Bom dia professora!
A partir dos trechos apresentados, somos levados a refletir sobre a relação entre tecnologia, informação e os indivíduos no mundo atual. O filme "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, faz uma crítica ao modo de produção capitalista, que em suma são modelos de produção conhecidos como “Taylorismo” e “Fordismo”, que consistiam em cada operário ficar encarregado por uma etapa do processo produtivo, a fim de produzir mais, através da segmentação destes. O que gerava alienação do trabalhador sobre todo o processo. Ou seja, se antes para produzir o trabalhador sabia exatamente o que ele estava produzindo, agora ele só saberá uma parte do todo. Estando assim, cada vez mais alienado e “escravo” das fábricas.
O filme é atemporal e aborda temas polêmicos em forma de comédia. Dito isso, guarda similaridades com a nossa realidade atual, onde, apesar de não sermos mais apenas trabalhadores nas fábricas, somos consumidores de informações e tecnologias, muitas vezes de maneira passiva.
Na sociedade digital, somos bombardeados constantemente por dados, sem que, muitas vezes, tenhamos a oportunidade ou o tempo para processar e analisar tudo o que recebemos. A falta de filtros e de confirmação quanto a veracidade de tais fatos, pode levar à disseminação de informações incorretas (fake news). Sendo assim, ao espalhar informações sem pensar muito, podemos acabar servindo às grandes empresas e, às vezes, até a políticos que usam essa confusão toda para seu benefício próprio.
Manuel Castells, em sua entrevista, nos ajuda a entender como as tecnologias digitais moldam a política e a democracia, ressaltando a importância da autonomia e da produção de conhecimento. Simplesmente, ao nos apropriarmos sobre as ferramentas tecnológicas para produzir conhecimento, e não apenas consumir as informações, podemos nos tornar agentes de transformação na sociedade.
Portanto, refletir sobre o nosso papel na sociedade, com o uso da tecnologia e da informação, é essencial para entender como podemos converter a lógica capitalista que ainda nos prende ao consumo passivo, para que nós sejamos, de fato, protagonistas na produção de conhecimento e no uso crítico da tecnologia.
Logo, é necessário desenvolver uma postura crítica frente à tecnologia e à informação. Ao invés de consumir tudo de forma automática, é importante filtrarmos e verificarmos todas as informações que lemos, mesmo que isso leve mais tempo. Um bom caminho é buscar várias fontes confiáveis e checar se elas concordam entre si, assim não dependerá só de uma única visão ou narrativa. Essa transição desenvolve a capacidade de interpretar de forma contextualizada e reflexiva tais informações, para que possamos desenvolver discussões fundamentadas em fatos verdadeiros.