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O EMPODERAMENTO DO CONSUMIDOR

Olá pessoal,

Nesta aula iremos abordar um tema que vem sendo debatido transversalmente ao longo das nossas aulas, que é a diminuição da assimetria de informação entre cidadãos, sociedade e organizações. Tal fenômeno, possibilitado em grande parte por indivíduos munidos de notebooks, desktops e  smartphones com câmeras conectados às redes sociais, foi descrito por profissionais de marketing, comunicólogos, cientistas sociais e antropólogos como o fenômeno de empoderamento do consumidor(empowerment).

 

Digo que tal discussão vem sendo abordada de maneira transversal em nossas aulas, pelo fato de termos discutido algumas vezes um maior acesso à informação por parte dos indivíduos em função da tecnologias digitais que permitiram não apenas uma interconexão entre pessoas de diferentes localidades que porventura tenham interesses comuns, mas também do crescente acesso à informações relevantes referentes à economia, política, sociedade, meio ambiente, cultura e práticas empresariais.
 

Um exemplo típico desse empoderamento pode ser visto na criação exponencial de grupos virtuais com interesses comuns dos mais variados tipos (por exemplo, gêneros literários, histórias em quadrinhos, RPGs, seriados de televisão, bandas de rock, artistas de hip-hop), possibilitando a expressividade e a conectividade de pessoas de locais diferentes, com histórias de vida e origens sociais diversas, em torno de temas de interesse mútuo. Nesse sentido, as tecnologias digitais proporcionariam uma unidade na diversidade, mesmo que esta tenha um caráter temporário e instável.

 

A criação de comunidades de práticas é um dos fenômenos que mais se destaca neste processo de empoderamento dos indivíduos. Termo muito comum ao campo da Gestão do Conhecimento, criado por Etienne Weneger, uma comunidade de prática pode ser definida como um grupo de pessoas que se reúne periodicamente em função de interesses comuns. Tais reuniões, sejam presenciais ou mediadas pelas tecnologias digitais, possibilitam o compartilhamento de experiências, a discussão de parâmetros sobre as melhores práticas a serem adotadas, além da criação de repositórios de objetos de conhecimento - verdadeiras bibliotecas de práticas, objetos, imagens, textos, debates que representariam o estoque de conhecimento do grupo em questão. Utilizando termos comuns à área de Gestão do Conhecimento, tais repositórios representam o estoque de capital intelectual daquela comunidade.

 

É importante ressaltar que as tecnologias digitais são parceiras essenciais no processo de constituição destas comunidades, onde se desenrola a chamada aprendizagem coletiva - o aprendizado partilhado em grupo, seja este de maneira síncrona ou assíncrona, uma ruptura com o modelo educacional tradicional baseado no desempenho individual. As tecnologias digitais seriam cruciais tanto por possibilitarem a criação de espaços virtuais onde onde estas comunidades operaram (blogs, fan pages em redes sociais, listas de discussão, grupos noWhatsapp, ferramentas do tipo wiki), quanto também por servirem de repositórios virtuais de conhecimento acumulado.

Muitas empresas aproveitam tais ferramentas para criar espaços colaborativos com os seus consumidores, engajando-os em iniciativas de co-construção de valor - isto é, incentivar a participação dos seus clientes em campanhas e no desenvolvimento de produtos. Alguns exemplos bastante significativos são a ação da montadora italiana Fiat, ao criar o carro-conceito colaborativo Fiat Mio. Vejam um dos vídeos abaixo:

Outro exemplo foi a campanha promocional que a produtora da película Batman: O Cavaleiro das Trevas realizou na internet a fim de engajar os fãs do Homem-Morcego. Trata-se de um dos exemplos mais interessantes do uso de estratégias de viralização utilizando as ferramentas digitais sociais. Assistam:

Iremos complementar essa aula com uma leitura e uma tarefa a esta relacionada. Fiquem atentos!

Abraços a todos