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Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo - Número de respostas: 16

Olá, pessoal

Este é o espaço para postarem as respostas às questões propostas para a reflexão, a partir da leitura e estudo do conteúdo das nossas aulas.

Bom trabalho!

Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Eric Massad Poubel -
No texto da aula 2 está contida a ideia de que, atualmente, somos expostos a um grande volume de informações, praticamente impossível de ser absorvido em sua totalidade, o que traz a necessidade de filtrar e categorizar essas ideias, algo que não estamos acostumados a fazer. Na aula 4, de acordo com Castells, a rápida disseminação das informações acaba alterando seu valor. Podemos observar no contexto digital que o grande fluxo de dados gera uma competição para a atenção do público, causando uma assimilação precária dos conteúdos disseminados. Além disso, novas ideias acabam se tornando ultrapassadas rapidamente, pois mais conteúdos surgem quase que instantaneamente, impedindo que o usuário possa refletir profundamente sobre as informações que o cercam.
Dois livros que se relacionam com esse tema, "Minimalismo Digital" e "Trabalho Focado", ambos escritos por Cal Newport, fazem uma crítica sobre como o consumo passivo e constante de informações pode prejudicar nossas capacidades de foco e reflexão crítica. Eles mostram que o excesso de informações nos torna suscetíveis a manipulações e influências externas. Em resumo, o consumidor passivo serve a interesses que buscam maximizar o engajamento e a monetização da atenção, sem se preocupar com a veracidade e a qualidade da informação. Portanto ,ele frequentemente se torna um componente da cadeia de disseminação de conteúdos falsos, servindo a qualquer um que possa se beneficiar da divulgação desses tipos de informação. Um exemplo disso é a esfera política, onde as redes sociais são constantemente bombardeadas por notícias falsas no intuito de desmoralizar oponentes.
Para produzir conhecimento verdadeiro, é importante não apenas consumir informações, mas também refletir sobre elas e analisá-las, o que não é possível se estivermos inseridos nesse cenário de informações excessivas. Nesse contexto, podemos aplicar a reflexão de Chaplin apresentada na primeira aula: "Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela". De acordo com as obras de Carl Newport citadas anteriormente, uma solução para isso seria limitar a exposição a fontes de informação, além de estabelecer períodos de desconexão, desacelerando o fluxo de novas informações e abrindo espaço para uma reflexão mais profunda acerca das novas ideias recebidas. Outra solução seria participar de fóruns de discussão, no intuito de unir diferentes formas de pensamento acerca de um tema, refletir sobre as ideias apresentadas e elaborar o conhecimento a partir disso, algo que estamos fazendo nessa disciplina.
Em resposta à Eric Massad Poubel

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Eric,

foi bem colocado na sua resposta as obras de Carl Newport, mas sabemos que "limitar a exposição a fontes de informação e desconectar" cabe a responsabilidade individual do uso das redes.
Fico contente e espero que aqui possa ser um espaço para refletirmos sobre o assunto e contemplar diversas opiniões sobre a temática.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Carolina Rodrigues Bernardo -
No contexto da disseminação de informações pela rede, quando o sujeito assume um papel passivo , ou seja, apenas recebendo e repassando informações sem verificar a sua veracidade, ele se torna um agente de manutenção de um sistema de poder. Esse sistema privilegia aqueles que controlam as fontes de informação e detêm os meios tecnológicos de sua disseminação. Conorme Manuel Castells, a era da informação não é apenas sobre acesso à informação, mas sobre o controle e manipulação dos fluxos de informação. O consumidor passivo, ao disseminar informações não verificadas, serve a interesses específicos que podem incluir manipulação de opinião pública, manutenção de desigualdades sociais e ampliação de brechas de conhecimento.
Portanto, ao não questionar a informação e não participar ativamente da sua produção, o sujeito perpetua uma lógica de consumo de informação que favorece determinados grupos de poder e marginaliza outros. Nesse cenário, ele contribui para um ciclo de desinformação e reforço de narrativas pré-estabelecidas, limitando sua própria capacidade crítica e reflexiva.

Para romper com o "efeito manada" gerado pela avalanche de informações na rede, é fundamental que o indivíduo se transforme de consumidor em produtor de conhecimento. Esse processo exige um esforço consciente para desenvolver habilidades de pensamento crítico, análise e verificação da informação. Castells aponta que a tecnologia por si só não gera conhecimento, ela é um meio pelo qual podemos acessá-lo, mas a produção do conhecimento envolve a interpretação, contextualização e validação da informação. Dessa forma, a transformação de um consumidor passivo em um agente de transformação requer a habilidade de selecionar fontes confiáveis, verificar a veracidade dos dados e interligar informações de forma coerente e crítica. Além disso, é necessário promover uma cultura de colaboração e compartilhamento de conhecimento validado e embasado em fatos, afastando-se de "achismos" e desinformação.

A partir dessas reflexões, é evidente que precisamos assumir um papel mais ativo e responsável na sociedade da informação. A tecnologia nos dá as ferramentas, mas cabe a nós decidir como utilizá-las para promover uma sociedade mais justa e esclarecida.
Em resposta à Carolina Rodrigues Bernardo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Carolina,

Vou destacar da sua resposta "é fundamental que o indivíduo se transforme de consumidor em produtor de conhecimento",

Nós sabemos que hoje já existe a profissão criador de conteúdo, mas esse "conteúdo", nem sempre, traz consigo o conhecimento. Será que vamos alcançar e transformar o conteúdo em conhecimento para desenvolver um pensamento crítico sobre a informação?
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Gustavo Costa Lima Vieira -
Nossas percepções são influenciadas pelos algoritmos personalizados das plataformas digitais, que nos expõem a conteúdo que fortalece nossas crenças pré-existentes e nos afasta de diferentes perspectivas. Essa "bolha de filtro" torna mais fácil manipular a opinião pública.
A coleta massiva de dados permite a criação de perfis comportamentais detalhados, o que permite que empresas, legisladores e outros agentes direcionem conteúdo específico para cada pessoa, influenciando suas ações e decisões.
A velocidade das informações nas redes sociais facilita a disseminação de informações falsas, ou "fake news". Isso torna difícil identificar quais são os fatos verdadeiros. Essa desinformação pode prejudicar a sociedade e a democracia.
Por fim, a manipulação da opinião pública na era digital é um problema sério que afeta a sociedade de maneira significativa. Para tomar decisões informadas, é necessário pensar criticamente e estar atento às estratégias de manipulação.
A capacidade de pensar criticamente é essencial em um mundo cheio de informações. Isso nos permite viajar pela era digital de forma consciente e independente. Quando não buscamos informações, ficamos vulneráveis à manipulação e desinformação. É fundamental assumir uma postura ativa, questionando as informações recebidas, investigando várias fontes e verificando se elas são confiáveis.
Ao invés de nos limitarmos aos conteúdos passivamente apresentados, devemos buscar informações que desafiem nossas crenças e nos permitam compreender diferentes perspectivas. Assim, podemos ter uma visão mais abrangente e complexa da realidade.
Antes de compartilhar qualquer informação, verifique se a fonte é confiável e de onde vem. É necessário agir com responsabilidade porque a disseminação de notícias falsas tem grandes consequências para a sociedade.
Para estabelecer um diálogo democrático e informado, é essencial participar de discussões de forma construtiva, expressar nossas opiniões com respeito e estar aberto a ouvir diferentes perspectivas.
Aprender a usar as ferramentas digitais é outro passo crucial. Podemos nos tornar consumidores de informação mais críticos e conscientes ao aprender a usar bem as ferramentas de busca e descobrir os métodos de manipulação utilizados nas redes sociais.
Além disso, podemos ajudar a construir uma sociedade mais consciente e justa colaborando na produção de conhecimento, participando de comunidades online e compartilhando nossas opiniões.
A desinformação e o consumo passivo de informações podem ser vistos como uma nova forma de alienação. É semelhante ao que o filme "Tempos Modernos" descreve. As pessoas hoje estão afastadas do processo de construção do conhecimento, da mesma forma que os trabalhadores na era industrial eram afastados do processo produtivo.
A afirmação de Manuel Castells de que os sistemas mudam por necessidade e não por vontade própria nos lembra da importância de combater a desinformação e incentivar a produção de conhecimento. A necessidade de desenvolver o pensamento crítico e a capacidade de distinguir entre a verdade e a ficção se torna cada vez mais evidente diante dos desafios da sociedade moderna.
Se tornar um agente de transformação e romper com o "efeito manada" exige esforço contínuo. Podemos ajudar a construir uma sociedade mais justa e informada ao pensar criticamente, buscar informações de várias fontes, verificar se os fatos são verdadeiros, participar de debates construtivos, aprender sobre ferramentas digitais e colaborar na produção de conhecimento. Afinal, a informação é poder, e fazer uso consciente desse poder é essencial para o avanço de uma sociedade mais justa e democrática.
Em resposta à Gustavo Costa Lima Vieira

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Gustavo,

Sua resposta foi assertiva e é essencial entendermos que essa "Bolha digital" pode nos limitar a criar um pensamento crítico. Uma vez que, compreendemos que o consumo passivo e o algoritmo só reforça aquilo que queremos ver.
Como conhecer outras óticas se a própria rede nos desconecta daquilo que não desejamos ver?

Tomar a consciência sobre essas estratégias na era da informação é crucial para agirmos de forma mais ativa e curiosa sobre as informações que recebemos.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Victoria do Nascimento Rodrigues -
É fato que a evolução tecnológica transformou totalmente a nossa relação com a informação e o conhecimento, porém, embora a tecnologia tenha proporcionado profundas inovações em nossa forma de nos comunicarmos e de modo geral, como vivemos, hoje nos encontramos muitas vezes como consumidores passivos de informação, incapazes de processar todo o volume que recebemos. Quando consumimos informação passivamente e espalhamos aquilo sem checar a veracidade, fortalecemos o poder daqueles que controlam a informação. Nesse papel, acabamos servindo aos interesses deles, ajudando a espalhar desinformação e mantendo um sistema de enganos e desinformação.

Essa situação lembra a crítica feito no filme Tempos Moderno, onde o personagem interpretado por Chaplin é engolido pela máquina. Essa exposição das falhas do modelo industrial daquela a época, destaca os impactos negativos de uma produção voltada exclusivamente para o lucro, sem levar em consideração as necessidades dos trabalhadores. Isso representa a perda de controle sobre o processo de trabalho e da mesma forma corremos o risco de sermos “engolidos”.

Acredito que para romper com esse "efeito manada" precisamos adotar uma postura crítica e mais ativa em relação a tudo aquilo que temos acesso. É nosso papel questionar, filtrar e verificar as informações que recebemos, utilizando a tecnologia não apenas para consumir, mas para inovar e criarmos um pensamento critico. Assim como Manuel Castells sugere na entrevista disponibilizada na Aula 2, sermos mais analíticos nos permite transformar a informação em conhecimento , e assim nos alinhamos mais com o papel de produtores ativos. Essa necessidade de inovação e adaptação em sistemas produtivos é crucial e é muito importante que eles tenham a capacidade de adaptação organizacional, pois quando processos e estruturas se tornam obsoletos, esses sitemas precisam ser flexíveis e devem  estar preparados para a inovação iminente.

Sendo assim, acredito que nós devemos usar a tecnologia para gerar conhecimento e não apenas consumir o que nos é imposto, pois isso beneficia a nós mesmos e à sociedade como um todo.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Julia Vidal de Lacerda -
Boa noite, professora!

1ª pergunta:

No filme "Tempos Modernos", o Charles Chaplin é controlado pela linha de montagem e pelos donos da fábrica, o que mostra de certa forma como funciona as relações de poder na era digital. Da mesma forma, consumidores passivos de informação na internet são controlados pelas grandes empresas de tecnologia, que usam algoritmos para destacar conteúdos sensacionalistas e manter a atenção.
Criadores de conteúdo e influenciadores moldam nossas opiniões, muitas vezes espalhando notícias falsas e sendo pagos para promover produtos e ideias, assim como supervisores na fábrica. Governos e grupos políticos usam a internet para espalhar propaganda e desinformação, controlando a opinião pública, especialmente em regimes autoritários.
Com isso, ao compartilhar informações sem verificar é como seguir ordens sem questionar, contribuindo para a propagação de notícias falsas e criando bolhas informacionais. Portanto, assim como Chaplin luta para manter sua humanidade, os consumidores de informação precisam ser críticos e responsáveis, promovendo a educação sobre mídia e a verificação de fatos para equilibrar as relações de poder na internet.

2ª pergunta:

Manuel Castells e Pierre Levy falaram sobre a importância da informação e do conhecimento na sociedade em rede, para romper com o "efeito manada" e produzir conhecimento, precisamos analisar mais criticamente como consumimos informação e como fazemos isso. Se desenvolvermos uma alfabetização midiática, conseguiríamos identificar fontes confiáveis e reconhecer vieses, verificando os fatos antes de compartilhar, utilizando ferramentas de checagem e consultando múltiplas fontes, garante a veracidade das informações.
Seguindo essas práticas, podemos nos tornar agentes de transformação na era digital, alinhando-nos com as ideias de Castells sobre o poder das redes de comunicação e com a visão de Levy sobre a inteligência coletiva, empoderando indivíduos e fortalecendo a sociedade em rede.
Em resposta à Julia Vidal de Lacerda

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Julia,

o paralelo traçado entre o filme tempos modernos e o uso da internet era o que eu gostaria de trazer para vocês nessas primeiras aulas. A percepção de que a Sociedade em Rede pode transformar usuários em meras engrenagens que trabalham para perpetuar o funcionamento de uma máquina muito maior ou, por outro lado, libertar para o desenvolvimento do pensamento crítico e participação ativa.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Amanda Felippo Pereira Silva -
Bom dia professora!

A partir dos trechos apresentados, somos levados a refletir sobre a relação entre tecnologia, informação e os indivíduos no mundo atual. O filme "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, faz uma crítica ao modo de produção capitalista, que em suma são modelos de produção conhecidos como “Taylorismo” e “Fordismo”, que consistiam em cada operário ficar encarregado por uma etapa do processo produtivo, a fim de produzir mais, através da segmentação destes. O que gerava alienação do trabalhador sobre todo o processo. Ou seja, se antes para produzir o trabalhador sabia exatamente o que ele estava produzindo, agora ele só saberá uma parte do todo. Estando assim, cada vez mais alienado e “escravo” das fábricas.

O filme é atemporal e aborda temas polêmicos em forma de comédia. Dito isso, guarda similaridades com a nossa realidade atual, onde, apesar de não sermos mais apenas trabalhadores nas fábricas, somos consumidores de informações e tecnologias, muitas vezes de maneira passiva.

Na sociedade digital, somos bombardeados constantemente por dados, sem que, muitas vezes, tenhamos a oportunidade ou o tempo para processar e analisar tudo o que recebemos. A falta de filtros e de confirmação quanto a veracidade de tais fatos, pode levar à disseminação de informações incorretas (fake news). Sendo assim, ao espalhar informações sem pensar muito, podemos acabar servindo às grandes empresas e, às vezes, até a políticos que usam essa confusão toda para seu benefício próprio.

Manuel Castells, em sua entrevista, nos ajuda a entender como as tecnologias digitais moldam a política e a democracia, ressaltando a importância da autonomia e da produção de conhecimento. Simplesmente, ao nos apropriarmos sobre as ferramentas tecnológicas para produzir conhecimento, e não apenas consumir as informações, podemos nos tornar agentes de transformação na sociedade.

Portanto, refletir sobre o nosso papel na sociedade, com o uso da tecnologia e da informação, é essencial para entender como podemos converter a lógica capitalista que ainda nos prende ao consumo passivo, para que nós sejamos, de fato, protagonistas na produção de conhecimento e no uso crítico da tecnologia.

Logo, é necessário desenvolver uma postura crítica frente à tecnologia e à informação. Ao invés de consumir tudo de forma automática, é importante filtrarmos e verificarmos todas as informações que lemos, mesmo que isso leve mais tempo. Um bom caminho é buscar várias fontes confiáveis e checar se elas concordam entre si, assim não dependerá só de uma única visão ou narrativa. Essa transição desenvolve a capacidade de interpretar de forma contextualizada e reflexiva tais informações, para que possamos desenvolver discussões fundamentadas em fatos verdadeiros.
Em resposta à Amanda Felippo Pereira Silva

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo -
Olá Amanda,

gostei da forma como construiu a sua resposta. vou destacar

" refletir sobre o nosso papel na sociedade, com o uso da tecnologia e da informação, é essencial para entender como podemos converter a lógica capitalista que ainda nos prende ao consumo passivo, para que nós sejamos, de fato, protagonistas na produção de conhecimento e no uso crítico da tecnologia."

A tomada de consciência será sempre o primeiro passo para a mudança. A tecnologia já está tão enraizada no nosso cotidiano que, em alguns instantes, nos esquecemos que se trata de algo muito maior e uma rede complexa.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Miguel Cavalcante Gusmao -
Através do material exposto, somos convidados a refletir sobre a relação que se dá por meio das mídias e tecnologias e como elas afetam nossas relações e cotidiano sem que tenhamos plena consciência. Sob o pretexto de livre expressão, a sociedade digitalizada se mantém mediante o domínio oculto daqueles que gerenciam e comandam os discursos presentes no meio digital, todavia Manuel Castells sustenta que “nos esquecemos de que 'livre' nem sempre significa ‘boa’”.
Às ordens de grandes corporações e sob a responsabilidade de poucos indivíduos, as redes digitais são ferramentas importantes para a formação de opiniões e visões de mundo na contemporaneidade. No entanto, se utilizadas de maneira acrítica, essas redes podem se tornar instrumentos de alienação. As relações de poder que se estabelecem no meio digital determinam ao usuário o que este deve ou não ver, o que pode ou não ser consumido e apropriado. O algoritmo que se forma através do nosso consumo cria verdadeiras bolhas digitais, afastando de maneira consistente o usuário de outros debates e discussões.
Ainda, comumente atribuímos veracidade ao que lemos na internet, tornando o processo de tomada de consciência ainda mais complexo e desafiador. Mas, é preciso tomar posse da própria produção, de modo a romper com o que vemos no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. É fundamental discernir o impacto das nossas próprias produções como usuários na esfera digital, bem como compreender de que maneira as produções dos outros moldam e influenciam nossos comportamentos, valores e pensamentos. Manuel Castells argumenta que “sem saber o que queremos mudar, não conseguimos mudar nada”, de maneira que o ponto de partida é reconhecer que as redes estabelecem relações de poder, que o consumo pode ser alienante, mas que é possível estabelecer uma relação harmoniosa entre sujeito e meios digitais.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Isadora Nogueira dos Santos Montenegro -
1) A relação que se estabelece quando nos defrontamos com o sujeito passivo perante as informações veiculadas nas redes é similar ao processo de alienação observado no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. No longa, trabalhadores são postos a produzir de maneira incessante e ignorantes quanto ao produto final. Não saber o que se está produzindo pode configurar-se enquanto uma prática negativa e inadequada, visto que não é possível mensurar seus efeitos e implicações na sociedade. Dessa mesma forma acontece com o consumo irreflexivo das redes: torna-se inviável dimensionar como as replicações sem verificação ou checagem afetam a dinâmica social. Atualmente, tornou-se muito em voga a discussão acerca das fake news e suas consequências, principalmente no cenário político. Uma foto manipulada, uma fala distorcida ou um vídeo tendencioso são capazes de arruinar a imagem pública de um candidato e definir seu sucesso ou fracasso. Por isso, é importante assumir uma conduta de vigilância nas redes, entendendo que relações de poder estão sendo estabelecidas nestes ciberespaços e que há disputas de narrativas continuamente.

2) Para superar o “efeito manada”, é essencial adotar uma postura mais crítica em relação ao que consumimos, não replicando sem antes checar a veracidade das informações e nos certificando que a ideologia defendida naquele determinado conteúdo está alinhado aos nossos respectivos sistemas de valores. “Para Pierre Levy, novas competências serão necessárias para nos relacionarmos com o saber no ciberespaço e na cibercultura”, de modo que sejamos capazes de instrumentalizar as redes de maneira favorável e em prol do bem comum.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Christian Ferreira Goncalves -
Quando pensamos nas possiveis relações de poder que são criadas quando atuamos como um consumidor passivo de informação, primeiramente pensamos na própria disseminação de informações não verificadas, portanto, não confiáveis, podendo gerar a propagação de informações que se tornam posteriomente um combustível para discursos de ódio, medo e possívelmente divisões políticas e sociais, facilitando assim a manipulação das massas para fins políticos e/ou econômicos. Referindo-se ao contexto econômico, pode ser citado a própria comercialização do conteúdo, que consiste no que já foi falado nos textos anteriores, a atenção do consumidor passivo em determinado conteúdo ser utilizada por empresas a fim de direcionar campanhas que sejam do escopo do mesmo escopo de ancoragem do indivíduo, alimentando ainda mais o conceito de manipulação de informações e "bolhas sociais".

A Principal maneira que podemos definir como combatente do "efeito manada" seria o desenvolvimento de consciencia crítica individual, levando o indivíduo a procurar a veracidade de informações antes de julga-las como veridicas e auxiliar em sua propagação e, por ser algo atualmente presente para todas as idades, principalmente para o público infantil, tal pensamento precisa ser introduzido no próprio sistema de ensino, visando assim formar jovens com senso crítico e menos propensos a manipulações digitais de informação.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Pedro Henrique de Carvalho Pereira -
Ao consumir informações na internet sem fazer checagens sobre se são ou não verídicas, você entra diretamente em uma série de relações de poder e controle. De certa forma, isso se assemelha muito à crítica que Charlie Chaplin faz em sua obra “Tempos Modernos”, onde ele mostra como a mecanização e o capitalismo da época exploravam e desumanizavam o trabalhador comum.

Neste contexto, entretanto, a passividade de absorção da informação alimenta uma nova forma de controle e manipulação. Como mencionado, os maiores receptores e prolatores de conteúdo, como os veículos de imprensa e os influenciadores, se aproveitam desse comportamento passivo para moldar percepções e influenciar a conduta das massas. De igual modo, plataformas na internet, como Facebook e Google, lucram com propagandas direcionadas que utilizam informações obtidas a partir do comportamento passivo do usuário para aumentar seus ganhos.

Com isso, a falta de prevenção necessária pode resultar em desinformação, o que ainda pode ser um dos instrumentos políticos ou comerciais e moldar o pensamento do público. Por isso que, Manuel Castells chama a atenção para o fato de que esse tipo de mediação digitalizada intensifica a crise, porque as redes sociais consolidam comportamentos impossíveis e uma meritocracia que não existe, já que no modelo liberal não fazemos recortes sociais.

Para melhoramos essa realidade é necessário a facilitação a acessos de lazer, cultura, educação e menos horas de trabalho pois, fica comprovado que esse modelo se mostra falido e só serve para aumentar a desigualdade social.
Em resposta à Marta Cardoso de Lima da Costa Rêgo

Re: Respostas às questões propostas para a reflexão no fórum

por Gisele Sobrinho Teixeira -
Questão 1: As relações de poder entre um consumidor passivo da informação nas redes podem ser observadas devido a uma grande disseminação de informações falsas, isso pode ser visto por exemplo no filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin nele é possível observar os trabalhadores sendo utilizados como uma máquina em um processo repetitivo e irracional trabalhando de modo automático, sem o trabalhador entender qual a sua função no todo de modo alienado. Esse cenário também pode ser percebido quando uma fake news é amplamente espalhada pela população.

E quando essa situação ocorre atualmente ela se torna um meio de controlar o consumidor passivo de informações que não filtra ou faz a checagem antes de disseminar essa informação. Assim é importante destacar que essas informações quando são divulgadas amplamente sem nenhum tipo de checagem acabam se tornando uma pós-verdade para quem quer acreditar na informação, ou seja ela se torna um fato para o consumidor passivo que quiser acreditar nela. O que faz o consumidor se tornar um grande divulgador de mentiras, podendo até ser uma massa que está sendo controlada e manipulada por quem produziu essa mentira e que muitas vezes tem a finalidade de manipular a população politicamente.

Questão 2:
O “Efeito Manada” ou comportamento de rebanho pode ser definido como um comportamento instintivo de seguir a opinião ou o ato de um grupo irracionalmente sem que as pessoas questionem essa opinião ou esse ato. Para romper com o efeito manada no contexto da utilização da tecnologia é fundamental conscientizar a população a sempre fazer um processo de checagem e de pesquisa. É importante também que a sociedade compreenda que esse processo de questionar a veracidade de um fato é primordial e que por meio dele as pessoas podem desenvolver um senso crítico que vai evitar a disseminação de fake news.