização. A ONU é a organização ligada às questões de Relações Internacionais mais importante que existe e, apesar de seus problemas históricos e atuais, é o recurso existente para Estados e Nações na busca pela obtenção e garantia de direitos, com efeitos internos e externos, além de ser um dos trabalhos mais cobiçados pelos estudantes de RI. E naquela palestra, o maior impacto que tive foi com a informação de que para ingressar na ONU o requisito mínimo é o doutorado, mas não qualquer um, ou melhor, de qualquer lugar, o palestrante foi bem explícito quando disse que era necessário fazer o doutorado em alguma universidade fora do Brasil, mais precisamente em algum país da Europa ou da América anglo-saxã, e que se fosse um doutorado "sanduíche" também teríamos chance. Na continuação, o mesmo disse que era uma unanimidade entre ele e os colegas de trabalho (todos da ONU) que os cursos universitários eram bem melhores no Brasil do que fora, mas que o peso do nome das universidades brasileiras não eram grandes como das universidades estrangeiras ocidentais.
Naquele dia percebi pela primeira vez o quanto o pensamento Ocidental é forte dentro das RI's. Mesmo que tenhamos uma ilibada caminhada de formação em universidades ótimas dentro do nosso país, será necessário uma "validação" do nosso "saber" em alguma instituição que seja considerada pelo Ocidente, capaz de formar alguém que queira prestar seus serviços às Nações Unidas. E neste movimento as instituições desses países também ganham a validação dos estudantes, e neste caso também trabalhadores, não só do Brasil, mas de quaisquer outros países não-ocidentais que venham a se interessar pelas atividades e cargos que a ONU disponibiliza.
É notoriamente muito difícil de romper esta barreira na ONU, entretanto nas universidades brasileiras, não só é possível como é urgente o rompimento com a "exclusividade" dos pensamento e teorias ocidentais que tomam praticamente todo o espaço. Mesmo que queiram exercer algum ofício na ONU, ou em qualquer outra organização de natureza de pensamento semelhante, o indivíduo deve ter a oportunidade de poder pensar diferente e ter uma ótica crítica dentro dos serviços que a instituição presta às populações e à humanidade.
Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Jonas Silva de Paiva -Re: Comente aqui sobre o impacto que, no seu entender, os estudos pós e decoloniais trazem ou podem trazer para sua área de estudo.
por Amanda de Carvalho Silva Bastos -Os estudos pós e decoloniais enfatizam a necessidade da valorização de diferentes culturas. Com isso, uma forma de reconhecer e valorizar é incorporando as práticas locais, integrando as diferentes fontes de conhecimento para desenvolver novas soluções que sejam adaptáveis para diversos contextos.
Dessa forma, a Engenharia de Produção pode ajudar na legitimação das culturas locais que não tiveram a devida visibilidade em decorrência da centralidade da Europa. Assim, o desenvolvimento de sistemas produtivos eficientes a partir das perspectivas dos princípios e ideias que ainda não foram exploradas de maneira propagada é uma contribuição para a busca da ruptura do ofuscamento dos povos que foram marginalizados.