Encerrando a Aula

Vivemos, atualmente, uma padronização corporal em que o modelo estético impõe medidas corporais inalcançáveis aos cidadãos comuns e uma ideologia individualista e de exacerbada competitividade. A obsessão pelo corpo perfeito fatura bilhões de dólares pelo mundo e, consequentemente, deixa pelo caminho pessoas frustradas por buscarem por toda a sua existência este modelo estético imposto e por, obviamente, não alcançarem êxito. Vivemos o período histórico em que o corpo se tornou mercadoria e artigo desejado para o consumo imediato e efêmero.

A escola, como um dos pilares sociais, geralmente reproduz tais concepções. Entretanto, professores podem promover com os alunos a possibilidade de questionamentos e mudanças, independentemente da disciplina que leciona e da função na escola. O corpo não pode estar presente e atuante apenas nas aulas de educação física.

A conscientização de uma concepção de ser humano unitário, não separado de forma cartesiana, possibilita uma outra concepção de corpo e, consequentemente, outras formas de intervenção pedagógica em tempos de padronização de movimentos, gestos e expressões, que geralmente auxiliam a construção do medo, da obediência inquestionável e da alienação corporal.

As ações pedagógicas de construção do Projeto Político Pedagógico, das ementas das disciplinas, de seus objetivos, conteúdos e métodos de ensino e aprendizagem podem e devem incluir o corpo como unidade, como integrante essencial da construção do conhecimento em escolas que valorizam apenas pensamentos imobilizados, sérios e previsíveis.

Com esta aula fechamos o ciclo sobre controle corporal na sociedade, na escola e na universidade. Vamos agora encerrar este ciclo com experiências corporais vividas por vocês nos anos escolares de uma forma mais corporalmente verdadeira e criativa, vamos construir uma hipotética situação de superação de tais controles a partir de uma experiência passada sua. 

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