Conectando...
O processo de globalização começou
no mundo a partir da 3ª Revolução Industrial nos anos 70 e no Brasil lá pelos anos
90. Desde então, o uso da tecnologia acelerou e transformou drasticamente a forma
e o uso das Comunicações (Internet, Telecomunicações, Informática e Automação
Industrial).
O mundo digital, ao mesmo tempo
que encurtou as distâncias para o acesso à informação, às tecnologias e aos estudos
científicos, multiplicando rapidamente as aplicações para o uso individual e
coletivo de bens e serviços de consumo (na sua maioria não são gratuitos e nem
mesmo baratos), acabou por impactar a forma de acesso a estes mesmos bens de consumo,
provocando um desequilíbrio na balança entre a independência (liberdade de
escolha individual) e a interdependência (conexão coletiva de processos, independente
da vontade do indivíduo), afetando a equidade das condições de mobilidade social,
econômica e política.
Os valores da tradição com suas certezas
deram lugar a uma inovação acelerada, mas repleta de incertezas para além da sobrevivência,
uma possibilidade de viver melhor em uma sociedade globalizada, destacando as proposta
para resolver as desigualdades de acesso a bens e serviços de tecnologia, o que
gerou, ao mesmo tempo, avanços e retrocessos quanto aos direitos básicos de
todo cidadão a bens e serviços e acesso igualmente rápido e eficiente à Justiça.
Toda a inovação tecnológica
digital veio para facilitar o acesso rápido e livre ao conhecimento produzido
por um indivíduo ou um coletivo, assim como a possibilidade de atualização
igualmente rápida deste conhecimento que permita que o cidadão possa se
informar, refletir e encontrar novas soluções para problemas antigos e recorrentes.
Nesse sentido, refletindo sobre o
texto do tema interconexão, tecnologia e globalização, foi possível entender que
todo este conjunto de dados, conhecimento da Internet BIG DATA só faz sentido se
for analisado e usado para resolução de problemas locais e mundiais buscando
uma sustentabilidade, a favor e para o bem comum.
O que remete aos debates e acordos
locais e internacionais sobre sustentabilidade, percebendo a ilusão em confiar
exclusivamente no resultado da lógica, do uso da tecnologia como ferramenta de
controle sobre as nossas vidas e sobre a natureza, já que a programação é feita
por pessoas, e a ação humana pode falhar, assim como a programação das máquinas.
A esperança está na possibilidade
de minimizar os erros através dos registros dos eventos, aumentar a troca de informações
e experiências, a testagem de hipóteses com maior organização e planejamento
das etapas até conseguir, finalmente, escolher as melhores ideias e agir com
diligência, avaliando as consequências.
Essa reflexão também levanta a questão
sobre o valor das demandas sociais e econômicas em relação a sustentabilidade e
a interdependência dos indivíduo e sociedade, entre o “Eu” e o “Nós” em relação
a Comunicação e a Educação.
Se individualmente sabemos quem
somos, mas eventualmente precisamos “convencer” os outros sobre quem somos,
nossa trajetória de boas escolhas para alcançarmos nossa autonomia e protagonismo
e qualidade de vida. Do mesmo modo, coletivamente precisamos estar conectados para
compartilhar o nosso repertório de experiência acadêmica e de vida que possa
engajar e “persuadir” o outro na elaboração e participação em um projeto de solução
sustentável para um problema local comum a todos. E nesse caso, o uso positivo das redes sociais
como promoção de serviços promovem a informação, divulgação e engajamento.
Considerando a sustentabilidade
como um direito básico do cidadão à paz e à democracia, destaco a tentativa de equilíbrio
e equidade da balança da independência e interdependência entre o EU e NÓS no
exemplo da proposta da AGENDA 2030 (ONU) - Objetivos para o Desenvolvimento
Sustentável (ODS 9 e 17) adoção pela ONU em Setembro/2015.
Bibliografia complementar:
Bonavides, P. (2008). A quinta geração de direitos
fundamentais. Revista Brasileira De Direitos Fundamentais & Justiça, 2(3),
82–93. Endereço eletrônico: https://doi.org/10.30899/dfj.v2i3.534
Agenda 2030 - Objetivos para o
Desenvolvimento Sustentável adoção pela ONU (Setembro/2015). Indicadores
Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Endereço eletrônico: https://odsbrasil.gov.br/objetivo/objetivo?n=9