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Desenvolvimento da aula

As teorias discutidas por pesquisadores como Piaget, Wallon e Vygotsky tentam mostrar que a capacidade de aprender e desenvolver se realiza a partir das trocas ocorridas entre o meio em que o sujeito está inserido e o próprio sujeito. Essas teorias concebem o desenvolvimento infantil como um processo dinâmico em que as crianças não são simplesmente receptoras de informação, mas também participantes e construtoras de conhecimento através da interação.

Vygotsky cita a importância da atividade da criança na construção do seu conhecimento, tanto na família como na comunidade, analisando as experiências sociais e também culturais a partir dos jogos infantis e afirma ainda que nos jogos a criança, pelo uso da imaginação, internaliza os meios sociais e seus objetos produzidos, integrando valores diversos ao seu próprio conhecimento.

Segundo Friedman (1996): “os padrões praticados durante o jogo são padrões de interações sociais que as crianças irão usar mais tarde nos seus encontros com o mundo”.

Portanto, os jogos que se classificam como conteúdos, podem ser considerados também um importante “método” prático, divertido, dinâmico e eficaz para conceder, construir e lapidar na criança conceitos triviais para um bom desenvolvimento, tanto nos aspecto físico, quanto no aspecto cognitivo, contribuindo de maneira prazerosa e informal, para a ampliação de conhecimento, socialização e interação, sobre e com o meio social ao qual está inserida.

A criatividade infantil é algo que não se pode ser ensinado, porém pode ser estimulado e desenvolvido com objetivos a expansão do conhecimento, reflexão subjetiva e construção de personalidade altruísta.

Incentivar o exercício da mente e a criatividade infantil é primordial para um desenvolvimento e para uma vida mais saudável e feliz, já que o fator criatividade é importante na vida adulta em que a exigência por uma personalidade criativa é essencial para o contexto social e profissional em que o adulto se insere.

Para conseguirmos que a criança desperte o interesse e a confiança no que estamos mediando e ensinando-os é preciso que haja afeto na relação entre o adulto e a criança. Ao citar a palavra afeto na educação, estamos falando da qualidade da relação entre o professor e o aluno. O afeto, carinho e confiança na relação é a base para que o aluno se sinta seguro e confie em seus atos e suas palavras.

A relação social é fator primordial e essencial para que a criança confie e acredite no adulto que está se propondo a ensinar e transmitir conceitos para ela. O processo de educar é muito mais profundo que aulas teóricas de conteúdos fixos e com objetivos inflexíveis previamente traçados. É preciso que a criança seja educada também para a socialização e para a dinâmica da vida.

O estímulo e reforço da autoestima são essenciais para um bom desenvolvimento educacional, e as brincadeiras, os jogos, as músicas, enfim, os momentos lúdicos são, sem dúvidas, grandes aliados para se trabalhar à autoestima das crianças. “A autoestima continua a se desenvolver conforme a pessoa se sente segura e capaz de realizar seus desejos e, futuramente, suas tarefas” (TIBA, 2002, p.54).

Mais uma vez a crítica, a rigidez e a falta de compreensão e/ou sensibilidade por parte dos educadores afetam diretamente as atividades educacionais e o processo de desenvolvimento infantil, podendo provocar consequências relevantes na vida das crianças e futuramente na vida destes, quando adultos.

Durante as atividades lúdicas como músicas, passeios, leituras, brincadeiras e jogos o professor pode trabalhar a positividade e autoestima da criança. Mostrando a ela que é tão capaz como qualquer outra e que não existe a necessidade de competir com quem está ao seu lado, pelo contrário, pode-se ajudar a enxergar que com o outro tudo torna-se mais fácil de construir e também de superar dificuldades.

“O respeito à criança lhe ensina que ela é amada não pelo que faz ou tem, mas pelo simples fato de existir. Sentindo-se amada, ela se sentirá segura para realizar seus desejos. Portanto, deixá-la tentar, errar sem ser julgada, ter seu próprio ritmo, descobrir coisas permite a criança perceber que consegue realizar algumas conquistas. Falhar não significa uma catástrofe afetiva. Assim , a criança vai desenvolvendo a autoestima, grande responsável por seu crescimento interno, e fortalecendo-se para ser feliz, mesmo que tenha de enfrentar contrariedades. (TIBA, 2002, p. 55)

É preciso que a criança se sinta respeitada, segura, e amada para que possa realizar suas tarefas escolares e não escolares sem medo de errar e se sentir ridicularizada. A criança necessita compreender que os erros que venham a ocorrer são partes do processo de aprendizagem e maturação. Quando a criança passa a acreditar que ela é inferior à outra e se compara através de um padrão, tende a se retrair dificultando e até inviabilizando o processo de aprendizagem.