Olá, Gabriel! Como disse à Maria Fernanda, o banquete é servido em casa, no trabalho, no carro, na sala de aula, no bolso, na palma da mão. A tela do iPhone desfaz as nossas dúvidas com as suas facilidades, rapidez, sedução e conveniências. Acredito que mesmo aqueles que estão conscientes da “influência” sempre crescente da internet, raramente refletem sobre o ‘uso que fazem’ e o ‘modo como desfrutam’ da tecnologia, pois à medida que usamos smartphone, tablet ou notebook o ‘banquete’ passa a ser volante, disponível a qualquer hora, em qualquer lugar. “A gente já nem se dá ao trabalho de memorizar algo, porque sempre dá pra buscar de novo. Eu mesmo já fiz isso várias vezes: em vez de lembrar uma data ou conceito, só vou direto no celular. Parece prático, mas no fundo deixa nossa memória enferrujada.” (Gabriel).
Você traz um elemento interessante para a discussão ‘a superficialidade no modo de saber gerada pela web’. Crítica em relação aos efeitos da Internet da maneira como a conhecemos, centra-se, a meu ver, na diminuição da capacidade de aprender, questionar, imaginar, inovar, buscar... E, neste contexto, o grande inimigo é obviamente a ‘Wikipedia’ ou o "ChatGPT".
Segundo Carr (2012): "a ironia do esforço da Google para trazer maior eficiência à leitura é que ele solapa o tipo de eficiência muito diferente que a tecnologia do livro trouxe à leitura - e às nossas mentes - em primeiro lugar. Ao nos libertar da luta para decodificar o texto rapidamente - lemos, se é que lemos, mais rápido do que nunca -, mas não mais somos levados a uma compreensão profunda, construída pessoalmente, das conotações do texto. Em vez disso, somos apressados para ir adiante até um outro pedaço de informação relacionada, e outra, e outra. O garimpo superficial do 'conteúdo relevante' substitui a lenta escavação do significado."
Há uma apropriação tão grande dos usuários pela internet que fica nítida a criação de uma relação de forte dependência, mas é preciso ficar alerta e buscar um uso comedido e equilibrado. Ainda não estou segura quanto à correlação entre ser menos reflexivo em virtude do excesso do uso da TDIC, mas realmente estamos diante de uma mudança irreversível na forma de saber.
Um abraço, prof. Wânia Clemente